segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Gyff & Tsumomo #53

- E qual seria o seu nome, inspetor? - Gyff perguntou, retraindo sua mão.
- William. - O detetive respondeu, se recompondo.
- Já ouvi falar nesse nome.
- É bastante comum. Você só não precisava quebrar a cadeira.
- Ah. - Ele usou magia e rapidamente restaurou a cadeira. - Estamos quites.
- Já temos algo com o que trabalhar. Estamos quites. - William disse, mostrando a porta.

Os outros funcionários do departamento estavam relativamente pasmos pois William não estava preocupado, e sim com um sorriso no rosto, da mesma forma estava o ladino. Não parecia uma briga de fato e sim duas crianças se divertindo. De forma destrutiva, porém ainda assim uma diversão. Eles abriram espaço para que Gyff saísse conforme ele se aproximava da porta.

Conforme ele saiu daquela sala, ele viu Lina, que parecia emburrada, Tsumomo, triste, e Cowboy, levando-a de volta para sala onde estava Konvaa. Ele a despachou e foi falar com o seu parceiro.

- Gyff!?
- Sim.
- O que você está fazendo aqui?
- Fui capturado entrando no castelo.
- Cara o que você fez?
- Os guardas me pararam, e eu dei meu jeito de entrar.
- E de sair também.
- Pois é. - Houve uma pausa no diálogo por um instante.
- Descobriu algo?
- Sim. - Gyff pausou o diálogo novamente.
- O que? - Cowboy perguntou.
- Alguns elfos que trabalhavam no castelo não estão mais por la.
- Tinham elfos no castelo?
- Sim.
- Desde quando?
- Bom. Eu tenho certeza que tinha ainda mais cedo. Essa noite parece mais longa que as demais.
- Já se iniciou um novo ciclo.
- O sol ainda não nasceu. - A terceira pausa.
- E o que você vai fazer agora?
- Dormir. - O ladino encerrou a conversa, saindo do departamento.


- Tsumomo? Que cara é essa? - Higuma perguntou.
- Deixa pra lá.
- Você deveria voltar para onde, Higuma? - Perguntou Konvaa.
- Para o norte, em Gemwood. - Ela respondeu.
- Amanhã vocês irão para lá.
- Podemos voltar então? - Tsumomo parecia visivelmente cansada.
- Negativo. - Konvaa disse com sua rispidez habitual. - Vocês irão dormir aqui. Não irei colocá-las em celas, mas certamente não irão muito longe.
- Konvaa. Eu não posso. - A gueixa tentava argumentar. - Eu sou uma gueixa, eu tenho clientes para servir.
- Eu tenho certeza que seus clientes gostariam de saber que você foi a gueixa que salvou a rainha.
- A rainha não me importa mais, Konvaa.

Cowboy, que acabara de entrar, Konvaa e Higuma olharam, pasmos, para Tsumomo. A mulher que tentou proteger a rainha e evitar algo ruim na cidade acabara de dizer algo extremamente sério.

- Tsumomo, não me diga que... - O detetive parecia levemente transtornado.
- Não. Eu não tenho nada a ver com esse rapto. Só pouco me importa a rainha. - A artista completou.
- Então... Por que você... - Higuma tentou entrar na conversa.
- Por que eu estava lá? - Ela fez questão de completar novamente. - Porque essa sou eu. Impulsiva. Eu ouvi falar de um problema e arquitetei um plano mirabolante. Até que funcionou melhor do que eu esperava.
- Agora mesmo que você não sairá daqui! - Konvaa disse batendo com as mãos na mesa. - Você tem um dever a cumprir Tsumomo. Goste da rainha ou não.
- Posso pedir que uma pessoa durma comigo pelo menos?
- Higuma pode dormir com você.
- Não quero Higuma.
- Não? - Ela perguntou, surpresa.
- Minha parceira está ali fora me esperando.

Konvaa se levantou, pediu que Cowboy saísse e voltasse para o bar. Ele o fez, um pouco a contra-gosto, mas pelo menos ia ser mais fácil de falar com Gyff no dia seguinte. O detetive o acompanhou até a saída em silêncio e não viu ninguém em especial esperando nas na cadeiras, então entrou novamente se trancou junto com as outras duas mulheres.

- Quem está te esperando Tsumomo?
- Lina. Uma mulher mais cheia e bem exuberante com um vestido roxo.
- Sinto muito, mas ela não está.
- Como?

Tsumomo já estava de pé e empurrou Konvaa para o lado para tentar, inutilmente, abrir a porta. O detetive, então resolveu o problema dela, que ao abrir e não encontrar ninguém sentiu um aperto gelado de solidão em seu coração.

- Tudo bem. Eu fico sozinha então.

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