sábado, 12 de setembro de 2015

Gyff & Tsumomo #32

Gyff não teve outra escolha, pois seus poderes haviam sido selados pelo dispositivo que Konvaa colocou em seu pulso. O que estava difícil de entender era porque o detetive insistia que ele o seguisse onde quer que a gueixa fosse. Ele não deveria estar no castelo, até porque Priscila tem mais o que fazer do que resolver problemas de pessoas que brigam no meio da rua.

A pulseira ainda permitia que os pensamentos dele fossem lidos mais facilmente, e ele podia sentir que um dos dois estava capturando informações das mais diversas aleatoriedades que ele estivesse pensando, esperando descobrir o porquê da briga. Só que ele estava distraído. Já havia falhado mesmo, então ele prestava atenção em qualquer outra coisa que chamasse a sua atenção. Como aquela jovem humana usando vestidos élficos carregando folhas de chá. Tsumomo sabia que era Helena, a auxiliar de Katsuyo, e até acenou para ela conforme passavam.

Enquanto caminhavam com um passo um pouco mais rápido, os dois conversavam entre si enquanto conduziam a frente:

- Tsumomo. Eu tenho que levar vocês pro departamento. - Disse o detetive.
- Ah, Konvaa, não será necessário. Você pode nos interrogar aqui mesmo enquanto caminhamos.
- Sério que você vai levar esse cara pro castelo?
- Ora. Vamos concedê-lo algum benefício depois de tal ato de bravura.
- Bravura?
- Ora, Konvaa, você acha mesmo que eu sou tão frágil? - E ela deu língua para ele.

Ao chegarem, ela tomou a frente do grupo e, para a surpresa deles, simplesmente fez uma mesura para os guardas e eles abriram caminho. Ela ficou do lado deles enquanto eles passavam pelo portão, que se fechou logo em seguida. Eles pareciam andar livremente por lá e Gyff nunca imaginou que ela tinha tamanho prestígio. Andaram um pouco e quando chegaram no pátio do castelo, ela puxou o detetive pelas vestes azul marinho e sussurou no ouvido dele:

- Precisamos entrar na sala do trono.
- Foi pra isso que você trouxe esse cara? - Disse ele um pouco mais alto do que ela gostaria.
- Não. - Ela continuou susurrando com muita calma. - Mas ele virá a calhar. - Ela então se virou para Gyff. E apontou para uma porta onde estavam um elfo e uma elfa negra de guarda. - Você, vamos até lá.

Gyff sabia que era para que ele fosse na frente. O castelo não parecia tão grande assim. E a construção parecia ser mais humilde do que ele esparava. Similarmente a academia, fios de prata estavam fixos na parede. Não haviam muitas estátuas nem quadros, nem muitos enfeites, o pátio era bastante grande, e bastante vazio também, maior que o pátio da academia de Someisa. O elfo perguntou antes que eles chegassem a menos de 10 passos de distância.

- O que vocês querem com Priscila?
- Achamos o ladrão de Sparklyns. Queremos entregá-lo a Priscila. - Respondeu a gueixa.
- Ora, levem ele as autoridades. O Senhor Konvaa devia ter feito isso antes de trazê-lo aqui. - Respondeu a elfa negra.
- Eu falei... - O detetive resmungou.
- Haha. Sério mesmo que vocês queriam enganar a gente? Deu pra ler na cara desse rapaz aí. Não foi preciso nem de telepatia pra sentir o quanto ele está confuso. - Ela continuou.
- Bom, então posso ver a rainha, por favor? - Disse ela juntando as mãos e se aproximando.
- Você tudo bem. - Disse o elfo. - Mas eles não.

Tsumomo entrou no quarto de Priscila, mesmo sabendo que a rainha não estava lá. Havia um espelho a esquerda dela, no qual ela posou e logo depois deu as costas para abrir uma passagem na parede logo a sua frente. Isso aconteceu mais ou menos no momento em que o solo da academia de Someisa vibrou por um curto período e em uma amplitude baixíssima em um raio suficientemente grande para atingir algumas casa. As notícias chegaram rapidamente ao castelo. Um guarda gritou para os guardas na frente do quarto da soberana.

- Houve um tremor na academia de Someisa!
- Estão todos bem!? - Perguntou o elfo.
- Felizmente sim! Foi pequeno!
- Tudo bem então! - Ele gritou de volta e se virou abrindo a porta do quarto da rainha. - Minha rainha, você...

Ele parou de falar ao ver que não havia ninguém no quarto, nem a gueixa que entrara há pouco tempo atrás.

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