sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Poder e Posse - Para onde estamos indo? (18+)

Eu tenho enrolado um tempo pra escrever isso, mas a verdade é que eu to cansado de guardar isso pra mim. A verdade é que a gente ainda tem que andar muito pra que a nossa educação seja de fato libertadora - eu não me excluo disso - e a gente tem que andar juntos. A forma com a qual a nossa sociedade está estruturada, pra mim, é horrível. Como isso é apenas um texto de um doidinho da internet, então muito provavelmente não reflete a realidade geral, e, naturalmente, reflete apenas a minha perspectiva sobre como as coisas estão postas, e essa perspectiva me diz que estamos destruindo as futuras gerações e que precisamos mudar a forma com a qual a sociedade está organizada.

Vamos começar a destruição das futuras gerações? Porque é exatamente aqui é onde começam as questões de poder e posse. Na educação de crianças - e eu não quero usar muito o termo crianças, porque são apenas seres humaninhes que estão tentando aprender como o mundo funciona. - que desde cedo estão incluídas em relações de poder para com as pessoas mais velhas e/ou mais fortes que elas. Como diria o Tio Ben: "Com grandes poderes vem grandes responsabilidades", e de fato educar ume ser humaninhe é muito difícil, pelo menos se você tenta tirar a estrutura de poder, e aí começa o problema.

O meu primeiro problema é dizer que é possível educar com poder, e talvez seja possível ensinar uma coisa ou outra, mas isso também ensina outra coisa. Ensina que quem tem poder manda, e que a forma de se vencer na vida é tendo poder sobre os outros. Eu não posso dizer que é o desejo de toda a criança, mas eu posso dizer que foi o de uma e é o de uma segunda, ser adulta pra poder se libertar das estruturas de poder que tentam dizer o que ela tem que fazer, como, quando, e onde. Sem porquês. Não é necessário explicar motivos. Não é necessário explicar coisas que talvez sejam complexas como sociabilidade, e sim que não envergonhem sues responsáveis (pq as vezes não dá pra identificar como mãe, pai ou outra coisa). A verdade é que, para e educadore, (ab)usar da estutura de poder é fácil e traz ordem ao caos com facilidade, dando o controle na mão de quem está no alto da estrutura. Educar sem poder é trabalhoso, toma tempo, requer explicações de novo e de novo e de novo, e as vezes junto com experiências pessoas que talvez não gostaríamos que e outre ser humaninhe passasse, mas que vão acontecer. Se é trabalhoso e toma tempo, então a gente tem outro problema. Nossa sociedade não tem mais tempo.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #70

- Direta ao ponto. Um pouco ameaçadora, mas disposta a matar no peito qualquer bola que eu mandar. - Disse Flambarda em voz baixa.
- Você sempre usa jargão de esporte?
- Eu acho que você entendeu um pouco errado, mas tudo bem. - A detetive repetiu o gesto de sua companheira olhando no rosto dela. - Bom, eu sei que você tá no meio desse mundo, como a Ana Luiza parece te conhecer, eu suponho que você seja uma druida. Dessa forma, eu imagino que você condicione o seu corpo pra evitar morrer nessa vida maluca que a gente vive. Eu tenho quase certeza que eu já te vi manipular energia antes eu só não sei até onde você consegue sentir as coisas, mas também sei que você sabe alguma coisa sobre essas benditas luvas porque uma vez você meio que me acobertou. Então...
- Nossa... - Sandra deu uma beiçada se mostrando impressionada. - parece que você fez uma pesquisa e tanto.
- Nem tanto. Eu deveria ter fontes melhores, mas eu sou uma merda de detetive que ao invés de ficar pesquisando a vida da pessoa por fora e coletando toda informação pública que você deixou pra trás, eu venho aqui na sua cara te perguntar os caralhos tudo sem qualquer evidência pra contestar qualquer porra. - E então a detetive girou a cabeça e passou a olhar em outra direção.
- É... - A druida arregalou os olhos, concordando com o que a detetive dissera
- Dito tudo isso, por que você me acobertou?
- Ah! Isso? Bom, você tem um luvetal na sua mão mas você não merece ser caçada por aí.
- A maioria das pessoas não liga pra luva, acho que ninguem anda por aí olhando a sua mão pra saber se você tem uma luva legal ou não.
- Não sei você, mas eu olho peito, bunda, pau, cabelo e rosto. No máximo olho pra mão pra saber o que a pessoa ta carregando.
- É mais ou menos o que eu olho também. - Mas nesse momento Flambarda estava notando que as energias que mais corriam por ela agora eram de fogo.

A porta se abriu e Fabiana chegou primeiro, como esperado porque a Sofia tem que vir lá de Botafogo. Ela trajava seu tipo de roupa clássica, shorts bem curtos, camisa cropped, tênis. Ao descer os olhos sobre Sandra ela naturalmente ficou admirada também, mas primeiro acenou para sua amiga, que acenou de volta, e então se sentou de frente pras outras duas colocando a bolsa rosa e espalhafatosa sobre a mesa.