domingo, 23 de março de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #94

A hesitação de Sofia, foi o necessário para que Entrenós conseguisse pegar Flambarda pelo pé, por mais que Fabiana tivesse tentado atrasá-lo. Então, no movimento mais contra-intuitivo o possível, ela jogou a mochila que segurava para longe da confusão, abaixou, e pôs as mãos na terra, olhando para baixo. Bibi, obviamente, ficou puta.

- Caralho, Sofia! Cê vai rezar agora!?

O algoz da detetive se aproximou dela e a jogou escada abaixo, e ela caiu o melhor que pôde, o que não foi exatamente muito bom, com uma dor maciça no momento do impacto que debilitou seus movimentos por algum tempo. Ele caminhou e pegou sua adversária pelo colarinho da camisa para levantá-la e imprensá-la contra a parede, e sua amiga, desceu a escada para ajudá-la sem pensar duas vezes. Uma vez que ele estava de costas e parecia distraído, ela fez a coisa mais estúpida, e machista, mas que foi a primeira coisa que veio em sua cabeça.

Fabiana, enfiou o polegar no cu de Entrenós, o mais fundo o que conseguiu, o que não foi muito, mas certamente incomodou a ponto de fazê-lo soltar Flambarda, e virar sua atenção para si. A detetive então não deu mole pra distração e começou a socá-lo com toda a força que tinha na região do abdôme, o que o fez se contorcer de dor, e bibi, sem saber exatamente como bater, deu o melhor soco no saco que conseguiu. Mais alguns golpes desferidos pelas jovem e o dono da 2a2 caiu no chão, sem ação. Flambarda se certificou de acertar mais alguns golpes na cara pra ter certeza que ele estava desacordado.

sexta-feira, 14 de março de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #93

Elas haviam saltado na Estrada da Gávea, se puseram a andar na direção para qual os números desciam, e não passaram por nenhuma espécie de padaria ou pastelaria. Tinha até um restaurante meio chique, mas não era do tipo de 3 jovens desesperadas por algo rápido pra continuar sua busca.Felizmente, havia um posto de gasolina com uma lojinha de conveniência logo ao lado. Seria a escolha perfeita, se os olhos de Flambarda não estivessem focados em encontrar movimentos estranhos de uma energia que poucas pessoas tem a maldição de ver.

O lugar estava normal, mas, para a detetive, havia uma corrida contra o tempo, especialmente porque ela parecia imaginar um ponto de singularidade uma vez que havia uma direção para o qual pouquíssimas fagulhas luminosas corriam. Só que, se você precisa enfrentar algum problema, é melhor não fazê-lo de estômago vazio. As três pegaram um salgado e um refresco, aproveitando a promoção de 10,00 reais, e se sentaram na mesa pra encher a barriga com alguma coisa, porque, podia ser comida, mas a qualidade era duvidável.

- 10,00 reais é foda. - Flambarda reclamou, enquanto comia.
- A tendência é ficar mais caro - Sofia comentou.
- Porra, qualquer lugar é mais barato que loja de conveniência. - disse a detetive que mordeu outro pedaço do salgado na sequência.
- Mas vai saber onde tem padaria aqui, né? - Bibi completou.
- Se é que tem padaria. - Disse a senhorita Benks.

quinta-feira, 6 de março de 2025

A Guerra é Inevitável - Organize-se e Fortaleça-se

Se o moderno buscava encontrar um universal baseado na racionalidade, ele até agora não conseguiu. Wittgensten tentou fazer isso com o Tratado Lógico-Filosófico em 1918, mas seu sucesso é bastante questionável. Até porque, pelo que eu li do Lyotard, não tem nada do tratado amarrado ali. Tem na verdade uma crítica pesada a ciência e as políticas de desenvolvimento da mesma. Não é uma questão de ser anti-ciência, mas sim de fazer uma crítica a direção que a ciência foi tomando especialmente a partir da idade moderna.

Euler era foda.

