terça-feira, 8 de maio de 2018

Flambarda - A Detetive Elemental #8

- Por que você está tão preocupada?
- Porque isso aqui pega fogo! Isso aqui é perigoso pra cacete! Afinal, tudo que eu fiz até agora foi perigoso pra cacete!
- E se nós lhe dermos 1.000,00 R$? -  Foram as palavras mágicas para mudar o humor de Flambarda que estava quebrada.
- Bom... aí né a gente pode conversar. Mil reais dá pra fazer alguma coisa apesar da inflação.
- Você vai investigar os casos então?
- Eu posso pedir um adiantamento de 150,00 R$? - Disse ela forçando um sorriso.
- Claro! Aqui está! - O homem puxou 3 notas de 50 reais da carteira e Flambarda foi capaz de ver que haviam muito mais, mas preferiu não comentar.
- Muito obrigado! Por onde eu começo?
- E eu sei lá! A Detetive é você!
- Ta de sacanagem?
- Não! Hehehehehe - Ele deu uma risada bastante debochada. Ambos sabiam que ele já sabia de algo e que não queria contar pra ela.
- Então foda-se. Eu vou descobrir e descolar os outros 850,00 R$. Fui!

Decidida a resolver o caso. Flambarda simplesmente se virou e marchou para fora, os outros membros continuaram sentados observando a mulher cheia de atitude sair. Ela já estava bastante nervosa com toda ess situação então ela só queria pegar a grana e sair, independente de onde isso tudo ia a levar, afinal ela estava respaldada por uma sociedade com membros bastante influentes na sociedade como o chefe dos bombeiros! O que podia dar errado?

Conforme saíam, ela notou que Rodney a estava acompanhando e ela foi logo puxando papo.

- Então Rodney... - Mas ele a interrompeu.
- Shhhhhhhhh - Ele fez o gesto clássico com o dedo. - Silêncio na biblioteca! - Sussurrou. E foi aí que ela começou a falar mais alto só de implicância.
- ENTÃO, RODNEY, SIGNIFICA QUE VOCÊ PODE VER O FUTURO!?
- Pelamordedeus! Fala baixo! - Ele sussurrava.
- O QUE!? EU NÃO TO ESCUTANDO! - Não tinha ninguém na biblioteca, eram 4 horas da manhã.
- Eu te falo ali fora. - Ele a pegou pelo braço e a rebocou para fora da biblioteca. - Cê tá maluca!?
- Não! Eu quero saber o que diabos você faz como curador do destino! - Ela voltou a andar calmamente em direção ao portão que estava trancado. - Ah droga!
- Ah! Desculpe! - Ana Luiza basicamente brotou pois eles não a viram chegando, ela abriu o portão e os cumprimentou. - Tenham um ótimo dia!
- Donde é que ela veio? - Perguntou Flambarda, retoricamente.
- Bom, ela veio... - E antes que pudesse responder, Rodney levou outro pescotapa.
- Você não sabe quando uma pessoa pergunta de sacanagem!? Pelamordedeus! - Disse ela se retirando.
- Ei! Volte aqui! - E ele foi atrás dela. - Não posso deixá-la sozinha!
- Claro que pode. Na verdade eu vivi vinte anos sem você.
- Isso é verdade... - Ele pensou por um momento. - ...Não! Não é isso que eu quero dizer! As coisas são diferentes agora!
- Ta então me responde. - Ela parou, fez um olhar mais sexy que sua alma cansada conseguiu e perguntou. - Você quer me comer?
- Que?
- É isso aí. Eu quero saber se você quer me comer.
- Como assim!? Isso não faz sentido!
- Porra, Rodney! Responde sim ou não!
- Eu quero! Mas não é assim que funciona!
- É assim sim! Deixa de ser viado!
- É! Deixa de ser viado! - Gritou um transeunte que passava do outro lado da rua.
- Não! Não é bem assim... - Ele se enrolava, e ela logo cortou.
- Tá, eu já entendi que você é gay. Você podia ter dito logo, era mais fácil. - Ela voltou a andar rumo a padaria.

Ele realmente não era homossexual, mas sua moral não lhe permitia simplesmente ir e fazer a coisa. Não desse jeito que ela propôs. Então ele pediu mil desculpas, abaixou a cabeça e se retirou em direção a estação de metrô.

