sábado, 26 de setembro de 2015

Gyff & Tsumomo #34

A porta se fechou deixando Someisa, Tsumomo e Priscilla no salão. As duas últimas se levantaram, porém a primeira ainda estava atordoada no chão. Determinada a ir atrás de Higuma, a gueixa ajoelhou-se e começou a dizer algo para a rainha:

- Rainha Priscilla, seria possível que você pudesse cuidar de minha amiga para que eu persiga nossa algoz?
- O que? - Ela parecia levemente incomodada com o linguajar de Tsumomo. - Vá, sua tola! Você a conhece. Deve saber o que fazer. Eu cuidarei da minha conselheira.

A gueixa fez uma rápida mesura e pôs se a correr atrás de Higuma, a qual estava perdida na academia. Os passos dela ecoavam, e para alguém que já conhecia o local, foi bastante simples para que ela fosse encontrada e abordada antes que pudesse reagir.

Ao fazer uma curva em um dos corredores, ela trombou com a gueixa, que a abraçou e a beijou antes que ela pudesse escapar. Higuma se perdeu por alguns instantes nos lábios da dançarina que outrora fora uma paixão, e depois a empurrou. Atônita, incrédula, ela observou, sem reação, Tsumomo andando lentamente em sua direção.

- Por que, Higuma?


Enquanto isso, no departamento, Konvaa e Gyff tentavam se entender.

- O que foi? Que cara é essa? - Perguntou o ladino.
- Poderia ir para a outra cadeira? - Disse o detetive.
- Ah! Sim, claro. - Ele fez conforme solicitado.
- Então... - Dizia Konvaa conforme se sentava. - Parece que nós temos muito o que conversar.
- Estamos conversando.
- Você tem noção do que você fez hoje?
- Olha, acho que estou começando a ter essa noção agora.
- Você sabe quem é aquela mulher?
- Ah. Ela é famosa. É a senhorita Tsumomo.
- E você ainda assim foi desafiá-la?
- Olha, não era pra ser um desafio. Eu não esperava que ela agisse tão rapidamente.
- Certo, então você já confessa um possível sequestro. - Disse ele, anotando, com grafite, em um pedaço de papel que ele sacou de dentro do bolso.
- Pois é. Você está lendo minha mente. Melhor falar tudo.
- Mas, por que você queria fazê-lo?
- Porque ela sabe de alguma coisa que nós não sabemos.
- Correto. Agora, porque o roubo de jóias sparklyn?
- Roubo?
- É. Já sabemos que você esteve na academia por esses dias. Você sabe do que nós estamos falando.
- Eu? Peraí. Você não...
- Eu não estou lendo sua mente. - Disse ele, sem esboçar muita emoção.
- Então?
- Veja bem. - Konvaa guardou o caderno e o grafite com o qual ele anotava. E se curvou apoiando os cotovelos sobre a mesa com os dedos entrelaçados. Falando pausadamente, como sempre. - Você não tem necessidade de estar aqui. A maioria das pessoas não tem uso para muitas jóias Sparklyn, pois as jóias, tanto shineym quanto sparklyn, são basicamente recipientes de energia mágica. Só que sparklyns conseguem armazenar mais energia que shineyms do mesmo tamanho. Sendo que você pode usar a própria energia delas para transformá-las, mas só pode retirar a energia delas uma única vez. Então...

Gyff estava quase adormecendo quando seu corpo começou a esquentar e ele acordou novamente. - Oi? Perdi algo?

- O que você viu naquele dia na academia? - Konvaa perguntou, ainda sem mudar de posição.
- Coisas estranhas, Konvaa. Coisas muito estranhas.

...

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