Alguns leitores de Kant dizem que sua obra procura racionalizar as coisas ao extremo e chegar no limite. Eu talvez tente fazer a mesma coisa com o meu texto, mas não sei se chegarei no mesmo ponto que Kant, só que eu tenho um objetivo aqui que é olhar também para os fenômenos fascistas, algo que é uma preocupação genuína no mundo atual. Então, eu tenho um escopo um pouco mais limitado. Eu quero encontrar os limites da razão olhando para questões sociais, porque o fascismo é um fenômeno social, e portanto político.

Eu falei sobre isso no passado também e sobre a importância de ser anti-fascista, além disso sobre a importância ainda maior de ser anti-racista porque o fascismo ele é basicamente uma extensão daquilo que hoje conhecemos como racismo. O grande lance é que eu não sou Comunista apesar de ser claro que o que a maioria das pessoas entende por Comunismo não é nem metade daquilo que o velho Marx colocou no manifesto. Como muitos outros socialistas ou comunistas dizem, a gente não pode fazer uma análise baseado nas utopias colocadas nas nossas cabeças e sem analisar a realidade como ela de fato o é.

domingo, 2 de março de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #92

Flambarda guardou o celular de volta na mochila pensando em qual seria seu próximo movimento. Seus olhos que se acostumavam dia após dia com a condição de enxergar as fagulhas elementais já começava a identificar alguns padrões, combinado com algumas coisas que ela começava a compreender, mas ainda era necessário pensar muito, essas coisas ainda não estavam em seu "sangue". Felizmente, naquele momento, nada parecia fora do normal, ou, se tinha, pelo menos ela não era capaz de perceber. Isso a deixava um pouco mais tranquila, porque provavelmente nada fora do ordinário aconteceria.

"O Japa confirmou que o Rodney tá por lá. Eu já sei que tem alguma ligação entre o que acontece em Botafogo com o que está acontecendo em São Conrado, mas eu não sei o que tá acontecendo lá. Ainda assim, as coisas estranhas acontecem em Botafogo provavelmente porque os druidas filhos da puta ficam quizumbando aquela porra influenciando o caralho da boate com energia de fogo. Tem alguma coisa mal explicada. Na verdade esse papo desses bicho torto é muito mal explicado. Até agora eu só sei que eles aparecem de noite, e tudo o que eu sei é que essas caralhas aparecem quando falta energia em algum lugar. Tem caroço nesse angu."

A detetive saiu do metrô no centro encontrou suas amigas e foi pra aula, o dia parecia particularmente normal, as aulas estavam chatas, ela não queria estar lá mas estava se esforçando. A companhia das amigas segurava um pouquinho, e o Japa também tava lá, mas não chegou a interagir. Fabiana e Sofia, em contrapartida foram até ela durante o intervalo, especialmente porque a primeira tinha um interesse em particular.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Um Ensaio Sobre a Condição Pós-Moderna

Pra começar bem o ensaio. Existem duas grandes idiotices sobre a pós-modernidade

  • Dizer que a pós-modernidade é sobre a negação da verdade.
  • Se dizer pós-moderne e alegar que não existe verdade.

Eu não sou formado em filosofia, só tenho muita curiosidade e escuto um monte de gente falando sobre o tema, enquanto tento formar a minha própria linha de raciocínio. Tão importante quanto escutar a nova geração de youtubers filósofos, é talvez ler alguns livrinhos, e nas minhas pesquisas, o autor que dá uma síntese sobre a pós-modernidade é ninguém menos que Jean-François Lyotard.



Eu acho muito engraçado que as pessoas pra citarem filósofes pós-modernes vão citar sempre os homens que estão quase na esteira do iluminismo e da modernidade. Nietzsche e Michel Foucault, são figurinhas carimbadíssimas, e geralmente eles são muito citados por comunistas como "inimigos". Até onde eu entendo isso é até esperado porque um filósofo sempre tá tentando refutar o que o cara de trás tava tentando dizer. Isso obviamente não significa que essas pessoas não tenham viéses que quase sempre se distanciam das idéias de Karl Marx.

