terça-feira, 30 de outubro de 2018

Flambarda - A Detetive Elemental #29

Naturalmente, como uma jovem moderna a primeira coisa que ela fez foi olhar o whatsapp ao invés de ligar pra mãe.

Sofia: Gente, eu to no hospital, o que aconteceu?
Fabiana: Que!? Ce tá no hospital?
Sofia: Tô. Cê tá onde?
Fabiana: Tô em casa já.
Fabiana: Cê ta com a Flam?
Sofia: Achei que ela tivesse com você.
Fabiana: Uai. Flam?
Sofia: Flam?

Flambarda: Que porra é essa Sofia?
Sofia: Ah! Graças a Deus que você tá bem!
Fabiana: Ufa! Vou pedir pro Japa parar de procurar então.
Sofia: Você falou com o Japa?
Fabiana: Falei sim.
Flambarda: Ai meu caralho.
Fabiana: Cê ganhou um?
Flambarda: Se eu tivesse ganho a primeira coisa que eu ia fazer é comer as duas.
Sofia: Opa! Tô na fila!
Flambarda: Sofia, a gente já sabe que você gosta de mim.
Flambarda: Menos.
Flambarda: Eu não sou lésbica nem bi.
Fabiana: O Japa confirmou que você tá no Praia de Botafogo 370, mas eu acabei de dispensar ele.
Flambarda: E como eu saio daqui?
Fabiana: Eu não sei.
Fabiana: Talvez se você fizer chamada de vídeo?
Sofia: Eu acho que eu consigo contactar um malandro que trabalha aí.
Sofia: Me dá uns minutos.
Flambarda: O Xiao ta aqui?
Fabiana: Quem?
Flambarda: O China que ajudou a gente no elevador.
Fabiana: Isso é bom, não é?
Flambarda: E eu sei lá.

O Grupo ficou inativo por alguns momentos, e Flambarda parou pra prestar atenção nas coisas que ela gerelmante não gostava. Como o fluxo de energia elemental que passeava pelo lugar. Da mesma forma que no ônibus, a energia vermelha que pairava pelo ar geralmente dançava ao seu redor. Ela se perguntava o que diabos isso significava, mesmo sabendo que as duas pessoas que poderiam responder não estavam lá naquele momento.

Ok, mas era hora de se concentrar, Flambarda levantou da cama o mais lentamente possível para evitar fazer barulho. Quem quer que a colocou na cama o fez de modo tão desleixado que manteve até os tênis calçados, o que facilitou bastante pra ela. Ela particularmente não queria acordar Xiao, mas a porta ficava logo ali do lado e ela estava se sentindo como em uma prisão. O ambiente estava começando a ficar cada vez mais assustador, apesar de ter sinal de celular.

Ela se aproximou da porta e puxou a maçaneta bem lentamente. E para a sua felicidade, ou tristeza a porta estava aberta. E o corredor transversal era particularmente extenso e o lado direito levava a um lobby aberto onde as paredes de vidro ou janelas, como você preferir chamar, permitiam uma vista direta da enseada. e também a permitiam ver que ela estava em algum andar particularmente elevado. Ela se aproximou da parede e viu que não dava pra ver muita coisa porque estava de noite, mas dava pra ver as luzes lá embaixo. Quando ela se virou, Xiao já estava a esperando na entrada do corredor.

- Até que enfim, hein, Bela Adormecida.
- Fala Aurora que é mais bonitinho.
- Uai? Aurora?
- É o nome da princesa, oras. Ta de zoa que tu não sabia, né?
- Conheço a Xuan Nu. Serve?
- Que?
- É... Mitologia Chinesa.
- Fala sério Xiao. Agora me conta, porque você tá aqui?
- Bom, eu tava só te vigiando.
- Dormindo?
- E eu ia adivinhar que a gente ia enfrentar essas coisas? Eu fiz maratona de League of Legends ontem de madrugada, cacete.
- Sei... E como eu saio daqui?
- Pegando o elevador, oras.
- Ah, e é pra que lado?
- Pra cá ó.
- Pera que eu tenho que pegar minha mochila.

Flambarda pegou a mochila e Xiao a conduziu até o elevador com a maior calma do mundo. Ela até tentou desconfiar mas a energia dele quase não tinha atividade. Na verdade ele parecia estar dormindo ainda e bocejava constantemente, ele chegou até a errar o botão de chamar o elevador, mas antes do elevador chegar, Flambarda o interrompeu:

- Vem cá, não dá pra gente descer de escada não?
- Até dá, mas vocè quer descer 18 andares de escada?
- Filho. Eu não vou pegar elevador na minha vida nem tão cedo.
- Ah, então vem por aqui.

Xiao desceu com ela pelos 18 lances de escada porque além dos 14 andares, tem 5 andares de estacionamento entre o primeiro, que era o térreo, e o segundo andar. A energia de Xiao parecia tranquila por todo o tempo, mas o clima claustrofóbico gerava um certo sentimento horrendo e uma instabilidade nos elementos da própria Flambarda. O final das escadas dava no lobby do edifício cujas portas ficavam travadas e fechadas com pesadas placas de metal na frente, quase como aquelas lojas de rua, e a saída era como se fosse pelos fundos, mas tanto o oriental como a detetive perceberam uma instabilidade de energia ali na rampa do estacionamento, que era o destino da saída remanescente do prédio.

Na verdade, duas instabilidades. Uma repelindo energia e outra concentrando, sendo que estavam muito próximas. Antes que pudessem decidir o que fazer, em um lampejo de ações o ponto de repulsa se movimenta em direção ao ponto de convergência, e logo em seguida se afasta em uma velocidade absurda, e uma criatura humanóide, que foi facilmente identificada pelos dois como o ponto de repulsa passa voando em frente ao pequeno corredor onde estavam Flam e Xiao, que se estavam se aproximando lentamente. Logo em seguida, a criatura saltou, e um homem surgiu no corredor desferindo, com as mãos, um golpe vertical ascendente e outro vertical descendente, o que permitiu que eles vissem o Malamorfo. O homem parecia tê-lo incapacitado e pronto para desferir um golpe final, porém Xiao se intrometeu.

- Não! - Ele gritou, correndo em direção ao homem pronto para socá-lo.
- Como assim não!? -  Disse o outro homem bloqueando o golpe sem problemas, no momento do bloqueio ele se virou revelando ser Gerson.
- Gerson!? - Exclamou Flambarda. Se aproximando lentamente

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