sexta-feira, 18 de maio de 2018

Flambarda - A Detetive Elemental #12

Flambarda precisou agradecer muito a Sofia aquele dia. Afinal o cortador de unhas salvou a vida dela pois ela teve a oportunidade de ajeitar seus dedinhos, apesar de estar profundamente triste pelo que ocorreu, mas profundamente feliz por ter finalmente conseguido dar uns beijos na boca. Quando voltaram pra casa elas ficaram zoando Flambarda mas ela não estava nem aí, zoou pra caramba também e estava doida pra ligar pra ver se marcava de novo pra ver se rolava uns finalmente. Porém, ela sabia que pelas regras da sociedade ela precisava dar um gelinho nele pra dar uma vontade.

Quando ela chegou, sua mãe já estava dormindo. Ela tirou a roupa toda e foi dormir peladona depois de dar uma aliviada no fogo. A luva entrou em chamas novamente mas, ela já não estava nem aí. Ela sabia que a fornalha baixa estava acesa e queria mais ela relaxar mesmo. Ela ia pensar em como ia fazer sexo com o cara sem fazer ele pular de susto depois, agora ela só queria fantasiar mesmo. A noite de sono foi particularmente boa. Fazia um tempo que ela não tinha uma noite tão boa assim.

Mas um novo dia raiou, e como todos nós sabemos, desde que ela pegou a luva os dias não tem sido nem um pouco rotineiros. E certamente a rotina não estaria presente nesse, uma vez que ela acordou mais cedo sozinha, se vestiu e foi lá na cozinha preparar o café enquanto assistia o PEGN com a mãe! O que uns beijo na boca não faz, não é mesmo? Mas ela já tinha um objetivo em mente depois de lavar a louça. Ela precisava cobrar o dinheiro que a SDRJ estava devendo a ela, uma vez que ela solucionou o caso.

- Que caso que você solucionou? - Perguntou Exodus.
- Oras! Eu descobri quem era que batia nas pessoas misteriosamente! Certamente era o Valdir!
- Eu acho que se fosse o Valdir, a Olivia não ia ter mais um caso de agressão.
- O que!?
- Eu se fosse você ia falar com ela. Aliás. Você precisa aprender a se defender. Parece que se Rodney não estivesse lá você teria uma alta probabilidade de estar morta.
- Se o Rodney não estivesse lá, essa merda toda não teria acontecido! Essas merdas só acontecem quando ele está por perto.
- Ora, mas ele é o curador do destino. O objetivo dele é permitir que o destino se desdobre da forma que tem que ser.
- Porra nenhuma! Ele ta mais pra cavaleiro do apocalipse! Afinal se ele é o curador do destino, então porque ele não me diz logo o que vai acontecer comigo.
- Porque ele não consegue! Ele é apenas um curador, não um vidente, mas ele é capaz de sentir quando o seu destino pode ser interrompido.
- Conta outra, Rain.
- Sério! Você devia ser mais grata a ele.
- Tá e quem é que vai me ensinar a me defender.
- Você mesma. Ta achando que a gente vai te pagar um curso?
- Vocês me jogam no buraco e ainda jogam o cimento, hein? Puta que pariu...
- Brinks. A gente vai te dar aula sim, mas primeiro a gente precisa descobrir qual é a arte marcial mais compatível com você. Vamos ver...

Nisso. Rain se levantou do banquinho e foi para trás do altar. Ele fez alguns gestos com as mãos e novamente as luzes de Flambarda saíram de seu corpo e começaram a desenhar no ar, fazendo padrões que pareciam formas humanas, mas era bastante difícil de reconhecer os padrões, até que Rain levantou uma questão.

