domingo, 9 de fevereiro de 2025

Flambarda - A Detetive Elemental #89

- Que porra é essa? - Disse o homem
- Você me conta o que você sabe e ganha um boquete. - Flambarda levava seus dedos cada vez mais próximos ao pau do rapaz.
- Eu... Eu...
- Vai? Eu não vou morder, pelo menos não agora. - Ela provocou já dando uma pegada.
- Deixa só eu perguntar. - Ele dizia enquanto desabotoava a calça. - Você acredita em papo de espirito, elemento, e etc?
- O seu filho da puta. - A detetive mudou a mão de apoio para mostrar a destra onde estava a luva.
- Ah, sim. É... Desculpa, eu tô nervoso.
- Tá, eu sei, me conta direitinho enquanto eu faço o meu trabalho aqui. - Ela disse conforme amarrava o cabelo.

O rapaz provavelmente não sabia de tudo, mas sabia de alguma coisa. O trabalho dele e de seus amigos era de preencher o lugar com os elementos fogo e madeira, isso influenciaria as pessoas a serem mais receptivas e mais propensas a realizar atos lascivos. O próprio admitiu que talvez não estivesse tão falante e tão propenso a aceitar a proposta se não fosse o ambiente que eles criaram. Ele explicou que eram 3 equipes de 3 druidas que se revezavam. Sendo que um deles estava lá majoritariamente para relatar para superiores caso acontecesse justamente o que aconteceu.

Ou seja, isso seria relatado. Flambarda visualizou que meio que mandou pro espaço qualquer investigação furtiva acerca do que estava acontecendo. Se o Entrenós ou uma equipe não for atrás dela, pelo menos ela não entra mais na 2a2. Depois de fazê-lo gozar, a detetive buscou um guardanapo do bar para limpar a mão e foi se sentar do lado dele para conversar.

- Bom, você também tá comprometido. - Ela recomeçou a conversa.
- Como assim?
- Você provavelmente vai ser visto como um traidor e vão vir atrás de você.
- Que!?
- É, meu bem. Pensou com a cabeça de baixo, aí não enxerga as consequências.
- E agora!? - Ele parecia visivelmente desesperado levando as mãos a cabeça. - Que que eu vou fazer!?
- Bom... - A detetive começou o discurso. - Vamos começar trocando nomes. Pode me chamar de Flambarda.
- Meu nome é Hugo.
- Então, Hugo, acho que você vai precisar conversar com o Rain.
- Que!? Como é que eu vou falar com o Rain? - Ele parecia incrédulo. - Ele é o chefe dos druidas. Vai saber onde anda.
- Tá, então se apresenta na sociedade mais próxima e avisa que você fez merda.
- Essa é a sociedade mais próxima.
- Você tá me dizendo que essa casa de swing é uma sociedade de druidas?
- Éééé... - Ele parecia envergonhado.
- Interessante. Bom. você precisa relatar isso a sociedade druídica.
- Tá doida!? Se eu fizer isso eu deixo de ser druida!
- E daí?

Parece que a possibilidade de não ser druida não passava pela cabeça de Hugo. Ele ficou estático por alguns instantes, provavelmente pensando na resposta seca, porém cheia de sentido, dada pela detetive, mas ele tinha outro problema.

- Muito legal. - Ele continuou. - Mas aí eu fico sem pagamento.
- Bom. Alguma sociedade druídica vai achar isso aqui mais cedo ou mais tarde.
- Você vai cagoetar?
- Se você não fizer nada, sim.
- Eu devia dar um jeito de acabar com você.
- Vem. - Flambarda levantou, bateu a poeira da roupa e estendeu a mão pra ele. - A gente precisa sair daqui antes que o próprio Entrenós apareça e a gente não tenha como escapar.
- Verdade. - Ele agarrou a mão dela e levantou. - Agora só me resta delatar o esquema.
- Ótimo. - Ela disse, enquanto eles saíam. - Tem certeza que não quer me contar nada?
- Acho que antes de delatar eu preciso chegar na base de São Conrado.
- Que?
- É. A gente precisa ir lá de tempos em tempos pra evitar o vazio.
- Sério!? - Enquanto isso seu raciocínio era: "Filho da puta!"
- Sim. Coisas ruins podem acontecer se eu não for.

