domingo, 16 de agosto de 2015

Gyff & Tsumomo #28

Tsumomo pediu que Shwi lhe trouxesse um copo de Flax. Enquanto ela ia buscar a bebida para a cliente, uma outra gueixa se aproximou da mesa e fez uma mesura em direção a Tsumomo, que sorriu e fez uma outra mesura de volta, apesar de nem ter tido tempo de sentar. Shwi então retornou com a bebida e uma pequena pedra, a qual ela pôs sobre a mesa e Tsumomo a converteu em uma pequena xícara.

- Sempre bebendo lentamente, irmã.
- É claro! Alguém tem que cuidar dos que estão caindo em bebida. - Disse ela, sentando-se ao lado de um jovem elfo-negro. - E então, como está sua estadia em Yue Liang?
- Senhor Rjan, essa é a senhorita Tsumomo. Senhorita Tsumomo, esse é o senhor Rjan.
- Olá Rjan. - disse Tsumomo estendendo a mão.
- Encantado, senhorita. - Disse ele beijando a mão estendida.

O ambiente na Yue Liang estava animado. Na verdade muitos eram funcionários da academia de Someisa que hoje saíram mais cedo do trabalho a pedido da própria. Só que Tsumomo não tinha intenção nenhuma de encontrar Shwi. Na verdade ela estava esperando alguém chegar na cidade nesse dia e essa casa de chá era o ponto de encontro, porém ela não estava encontrando a pessoa, e seu código pessoal não permitia simplesmente levantar e ir embora.

- De onde vem, senhor Rjan?
- Nascido e criado aqui em Amaquabá. Não é a toa que o seu nome não me é estranho, senhorita.
- Você conhece Tsumomo, senhor Rjan? - Perguntou Shwi.
- E quem não conheceria? - Disse outra pessoa mais ao lado.
- Acho que já ouvi falar sobre você. Você é uma Succubus, certo? - Indagou o elfo
- Alguém parece ter feito o dever de casa. - Disse ela bebericando a xícara de Flax. - E você consegue dizer qual é a raça dessa bela gueixa na sua frente? - Ela apontou para Shwi.
- Eu? - Ela questionou. - Oras Tsumomo, você quer jogar esse tipo de jogo mesmo?
- Aqui está muito cheio, não podemos fazer do jeito que eu acho interessante. Então você vai ter que dar pistas para eles. - Tomou mais um gole. - Mas você pode mover seu cabelos, que tal?
- Tudo bem então! - Disse a gueixa que pegou uma faixa branca, a fez passear entre os clientes, e fez uma pose em frente a eles.


Gyff,voltou para seu estabelecimento. Não conseguia chamar aquele lugar de casa, por mais que já estivesse alguns dias ali. Ele ficava imaginando o que Nightstar iria preparar com aquele liquido que ele queria beber, e que ele agradecia por não ter bebido. A academia também fechou cedo. Muitos simplesmente não se importariam com isso tudo, e ele geralmente não se importaria, mas algo parecia estar muito errado.

E estava. Alguém bateu na sua porta.

Ele abriu, e foi abordado por um homem alto usando roupas azul escuro com uma capa da mesma cor. As orelhas pontiagudas mostravam que era claramente um elfo, e o emblema dos investigadores não foi a coisa que Gyff mais gostou de ver na vestimenta do homem de longos cabelos loiros.

- Olá, senhor.
- Boa noite. Eu sou o investigador Konvaa e eu gostaria de lhe fazer algumas perguntas.
- Oh. Tudo bem. Entre. - Gyff o convidou a entrar abrindo passagem para ele na porta. - Não repare na bagunça. Eu estou precisando arrumar o lugar.
- Já entrei em lugares muito mais bagunçados que este, senhor... - O investigador se movia para o centro do local.
- Fygg. - Disse Gyff juntando as mãos.
- Você quer dizer Gyff, certo? - Quando o investigador falou isso, Gyff deu-se conta que sua mente estava sendo lida. - Você não vai querer enganar um investigador. - O investigador falou, levantando as sobrancelhas loiras.
- Claro, senhor Konvaa. Me perdoe por não poder oferecer nada interessante para o senhor beber. - Ele soltou as mãos.
- Ah. Não se preocupe com isso. Eu queria saber... - Disse ele, virando-se para o ladino.
- Eu cheguei ontem de uma viagem longa, senhor. Eu espero que... - Ele dizia enquanto colocava a mão nos bolsos da calça.
- Me interromper também não é uma boa idéia, cavalheiro. - Konvaa se aproximou e encarou fortemente o jovem.
- Eu não sou bem um cavalheiro. - Que por sua vez não se intimidou e retrubuiu.
- O que foi que você pegou da academia de Someisa?
- Nada.
- Sério mesmo?
- Sério.

Konvaa sabia que estava lendo a mente de Gyff mas dessa vez ele não parecia estar mentindo. Gyff na verdade estava tão preocupado com os acontecimentos recentes na academia que não conseguia pensar na página que ele havia roubado da biblioteca. E ler mentes nunca foi muito fácil, pois a quantidade de informação e a falta de conexão entre elas torna tudo bastante difícil.

- Você é conhecido pelo nome de Black Cat, correto? - Disse o detetive, olhando em volta o ambiente.
- Não. - E de fato não era.
- Mas você esteve envolvido em um conflito com Someisa recentemente, certo?
- Ei! Eu nunca quis arrumar briga com ela. Ela que veio partindo pra agressão! - Gyff apontou para Konvaa.
- E você não é conhecido por Black Cat? - Disse ele se virando para o ladino novamente.
- Não.
- Tudo bem. Obrigado pela sua cooperação. Se souber de algo, avise na guilda dos investigadores, por favor.
- Pode deixar.

Konvaa saiu, e fechou a porta. Enquanto Gyff tentava pensar como um investigador conseguiu descobrir onde era sua instalação.

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