- Sumô?
- O que, Rain?
- Parece que a arte marcial mais indicada pra você é o Sumo.
- Você tá de sacanagem, não é seu filho de uma puta!?  - Ela se dirigiu até ele e o puxou pelo colarinho, até porque ela era mais alta o que ele. - Tu tá me chamando de gorda!?
- Eita. Eu acho melhor você me colocar no chão. Você sabe que não está a par da minha força, não sabe, Flambarda? - Ele lançou aquele maldito olhar penetrante de quem sabe que tem total controle da situação.
- Tá bom... - Ela o pôs no chão. - ...Mas, porra, sumô!?
- Pois é! Não combina! O elemento fogo é predominante em você, e sumô não favorece isso!
- Sumô é luta de gordo, Rain. Não me faça sentir pior do que já estou! - Já que ameaça física não funcionava, ela tentou partir pra apelação sentimental.
- Awn cuti cuti de papai. - Ele apertou as bochechas dela de leve. - Você realmente tem que sair da sua casa. Acho que você não tem noção do que é o sumô de fato.
- Você realmente está sugerindo que eu faça sumô?
- É! Temos um instrutor para isso!
- Tá de sacanagem...
- Não se preocupe! Ele pode te dar aulas no final de semana!
- Não. Chega Rain, já me esculachou o suficiente por hoje...
- Mas eu não to zoando! Foram os seus próprios elementos que falaram!

Ela honestamente não quis nem saber. Foi embora da biblioteca com a auto-estima destruída, mesmo que não intencionalmente, por Rain, mas ela tinha um plano de contingência que era seduzir o Gerson, que não era aquela maravilha de homem, mas era bonitinho e certamente tinha um beijo bom. Foda-se as regras da sociedade, ela queria mais era resolver os problemas dela e a esperança estava nessa ligação.

- Alô.
- Alo Gerson!?
- Sim! Quem fala?
- Sou eu! Flambarda! A gente se conheceu ontem de noite no Shenanigans!
- Ah! Oi! Eu acho que eu não anotei o seu telefone!
- Eu realmente não lembro de ter lhe dado o meu número, mas agora você ja tem!
- Verdade! - Ele riu de leve. - Mas suponho que você queira me encontrar de novo!
- Mas quanta presunção! É óbvio que eu quero! Tem como ser hoje a noite!?
- Hoje a noite não dá pra mim... Não pode ser amanhã de tarde!?
- Ih filho, de tarde pra mim só final de semana, e agora de tarde eu realmente não vou poder.
- E o que te impede de hoje a tarde.
- Unha, cabelo, sobrancelha... Quer que eu continue?
- Uai, mas eu vou estar interessado em outra coisa.
- Pode até estar, Gerson, mas aí eu não vou me sentir bem e vai ser ruim pra mim. Sim eu estou sendo completamente egoísta aqui.
- Bom, tudo bem então. Podemos fazer isso no próximo sábado?
- Se eu estiver viva até lá, claro!
- Então está combinado! Se ambos estivermos vivos até sexta de noite, a gente se encontra no sábado de tarde!
- Parece justo!
- Então fechado!
- Beijo, Gerson!
- Beijo, gata!

Flambarda ficou triste, mas ficou feliz. Não conseguiu o queria, mas conseguiu agendar o que queria. As coisas estavam caminhando para o lado certo. Ela só precisava dar um jeito de descobrir quem é que estava agredindo pessoas de noite pra ganhar os outros 850,00 R$ remanescenes. Se ao menos ela tivesse um ponto de partida, tudo ficaria mais fácil, mas quem poderia ajudá-la? Ela sabia que a SDRJ tinha toda a informação que ela precisava mas ela não queria dar o braço a torcer e assumir que precisava da ajuda deles.

E sinceramente ela estava cansada disso tudo, ela ia fazer o que toda jovem depressiva faz quando está cansada da vida. Isso mesmo, ela voltou pra casa e foi maratonar alguma série na Netflix já que não tinha idéia do que assistir, resolveu maratonar Criminal Minds. Foi lá pelo quarto episódio, que estava passando umas 16:00, que ela resolveu começar a fazer igual aos caras da série. Foi tentar traçar um perfil psicológico da criatura que ela tinha que achar. - "Tanta coisa pra eu fazer num domingo e eu to aqui traçando perfil psicológico. O que pensariam de mim? - Mas ela honestamente estava pensando é na grana que ia descolar.

"Ele ataca pessoas pelo visto sem causar ferimentos graves, ele deve ter alguma habilidade de combate pois não houve interrupção nos ataques. Como não há relatos, então ele deve fazer isso em lugares pouco acessados, de preferência com pouca luz. A polícia não deve estar notificando pois a agressão não deve ser aparentemente forte para se registrar um B.O, mas se a agressão não é tão forte por que eles estão indo ao hospital? Não sei mas alguma delegacia deve ter alguma coisa. É... acho que eu vou na delegacia."

Esse não parecia ser o plano mais brilhante pra ser executado no final de um Domingo.

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