terça-feira, 24 de novembro de 2015

Pensando Sobre Matemática #41 - Matemática, Gêneros e Sociedade

As vezes eu penso bastante nas coisas que estão a minha volta. E chego a conclusão de que eu sou maluco.


Ou talvez um pouco pior.

Sério, quem é a pessoa que em sã consciência resolve juntar gênero e sexo com matemática? Acho que ler filosofia de ônibus demais tem mexido com meu cérebro. É, deve ser isso.

Bem vindos ao pensando sobre matemática! E dessa vez eu tentei dar um conceito um pouco mais prático a toda aquela abstração maluca que a matemática nos trás. A gente sempre pensa que matemática não serve pra muita coisa a não ser pra um bando de malucos ficar pensando sobre coisas que ninguém jamais se daria o trabalho de raciocinar. Talvez eu tenha atingido esse patamar nesse momento.

Na verdade não. Na verdade eu só li post feminista demais e resolvi colocar algumas questões na mesa.

O Feminismo é um movimento caracterizado pela luta das mulheres em sua ascenção na sociedade. Apesar das atitudes parecerem muito discordantes pela maioria das integrantes de seus movimentos, vamos assumir o princípio da caridade e supor que realmente a luta é pela igualdade entre os sexos na sociedade.

Veja bem, isso poderia ser muito fácil se a relação entre sexo e gênero fossem binárias como há muitos anos atrás. Só que hoje não é bem assim. O mundo evoluiu, os conceitos evoluíram e a aberração de alguns discursos também. Me chamem de tradicionalista, mas quando perguntar o sexo de uma criança após um exame é capaz de revoltar alguém(independente da pessoa revoltada ser feminista ou não), algumas coisas tem de ser questionadas.

Afinal, boa parte das mulheres que participam do movimento são transfóbicas. Elas não aceitam que um homem transgênero seja tratado como mulher. Pra elas, só é mulher quem nasceu com vagina. Então eu comecei a juntar as peças e tentei tratar a coisa com um pouco de ciência. Então a primeira coisa que eu vou propor aqui é definirmos algumas abstrações.

Uma pessoa quando nasce possui um sexo e posteriormente irá assumir um gênero. Então nós vamos definir algumas abstrações aqui. Seja S o conjunto de sexos com o qual a pessoa posssa nascer e G o conjunto de gêneros que ela pode assumir na sociedade. A pergunta é: Existe uma função que consegue mapear combinações entre sexo e gênero para um conjunto C que os classifica? a expressão matemática que indica isso é: f:SGC Temos um felicidade aqui. S e G são conjutos finitos binários. definidos como: S={Macho,Femea} G={Homem,Mulher} Na verdade a gente pode construir o conjunto C. Felizmente esse conjunto ja está construído e possui os seguinte elementos: C={Homem Cis,Mulher Cis,Homem Trans,Mulher Trans} Na verdade a função ta bem definida, par cada par de sexo e gênero. A função aqui chega a ser bijetiva, ou seja, existe inversa. Se eu digo pra você que nasceu mulher e virou homem, ou é um homem trans, dá na mesma. Você termina com a mesma quantidade de informações porque uma coisa implica na outra, e outra coisa implica em uma.

Até aí até que foi. o problema é que a forma de pensamento não evoluiu nem se adaptou. Note que você tem 4 classificações possíveis baseadas em sexo e gênero, mas as pessoas só aceitam duas. Cria-se um pensamento binário que não é capaz de abstrair os quatro gêneros existentes em dois. Existem até algumas explicações plausíveis pra esse efeito.

E a culpa, é claro, é da matemática.

Por que? Porque a matemática tenta usar um conceito anterior para definir um conceito posterior. Na verdade isso faz muito sentido quando você pensa em lógica. Para você construir uma coisa nova, ela tem de ser consistente com todo o resto que já está definido, caso contrário a lógica se perde e você cai em contradições.

O mundo foi binário por muito tempo. Eu posso estar errado, mas as pessoas pelo menos passam essa idéia pra gente de que existem só dois. Homem e Mulher, e ficam as perguntas: Será que dois sexos é o suficiente para descrever esses padrões estranhos da pessoa assumir um gênero que não era esperado para o seu sexo? Existe um gênero esperado para um determinado sexo?

Essas duas perguntas feitas tocam em um ponto central. Devido a essa doutrina binária, era natural que quem nascesse fêmea, desempenharia um papel específico na sociedade, e antes que eu seja atacado por um bando de feministas aleatórias, esse comportamento por mais que fosse geral, NUNCA foi decisivo. Sempre existiu e sempre existirá mulheres que querem mesmo é beijar outras mulheres, e fazer coisas que seriam, tipicamente masculinas, tipo trocar uma resistência, da mesma forma sempre houveram homens que fazem coisas que eram atribuídas as mulheres, como lavar louça.

E é aqui que o meio de campo começa a se perder, e, como dizem por aí, não se nasce mulher, torna-se mulher. O que faz até sentido na abstração que estamos adotando. Isso porque nasceu o gênero que é algo que e construído socialmente e não necessariamente quando a pessoa nasce. Como o mundo era pensado apenas em cima de sexo, e as tarefas eram geralmente praticadas pelas pessoas do mesmo sexo, nasce o gênero, que acaba tomando para si os mesmos termos usados para a definição do sexo. O garoto que gostava de dançar balé, acaba sendo taxado de mulherzinha porque é uma coisa que é tipicamente feita por mulheres. Em outras palavras, as pessoa tentam criar um função que mapeia um conjunto de características para um gênero. z:KG K não está bem definido. K é um conjunto cujos elementos são subconjuntos do conjunto de características Q. Em outras palavras, cada elemento de K é um conjunto de características distintas não contraditórias. Tipo, não existe um elemento em K que possua as características Chato e Legal ao mesmo tempo. Eu não sei se dá pra notar, mas K é um domínio muito grande e a imagem é binária. Isso não é impossível de forma alguma, mas considerando a forma que a sociedade pensa isso é uma receita para o desastre. Uma vez que era quase certo que o seu sexo definisse o seu gênero, bom então era natural que as pessoas pensassem que o contrário também fosse possível. Se o garoto faz balé, será que ele não é uma garota?

Então gera um conflito aí, porque algumas pessoas acham que a função vai em uma direção, enquanto outras acham que vai na direção oposta. Algumas pessoas acham que dado um gênero, é possível atribuir um conjunto de características a um determinada pessoa. Você nem precisa ir tão longe fazendo esse exercício. Imagine uma mulher mecânica de carros, qual é o gênero que você deve atribuir a essa pessoa? Agora imagine um homem, será que você ficaria chocado se descobrisse que ele passa base nas unhas? Em outras palavras, ninguém sabe em qual direção a função vai. z:KG z:GK Diabos, as pessoas não sabem nem se essa função é possível de ser definida! Ela parece ser definida por pura teimosia da sociedade! E o que é pior, é que as pessoas ainda supões que as coisas são bijetivas, ou seja, se só homem joga volêi, então qualquer jogador de volei é homem, isso faria com que a nossa seleção feminina de volei fosse formada por homens.

Não ia ser legal, né?

Então fica a pergunta, everiam as feministas serem mais simpáticas com as transgêneros, ou não? E com os transgêneros tipo a nossa ilustríssima Thammy Miranda, eles estão dentro da pauta feminista?

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