quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Frases Marcantes #2

"As pessoas mudam, e elas tem o direito de mudar"

Essa foi uma frase bastante interessante, e eu até hoje me pego pensando nela. Não foi pelo momento, mas foi porque essa frase conflita diretamente com a minha crença que concorda com o House - "People don't change" - dentre outras que ele solta durante a série. Só que, se ela conflita, então tem duas possibilidades, ou a idéia nova é aceita e a antiga é refutada, ou vice-versa, mas não é tão simples assim.

E eu certamente não tive argumento pra continuar a discussão, tanto é que aquela conversa parou ali. O fato é que até hoje eu não sei exatamente se ele estava certo ou não, mas uma coisa eu sei é que não importa o argumento que ele usasse, eu sabia que a partir dali eu refutaria qualquer coisa devido ao impacto que eu sofri. Fato é, até hoje não sei se isso está certo, ou se isso está errado, mas eu fico argumentando comigo mesmo pra tentar chegar a uma conclusão.

E como eu já disse eu não cheguei a nenhuma, mas o grande cerne é o que nós somos exatamente. Esse tipo de pergunta já é feita pelos filósofos há muito tempo atrás, mas ela continua sem resposta. Algumas pessoas acreditam que nós somos apenas um punhado de reações físico-químicas ambulante, enquanto outras acreditam que existe uma força motriz além da matéria que mexe essas coisas todas... enfim, tem explicação pra todos os gostos.

O problema é que eu sou de ciência da computação e a gente gosta de trabalhar com caixinhas interconectadas, base de dados e esse tipo de coisa. Geralmente enxergamos as coisas como uma caixa preta, com uma entrada de dados e uma saída de dados. Fato que eu não pensava assim antes, eu simplesmente achava que as pessoas eram exatamente aquela coisa e ponto, só que isso é muito ruim pra explicar os processos de aprendizagem, então eu tive que fazer um adendo.

Nós somos um núcleo que contem a nossa identidade, e com base no que temos na nossa experiência nós tomamos decisões.

Nisso eu ainda não tinha iniciado o curso de Ciência da Computação ainda, mas já mostrava pré-disposição pra coisa. Hu3

Só que aí a gente começa a se questionar:
  • Colocar uma coisa na memória não é considerado uma mudança?
  • É possível mesmo que aquele núcleo que define a gente nunca mude?
  • Esse modelo é realmente verdadeiro?
A última pergunta só vai ter resposta se eu for capaz de bolar um experimento que seja capaz de comprovar isso. Como eu ainda não pensei nesse tipo de experimento, eu nem sei se ele é possível e quais são as formas de furá-lo. Afinal, quando você faz uma experiência, o método com o qual você obtem um resultado é tão importante quanto o resultado em si.

A segunda pergunta é também binária, se efetivamente a lógica com a qual tomamos nossas decisões muda, então o núcleo é mútavel, o que gera mais questionamentos do tipo: "Como se muda o núcleo?" Um tipo de raciocínio combina bastante com algumas teorias baseadas em hábito. Parte da sua identidade para os computadores está baseada nos seus hábitos. Há quem diga que nossos costumes moldam a nossa identidade.

Porém podemos dizer que simplesmente houve sobrescrição da base de dados devido a massa de dados que vinha chegando a todo o momento, e então passamos a agir baseado com esse novo conjunto de informações. É particularmente interessante porque nossos hábitos geralmente fazem parte do nosso inconsciente, então é como se tivesse uma parte da base que não é diretamente acessível.

E por fim, é particularmente difícil dizer o que exatamente é mudança e o que não é. Eu como profissional de T.I. dando suporte usando ITIL, precisava enfrentar esses dilemas em alguns momentos. A filosofia do que é mudança e o que não é, se mostra bastante diferente conforme você conversa com as outras pessoas, mas geralmente, a inserção de dados em uma base em geral não caracteriza mudança. Se caracteriza mudança apenas quando se muda a infraestrutura da geração de dados, que nesse caso seria o núcleo lógico que toma as decisões.

Olhando dessa forma, fica particularmente bonito, só que... Não faz sentido porque, como dito antes, a maioria das perguntas está sem resposta! E eu não estou disposto a ir atrás delas porque eu tenho preguiça, e porque eu não escolhi estudar psicologia! Seria naturalmente justo eu querer que essas perguntas estivessem respondidas, mas sinceramente, acho que eu as prefiro deixar em aberto, porque de uma forma ou de outra, as pessoas não mudam.

Um comentário:

  1. Mudam sim! Inclusive você mudou muito. Pelo menos eu não te vejo tampando o ouvido e dizendo "faz essa criança parar" quando Alice chora. 😋

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