Eram quase 5:30 da manhã quando o telefone de Flambarda tocou. Era a mãe dela desesperada querendo saber onde ela estava. Ela respondeu que estava na padaria, que era onde ela realmente estava e que estava levando o pão hoje, aproveitou e perguntou pra mãe se ela queria algo mais e ela pediu mortadela, que foi também comprada. Não demorou muito mais ela estava em casa tomando café da manhã com a mãe, porém delirando com todas aquelas malditas luzes. Sua mãe até percebeu mas Flambarda desconversou e ficou por isso mesmo, já que sua mãe precisava sair para trabalhar.

Já eram 7:00 e ela estava no quarto. Ela ligou o roteador e foi pesquisar na internet sobre os atentados ocorridos e infelizmente não havia nada nos jornais. Não havia nenhuma informação escondida nos cantos do Google e ela certamente não entraria no 4chan de novo. Vendo que estava sozinha em casa, resolveu relaxar. Fechou as cortinas, ficou peladona, e colocou Simone e Simaria pra tocar no último volume enquanto procurava alguma coisa na internet sem obter sucesso algum, o que a estava deixando entediada. Ela resolveu então tomar um banho.

O banho estava muito bom, e ela aproveitou pra fazer suas coisas de mulher o que certamente a ajudaria relaxar e acalmar o seu fogo, o problema é que assim que ela apagou o seu fogo, ela viu que a luva dela estava em chamas, o que a fez pular de susto e jogar o frasco de shampoo na parede. - "Inferno! Inferno! Inferno! Inferno! Inferno!" - Ela gritava enquanto batia na parede. - "Agora toda vez que eu fizer sexo isso vai pegar fogo!? Quem é que vai me querer!? AAAAAAAAAAAAAAH". - Ela começou a ficar desesperada e em prantos, e o que era pior, estava sozinha em casa, o que podia acarretar em algo bastante ruim. Flambarda começou a bater na parede sem nem se preocupar com o vizinho, estressada, ela socou a parede com toda a força na esperança de que essa luva fosse servir pra alguma coisa apenas para quebrar a mão.

A dor foi tão intensa que ela ficou sem voz. Paralisada, com o corpo trêmulo, ela olhou para a mão ainda pegando fogo e viu que a chama mudou de cor e ficou verde. A dor foi lentamente desaparecendo mas ela continuou paralisada porque ela não conseguia acreditar que aos poucos sua mão estava voltando ao normal naquele instante. Cansada, de joelhos, no chão do banheiro, não sabia se ria ou se chorava do caos completo que em que sua vida entrou em apenas três dias, e conforme a adrenalida baixava, a chama da luva ia se apagando. Ela terminou de se limpar, desligou o som, e se vestiu com suas roupas casuais - de um guarda-roupa do qual a Mônica se orgulharia - e resolveu ligar para Sofia para contar tudo, mas ela não sabia nem por onde começar.

- Alô, Flam!? - Disse Sofia com uma voz de quase irmã preocupada.
- Oi Sofia! Graças a Deus você me atendeu. - Escutar a voz de sofia foi reconfortante. - Eu tô muito triste, mas também tô muito feliz.
- Menina, o que que aconteceu?
- Esta porra deste caralho desta luva do capeta! Você acredita que ela resolveu pegar fogo depois que eu gozei!?
- Putz! É sério isso?
- É sério sim, miga.
- Como é que você vai dar agora, Flam?
- Eu realmente não sei. - Um breve momento de silêncio se instaurou depois disso.
- Tá, mas qual é a boa notícia.
- Ah! Eu soquei a parede!
- Que porra de notícia é essa, Flam?
- É! Eu soquei! E eu acho que quebrei a mão; mas daí a luva fez um fogo verde aqui e minha mão voltou ao normal.
- What!?
- É! Muito doido, isso!
- Caralho, Flam. A gente tem que descobrir que porra é essa! Já falou com a Bibi?
- Não falei ainda não.
- Deixa que eu falo com ela, se você falar ela vai ficar maluca.
- Ela vai é ficar puta comigo porque eu não falei com ela.
- Tá... Então a gente se fala na faculdade. É bom que o Japa vai estar lá e a gente aproveita e aperta ele porque eu acho que ele sabe de alguma coisa.

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