domingo, 18 de novembro de 2018

Noite de Lua Cheia

Era um noite tranquila numa cidadezinha do interior. Roberto, que era um cara que se misturaria fácil na multidão, estava na praça, sentado no banco, bebendo sua cervejinha, olhando para o edifício na sua frente sem pretensão nenhuma, até porque ele não tinha nenhum interesse na construção, e sim em apreciar a sua bebida gelada como um rapaz solitário que gosta de beber cerveja sem a companhia de qualquer outra pessoa. Até porque ele só tinha duas latas e ele queria beber as duas.

Por alguma razão, três estudantes colegiais japonesas com orelhas de animal. Uma de gato, uma de raposa, e uma de coelho, se aproximam do rapaz, que ao se deparar com a situação, mas não ter bebido muito prontamente soltou um. - "Cara eu tenho que parar de beber" - porém elas não pareciam ter qualquer plano mirabolante, mas a que possuía orelhas de raposa perguntou:

- Boa noite, meu consagrado.
- Diga, vossa senhoria;
- O que você entende de calcinhas. - O homem olhou desconfiado.
- Hmmmm... Eu sei que mulher usa. - Ele respondeu algo que parecia ser de conhecimento geral.
- Isso é verdade.
- Que bom.
- Mas você já viu a lua hoje?
- Não.

Roberto olhou para o alto e viu algo que nunca havia visto em todos os seus 25 anos de vida. A imagem era incrívelmente chocante e poderia perturbar a cabeça de qualquer pessoa e quase perturbou a dele, porém, aquilo era completamente novo, e ele jamais poderia imaginar que nuvens que se organizam conforme o padrão Cumulus-Nimbus, poderiam formar  Como isso pode acontecer? Era possível ver apenas uma parte da lua no céu uma vez que suas extremidades estavam cobertas por nuvens. Em todo esse tempo ele só havia visto a lua cheia sempre imponente no céu, ou completamente coberta!

- Meu Deus! - Disse Roberto
- Que foi? - Perguntou a coelha
- Fudeu.
- Fudeu o que?
- Fudeu geral!
- Como assim fudeu geral?
- Cês querem uma cerveja?
- Pra que?
- Pra assistir o fim do mundo. - Ele disse, quase sem emoção.
- Ta de zoa?
- Não to não, olha a estrela passando. - Uma estrela cadente realmente passou por trás da lua.
- Ooooooh. - Elas disseram em uníssono.
- Vai piorar.
- Não, pera. - Disse a gata. - Vem cá a gente só quer saber se você conhece alguém que faça calcinhas sexy.

Essa pergunta pegou Roberto de surpresa. E agora? O que responder? Uma palavra errada e elas poderiam odiá-lo para sempre. Esse sentimento corroeu suas entranhas por um tempo, até ele se lembrar que ele realmente não se importava e só queria ficar ali no banco da praça bebendo cerveja e observando o fim do mundo acontecer, porque se fosse pra ver o fim do mundo, que seja de camarote.

- Sei lá. Porque vocês não vão na Marisa?
- A gente já foi lá. - Respondeu a gata.
- E não compraram calcinha de lá?
- Provamos mas as calcinhas não são confortáveis.
- Pera. Você quer uma calcinha sexy porém confortável?
- AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE PORRAAAAAAAAAA. - Comemorou a raposa. - ELE ENTENDEU.
- As calcinhas sexy não são confortáveis?
- Nem um pouco.
- Que merda.
- Tem que ver quando entra na bunda.
- Pera, a calcinha entra na bunda?
- Ah, cara, você não entende nada de calcinha. Vai se fuder. - Assim que a raposa falou isso o trio foi embora.

"Eu hein. Só dá maluco nessa porra." - Roberto pensou, enquanto voltava pra casa ajeitando a calcinha porque já ia dar meia noite e ele ia se transformar em Roberta, como acontece toda bendita lua cheia.

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