terça-feira, 20 de setembro de 2022

Flambarda - Studio #5

- Nossa! Você não tem vergonha não!? Só pra ficar bonitinho?
- Tenho não! E assim, tá, melhor?
- Não! Tá loko! Volta!
- Certeza?
- Nenhuma
- Pronta?
- Não, mas bora lá, né?

Flambarda então se volta pra câmera com seu estilo habitual, de rabo de cavalo e roupa casual. A luva, sempre presente.

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

Flambarda - A Detetive Elemental #62

 "Flambardaaaaaaaaa!" - Gritou a atendente do Starbucks

- Ah! Olha! Minha vez! - Flambarda disse, se levantando
- Que velocidade!
- Oi! - Ela diz conforme se aproxima do balcão. - Cadê meu capuccino?
- Ah! Eu só queria saber se você gostaria de canela.
- Soca nela. - Ela disse, provocando
- Oi!? - A atendente tomou um susto.
- Soca CA-nela. - A detetive enfatizou
- Ah, sim.
- Mas soca nela também.
- Qual é a tua, hein!? - a atendente perguntou
- Falta de sexo. - Ela disse conforme apoiava o queixo no braço e o braço no balcão. - Parece que eu tô te cantando mas você não faz o meu tipo.
- Qual tipo?
- Homem.
- Ah. Justo. Soca nela?
- Soca nela.

Ela e a atendente riram bem discretamente e piscaram um olho uma para a outra. A detetive pegou o copo cheio de capuccino e o levou a mesa para voltar a sua conversa. O problema é que nesse curto espaço de tempo ela não estava abstraindo o movimento dos elementos, que passavam a bloquear as suas costas. A jovem já tinha sentido essa sensação antes, e sabia que havia alguém olhando e além disso ela conseguia estimar a direção, então se virou tão discretamente como um cavalo e viu uma figura rapidamente baixar a cabeça, deixar os cabelos cairem e fingir que estava jogando no 3DS.

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Gratidão? Pelo que?

Dizem: "Seja grato pelas coisas, porque tem gente que nem isso tem."

Nossa, eu odeio isso. A frase podia ser só "Seja grato pelas coisas." e fim. Porque gratidão é algo importante, e a gente as vezes não pára pra analisar o quanto a gente tem que ser grato só pelo fato de ter comida na mesa, mas é um pouco questionável também porque você de fato não tá recebendo isso de graça. Você está consumindo um monte de serviços - injustamente remunerados, diga-se de passagem - mas teoricamente por um preço justo. E aí a gente vai falar de gratidão? Pelo que? Qual é a graça que realmente estamos atingindo. E talvez a gente tenha que falar um pouco do significado de Graça também.

E tem alguns significados aqui pelo Michaelis:
  1. Ato de benevolência ou favor que se faz ou se concede a alguém; benesse, mercê: O dono do restaurante concedeu a graça àquele pobre homem de almoçar lá todos os dias até que arrumasse emprego.
  2. [TEOL] Dom sobrenatural ou socorro espiritual concedido às criaturas por Deus para conduzi-las à salvação, para a execução do bem e para a santificação; bênção, dádiva: “Se despia aos poucos dos seus pecados para aparecer puro aos olhos de Deus e poder merecer a graça de se vestir com as vestes dos sacerdotes. Pensava mesmo em arranjar um lugar de vendedor de jornais para fugir do pecado diário do furto” (JA).
  3. [TEOL] Dádiva concedida a alguém, independentemente de prévio merecimento: O rapaz conseguiu a graça de arrumar um novo emprego em menos de um mês.
  4. [TEOL] Bondade de Deus, que concede ao homem favores, mercês: “E onde está esse teu pai inglês, que faz ele? – Vive na Inglaterra, não temos notícias há muitos anos. – Na companhia da senhora tua mãe, naturalmente. Diz-me lá. – Não, Monsenhor, minha mãe vive cá na Bahia, com a graça de Deus, e é professora das primeiras letras” (JU).
  5. Estado de quem está em contato com Deus, pela ausência de pecado: Acho que ele morreu em estado de graça.
  6. Sentimento de estima em relação a alguém; amizade, apreço: Aqui nesta vila sou feliz, pois tenho a graça de todos os moradores.
  7. Encanto ou airosidade de uma pessoa, no modo de falar ou de comportar-se; graciosidade: “A viveza, a graça e o espírito da encantadora menina tinham feito desaparecer meu natural acanhamento, nós estávamos como dois antigos camaradas, quando fomos interrompidos em nossas travessuras por um outro menino que para nós corria chorando” (JMM).
  8. Nome de uma pessoa: Qual é a sua graça?
  9. Pronome de tratamento reverente para duques, duquesas e arcebispos: Vossa Graça deseja mais alguma coisa?
  10. Aquilo que é divertido ou que faz rir; brincadeira, palhaçada: Mesmo depois de adulta, continua a fazer graça.
  11. Característica de quem é engraçado, de quem tem humor: Conta piadas com muita graça.
  12. [JUR] Prerrogativa de clemência exercida por um representante da justiça, dirigida a uma determinada pessoa; perdão.