Além do mais, até onde eu entendo Karl Marx não foi filósofo nenhum. Se você colocar todo e qualquer estudioso como filósofo, aí Albert Einstein também é (e talvez o seja). A pessoa que seria o filósofo que dá a base para que Carlinhos faça seu trabalho é Hegel com a sua questão da dialética. Que é uma coisa que deveria até ser mais intuitiva. A gente entende as coisas por comparação e muitas vezes um conceito só existe em contraposição a outro: A gente sabe que uma coisa é rápida quando tem outra devagar pra comparar. Ou seja, uma coisa é mais rápida que outra, ou mais devagar que outra.

Eu aí é importante dizer que não é que as coisas sejam relativas umas as outras necessariamente, mas nós entendemos as coisas criando relações entre elas. A gente sabe que uma maçã e uma uva são coisas diferentes porque a gente é capaz de olhar pra elas e observar suas características físicas. Cor, tamanho, tenacidade, sabor, etc. etc. etc. Dá pra dizer que o Robertinho é mais forte que o Cleiton porque o Robertinho pega 50kg no Supino e o Cleiton só pega 30kg.

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #91

Flambarda acordou pouco antes das 9:00. Ela ficou alguns minutos a mais olhando para o alto vendo as energias passeando pelo teto  e pensando no que está faltando. O que será que Fernanda sabe? O que será que Rain sabe? Qual é a verdadeira extensão de seus poderes como líderes de facções que operam nas sombras, mas bem embaixo de nossos narizes? Soltou então um suspiro, relativamente desamparada. Rolou para fora da cama, pegou algumas roupas e se deslocou até o banheiro vagarosamente. Ela fez o seu xixi enquanto bocejava e matutava a respeito do que estava acontecendo, ainda sem sucesso, e prosseguiu para colocar as roupas para se sentar à mesa da cozinha.

Jéssica, já tinha preparado a mesa, e tinha até se adiantado e servido a tigela de cereais que a sua filha geralmente come enquanto a TV, ligada na rede globo, transmitia o clássico programa da Ana Maria Braga. A mãe da detetive então se sentou a mesa e passou a fazer um sanduíche com pão francês enquanto se preparava para começar um diálogo.

- Não sabia que você gostava de vestido. - Jéssica provocou
- Que? - Flambarda ainda estava acordando.
- Eu não sabia que você gostava de usar vestido. Só vejo você andando de camisa e calça por aí.
- Que que cê tá falando, mãe?
- Da buceta do vestido que tá no chão do seu quarto. Porra. - A mãe perdeu um pouco da paciência.
- Ah. Desculpa.
- Hm. E qual é a do vestido.
- Bem... - A detetive estava pensando na melhor forma de explicar para a mãe. - Duas coisas. Foi um presente, e eu preciso disso pra trabalhar.
- Filha...
- Que foi? - Ela disse com a boca cheia.
- Você virou puta?

Naturalmente, antes de falar qualquer coisa, Flambarda cuspiu sucrilhos e leite pra tudo quanto é lado numa mistura de espanto com riso.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #90

- Bom, eu vou tentar resumir. - Flambarda continuou.
- Vai. - Pediu Fernanda.
- Cheguei lá, o povo se pegando, eu tava sentindo umas paradas meio estranhas, como se alguém estivesse mexendo nas energias do ambiente.
- Hm.
- Aí os cara me acharam, dei porrada em 2. 1 fugiu, mas o outro me contou um monte de coisa.
- Fácil assim?
- Não, eu mamei ele.
- Fácil assim?
- Sei lá. Parecia a coisa mais óbvia a se fazer.
- Mas ter alguém mexendo nas energias explica bastante coisa.
- Como assim?
- Oras, quer dizer que estão manipulando o ambiente pra induzir as pessoas a fazer alguma coisa.
- E pode isso?
- Poder pode. Se deve fazer aí são outros 500.
- Eita, cê já foi druida?
- Não, mas eu tenho que entender essas porras sendo quem eu sou.
- Hmmm...