Na verdade a coisa ruim já estava para acontecer. Ao pisarem do lado de fora e olharem para a direita, viram o próprio Entrenós se aproximando, com alguma velocidade.

- Vai embora, eu seguro ele.
- Cê tá maluco!?
- VAI!

Flambarda sabia que não tinha tanta chance contra o dono da 2a2. Ela já lutou antes e se deu mal, então correu para longe e bem rápido, talvez estivesse correndo mais rápido que o algoz que não veio a seu encalço, mas o grito de dor do rapaz ecoou pelo bairro e talvez tenha acordado uma boa quantidade de pessoas naquela noite. Em contra-partida, nas vias principais e nas praças havia gente bebendo nos bares e comendo nas barracas. Isso provavelmente evitaria que ela sofresse qualquer agressão, apesar de seu objetivo ser pegar o metrô de volta pra Tijuca o mais rapidamente o possível.

Uma vez dentro do metrô, a detetive viu suas energias trocando novamente. Uma quantidade grande de fagulhas verdes e vermelhas saindo de seu corpo e voltando para o ambiente, enquanto fagulhas brancas e azuis voltavam ao seu corpo. Nesse momento, ela voltou a ouvir seus próprios pensamentos, algo que ela precisava fazer mas não foi capaz naquele ambiente, nem naquela situação.

"Ok, vamos colocar as coisas no lugar. São druidas, o Entrenós sabe dessas coisas. A ligação entre ele e a Fernanda é o fato dele ser da facção dela. Como ele é velho, ele provavelmente "viu" a passagem de bastão. Independente disso, o fato dele ser um arcanista parece ter diferença no que ele sabe fazer, mas porque ele tem druidas sob seu controle, e não outros arcanistas? Ou mais do que isso, por que os druidas fariam isso? O cara lá não teve a chance de me explicar. Provavelmente coisas vão mudar, e fica difícil de dizer qualquer coisa. Acho que vou falar com a Fernanda e ver se ela consegue encaixar alguma coisa."

Só que a líder dos Arcanistas foi mais rápida, e ligou para Flambarda antes mesmo que ela conseguisse chegar em casa.

- Fernanda? - A detetive atendeu.
- Alô, Flambarda?
- Oi. Qual é a boa?
- Alô?
- Oi. Que foi?
- Alôôôôô.
- Caralho, eu to te ouvindo, sua vaca. - A ligação provavelmente estava uma merda por causa dos túneis.
- Flambarda tá aí.
- Ah, essa porra deu ruim.
- Ah! Escutei!
- Oi, Fernanda!
- Oi, Flambarda! Cê tá onde.
- Tô no metrô.
- Ah, reparei.
- Que que houve?
- É que eu recebi uma ligação do... - e ficou sem sinal de novo.

"Puta que pariu, deixa eu mandar uma mensagem avisando que quando eu sair do metrô eu ligo. Vontade não me falta de escutar a fofoca, mas - puta merda - fofoca com interferência da Claro é foda." - Flambarda então procurou no telefone alguma forma de distração até que chegasse na Saens Peña, onde mal saiu e já começou a ligar para Fernanda.

- Alô. - Começou a detetive.
- Ah! Agora sim!
- Agora conta a fofoca.
- Então, recebi uma ligação do Entrenós. Ele tá puto contigo.
- Eu imagino.
- Falou pra eu tirar aquela piranha filha da puta do pé dele. Acho que ele tava falando de você.
- Também acho, mas ele chegou na casa depois.
- Ele não tava lá hoje?
- Não. E mesmo se tivesse eu não queria falar com ele naquele momento.
- Tá. O que aconteceu?

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