sábado, 21 de maio de 2022

Pressão Interna

Eu recentemente tenho me bombardeado de informação. E o problema de ser bombardeado de informação é que em algum momento você começa a matutar e correlacionar coisas. Não sei se é o caso de todes, mas quando eu comecei a pensar o mundo, parece que ele resolveu me penalizar por isso. Não sei se é o mundo, ou se é apenas uma conclusão trágica, quase inevitável, de que não bastam as coisas serem difíceis de se explicar, mas de que há quem se aproveite disso para nos levar a horizontes mais trágicos.

Então vamos colocar aqui referências antes de sair falando um monte de loucura aleatória:
  • Minha Esposa
  • Clóvis de Barros Filho
  • Eduardo Marinho
  • Eduardo Bueno (Peninha)
  • Rafinha Bastos
  • Meteoro Brasil
  • Eu
Acho que tá bom, mas provavelmente tem mais gente que me influencia, mas a idéia é só colocar uma pequena galerinha por referência.

sábado, 16 de abril de 2022

Flambarda - A Detetive Elemental #61

- Tá, madeira. Árvore é igual a madeira então faz sentido aqui ter tanta madeira - Disse a detetive.
- Não está errado mas isso é um pouco simples demais, não acha? - Respondeu Elimar conforme dirigia para a vila.
- Honestamente? Não, quero mais que continue simples.
- Alguém não estudou o Wu Xing.
- E eu tenho cara de quem tem tempo pra estudar isso?
- Acho que você assumiu o cargo de detetive muito cedo.
- Finalmente! Alguém nessa merda concorda que eu to no lugar errado!
- Flambarda! Olha a boca! - Jéssica reclamou.
- Mas ele acabou de falar que não era pra eu ser detetive!
- Bom... Não foi exatamente isso. - Elimar respondeu. - E chegamos.

Um conjunto relativamente grande de pessoas, carregavam sementes e mudas em direção e as levavam a algum canteiro onde prepararam a terra. As luzes verdes se espalhavam pelo meio, invadindo até mesmo Flambarda, Jéssica e Elimar. Observar o plantio das árvores gerava uma sensação diferente por si só. Uma sensação esperançosa do início do crescimento de algo. Eles seguiam o grupo de semeadores e foram ofertados para plantar uma árvore. A detetive aceitou, inspirada pela ação em conjunto.

Ela olhava em volta, haviam outras luzes, mas a predominância do verde era notória. Quase como se o local estivesse sobrecarregado. Isso disparou suas lembranças sobre o pouco que ela lembrava de filosofia chinesa.

quinta-feira, 14 de abril de 2022

Não Existe Almoço Grátis - Ha!

Todo mundo deve ter escutado que não existe almoço grátis. E não dá pra dizer que é mentira. Realmente não existe. Se você quer almoçar, alguém tem que pagar por isso, seja você ou seja outra pessoa. A segunda frase sentença diz que se tem alguém almoçando de graça, alguém está pagando por ela e a alusão direta é de que isso é injusto. Como se as pessoas almoçassem de graça as suas custas e de forma injusta.

As suas custas, talvez, de forma injusta, certamente não.

Porque é muito fácil falar que se tem alguém almoçando de graça, outra pessoa tá pagando, mas é mais difícil dizer que: pra cada pessoa que não almoça, outra está acumulando comida.

domingo, 13 de março de 2022

Flambarda - A Detetive Elemental #60

- Tá sem sinal essa caralha. - Flambarda reclamou
- Sobe nesse aí mesmo filha
- Nesse aí qual?
- Nesta porra que está vindo.
- Hmmm, tá vindo porra é, mãe?
- Flambarda!

Conforme Flambarda reclamava estava vindo justamente o ônibus pra reitoria, que era o que elas precisavam pegar mesmo. Jéssica fez o sinal pro ônibus parar enquanto ia tentando empurrar a filha pra entrar no bendito do veículo ao passo que a jovem se perdia tentando achar um sinal de celular. Depois de algumas enxotadas elas subiram e foram procurando algum lugar para sentar, uma vez que estavam em um horário bom, um horário onde a galera estaria em aula. O problema é que elas estavam relativamente distraídas, e conforme discutiam e procuravam alguma informação sobre o CENPES, o que fez com que elas passassem do ponto, mas conforme elas se aproximavam do CCMN, os sentidos espirituais da detetive começaram a alertá-la das coisas.

Haviam muitas pessoas, com diversos sentimentos, mas ela reparou um certo desequilíbrio, e um desequilíbrio voltado para o elemento verde. Havia muito verde. Uma quantidade que ela não lembra de ter visto antes. Só tinha um problema, ela não sabia o que diabos isso significava, mas ela tinha certeza de que tinha alguma coisa errada. A questão agora era saber exatamente o que, tinha uma pessoa que poderia responder, e ela estava próxima, mas ela não sabia exatamente como chegar lá, mas ela pediu para saltar com a mãe por ali.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Beirando a Insanidade

Raphaela entra no divã do psicólogo, o Dr. Raphael. Ela o escolheu por uma coincidência de nomes. O que não é nem um pouco lógico, mas felizmente parece que resolveu o seu problema. Não é a primeira vez dela no consultório, e provavelmente não será a última. Ela está tão acostumada que se veste quase de pijama. Colocou a primeira blusa que pegou na gaveta, botou uma calça jeans e tacou-lhe as havaianas no pé. Ele, por ter que atender mais gente, tem que estar mais engomadinho, mas secretamente anseia por vestir o mesmo tipo de indumentárias despojada.

Ela é trans. Então conserva parte do biotipo masculino que se construiu. É alta, tem ombros largos, mas isso não importa. Ela já está fazendo a terapia de reposição hormonal, e algumas mudanças vem aparecendo lentamente. Ele é até menor que ela, e deu o laudo para que ela pudesse iniciar as medicações, uma gratidão que ela nunca vai esquecer, fazendo os seus corres diários, entregando comida aqui e ali, sob a crueldade dos malditos aplicativos, mas a renda de verdade dela vinha da prostituição.

E infelizmente, Raphaela tem piorado o seu quadro de depressão.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Sobre Filosofias de Destruição

Alguns contos meus são obras de ficção, não são coisas com as quais eu necessariamente concordo, mas hoje um evento na internet nos força a nos posicionar por uma questão de humanidade. O Monark, do Flow Podcast, um Podcast que eu curto porque teve muita história interessante que foi contada lá, resolveu dizer que acha que deve ter um partido nazista no Brasil.

E acho que antes de começar a falar, acho importante começar pegando o contexto da coisa, que diz respeito a legitimidade do partido comunista no Brasil. E em um dado momento, o Kim Kataguiri tentando demonizar os partidos comunistas que hoje existem, coloca que não existe um partido nazista (apesar de existir um não oficial). Tentando criar uma analogia entre o Comunismo e o Fascismo para que ambos sejam proibidos ou permitidos. O Monark então solta a sua pérola falando que deveria ter um partido comunista no Brasil.

E a idéia do Monark é que seja permitida a tolerância total a qualquer tipo de idéia, por mais absurda que seja. E que se uma idéia existe, devemos debater também a idéia oposta a ela. Ou seja, se dizem que a terra é redonda (fato), tem que escutar quem tem opinião diferente, seja ela a terra sendo plana, em formato de rosquinha, em formato de garrafa de Klein ou o que quer que seja. Se existem partidos que debatem diferentes idéias, tem que ter um partido que coloque Fascismo também em pauta. Só que, a idéia da Terra plana já é ruim porque ela é negacionista da ciência o que já é extremamente perigoso, mas a idéia do Facismo ela não é péssima, ela é desumana, ela é absurda, ela atenta contra a vida de quem não opina, e até mesmo contra a de quem opina.

Então, sim, eu sou Anti-Fascista.

Mesmo se fosse uma escolha emocional, você pode demonstrar que também é uma escolha lógica, e aí a gente volta no paradoxo do Karl Popper. Se você for tolerante com uma idéia que vai exterminar a sua, você provavelmente vai ter problemas se essa idéia em algum momento ganhar corpo. Então não tem essa. Brotou Fascismo, tem que rechaçar.

Isso se aplica a outras idéias também.

Racismo é simplesmente uma forma mais genérica do que o Fascismo faz. Idéia racista mata, e é por isso que a gente tem que combater isso também. Imagine só se os racistas decidem que você é o próximo alvo?

- Ah mas e o Comunismo que matou muito mais!?

O problema é que o Comunismo não prega higienização, não prega supremacia de uma raça. Os desastres humanitários que foram feitos no nome de um autoritarismo, que obviamente não é comunismo pois este é uma utopia onde não há governo, foram cruéis, mas foram feitos sob um contexto de soberania. Não era uma questão de dominar o mundo e implementar a supremacia branca, e sim de eliminar opositores políticos, o que também é uma coisa horrenda, logo o autoritarismo que persegue pessoas também deve ser rechaçado sempre.

O Racismo sim merece ainda mais destaque na mídia. Os eventos que se passaram na África e na América quando os europeus começaram sua peregrinação de colonização, foram genocidas e etnocidas. Então a gente não pode ser conivente com esse tipo de coisa, e tem que rechaçar, repudiar e etc.

Mas a gente tem que ser esperto. Não pode cair na arapuca dos algoritmos das redes sociais. Vamo com calma, e vamo com razão.

sábado, 22 de janeiro de 2022

Flambarda - A Detetive Elemental #59

A jovem vai até o banheiro, completamente acordada, ela não sabe exatamente o que fazer, mas ela se olha no espelho buscando alguma resposta, seja em si mesma, ou seja nos produtos cosméticos na pia, para os quais ela olha em seguida. As fagulhas elementais fluindo de um lado para o outro também são fonte de informação e parecem reagir ao próprio nervosismo dela que tem dificuldade para se controlar e entender a situação. Ela procura o telefone no banheiro, mas ela está nua, não há bolsos, e portanto precisa olhar a mochila onde ela geralmente larga o telefone. Não está lá, ela lembra que chegou tarde da noite e simplesmente jogou o celular na gaveta, e lá estava com as mensagens de Fabiana, Fernanda e Sofia.

"Que se fodam elas" - Pensou por um instante. Sua vida já estava conturbada o suficiente e ela precisava achar um jeito de colocar as coisas nos trilhos, ela pegou o celular procurando o número daquele cara que conversou com ela a pedido de sua mãe, um dos conselheiros da sociedade druídica. Infelizmente ela não havia anotado e ia precisar de outra forma pra falar com ele. Por alguma razão, aquele homem sábio que já lhe deu conselhos no passado, e foi indicado pela própria Jéssica. Algum borogodó esse cara tem. - "Será que minha mãe deu pra ele em algum momento?" - Ela pensou mas rapidamente desfez. Não fazia sentido pensar nesse tipo de coisa agora. O objetivo era outro.

Ela prontamente começou a se arrumar, e por se arrumar, entenda colocar uma camisa preta, calça jeans, all star, meter o rabo de cavalo no cabelo, e pôr a mochila nas costas. O destino era certo, a sede da SDRJ na Tijuca. Ela era uma Arcanista agora, teoricamente da facção rival, mas ela não estava nem aí pra isso. Só queria ajuda, ajuda de alguém que provavelmente sabia muito mais do que ela sobre o mundo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Flambarda - A Detetive Elemental #58

Fernanda: Desembucha
Flambarda: Que violência
Fernanda: Você gosta que eu sei
Flambarda: Já levei 3 socos daquele fdp
Flambarda: Definitivamente não gosto
Fernanda: Tá
Fernanda: E o que você sabe?
Flambarda: Não sei muito
Flambarda: Mas acho que tão corrompendo gente lá
Flambarda: Um cara lá dentro saiu de lá como malamorfo
Flambrada: Me atacou
Fernanda: Opora
Flambarda: Mas tô bem
Fernanda: Benzadeus
Fernanda: A gente tem que se encontrar
Flambarda: Hoje?
Fernanda: Eu te chamo
Flambarda: Ah
Flambarda: Então beleza.

"Cara, que que eu to fazendo da minha vida? Eu devia estar estudando pra faculdade, mas ao invés disso eu to aqui, me expondo, tentando resolver um problema que nem é meu! Essas divindades ficam descacentando o mundo, e eu tenho que consertar? E pra piorar ainda tem gente descacetando o mundo ainda mais! Só que... Eu me sinto viva! Eu sinto como se pela primeira vez minhas ações tivessem algum impacto na sociedade, por mais negativo que ele tenha sido até então."

Flambarda confabulou consigo mesmo por alguns instantes, tentando resolver a dúvida que pairava em sua mente enquanto era levada pra casa por um Uber. Enquanto isso ela parou pra ver a assinatura elemental dele. - "Água... eu devia estudar mais pra usar esse tipo de coisa a meu favor." - o fluxo do motorista era lento, ele estava calmo e concentrado, mas a noite fluia em elementos em muitos outros pontos. Agitações no alto dos prédios, provavelmente casais, ou talvez só alguem tocando uma punheta, ou uma siririca, vai saber.