segunda-feira, 22 de abril de 2024

Flambarda - A Detetive Elemental #75

Só que era um pouco tarde. O conflito já havia começado. A velocidade de Valdir reduziu bastante, mas ele já sentia menos os empurrões da Detetive. Até a hora que ele conseguiu chegar perto por pura força de vontade e deu um socão em Flambarda, que cambaleou quase caiu no chão. Até que ela escutou a voz de Bibi gritando: "Flaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaam!" Isso meio que despertou ela e fez com que ela levantasse bastante rápido, e também deu uma fração de segundo necessária onde seu oponente perdeu o foco por um instante. O lutador em seguida voltou a sua estratégia, e Flambarda parecia estar em apuros. Então, em uma fração de segundo ela teve uma conversa com Alabáreda.

- Flambarda! Foco!
- Que!? O Que é isso!?
- Sou eu, Alabáreda. E tá na hora de você usar a terra.
- Fala português, filho da puta.
- Base firme, não foge. Aguenta o tranco e bate de volta.
- Cê quer que eu morra!?
- Confia em mim! Porra!

Flambarda mudou. Colocou os pés no chão e armou uma base firme pronta pra apanhar, mas também pronta pra bater. Sua mão direita em chamas, e seu corpo fluindo com energia de terra, engajaram em um combate um tanto quanto violento. A detetive de um belo de um socão na cara do Valdir que devolve com outro, só que a base firme segura a jovem no chão que gira o corpo de volta e desfere mais um golpe. Esse carregado de dor e raiva, encaixando forte no osso esterno, causando bastante dor e dano e fazendo com que seu oponente capotasse para trás rolando diversas vezes tal qual um "Arranca Cavanco" do Ralf de King of Fighters.

A detetive jamais esparava que fosse capaz de fazer uma coisa desse tipo. Ela sentia o corpo latejando de dor e olhava pra mão direita pensando: "O que caralhos aconteceu aqui?" Seu oponente caiu no chão e parecia desacordado, e suas amigas levaram a mão a boca, escondendo a cara de espanto. Em seguida Flambarda olhou para Sofia e Fabiana, sem saber o que dizer, sem saber o que fazer, mas ela sabia que as energias estavam saindo de Valdir aos poucos e que isso significava problema. Criaturas com fuga de energia geralmente não tem um destino muito bom, mas ela estava muito cansada pra conseguir processar as coisas agora, só conseguiu apontar para o corpo caído no chão enquanto ela mesma ajoelhava com o corpo dolorido.

Fabiana correu para averiguar a situação do homem. Bibi por alguma razão desconhecida, sabia alguma coisa de primeiros socorros e foi verificar o pulso, que ainda estava presente. Enquanto isso, Sofia correu na direção de Flambarda para auxiliá-la a se levantar e se locomover, o que ela conseguiu, apesar dos protestos de dor da detetive.

- Você comeu merda, sua puta? - Sofia perguntou enquanto a levantava
- Ele... AAAAAAAAAAAaaaaaaaaaaa... - ela ia falando em meio aos gemidos - Deve saber... ssssssssssss... alguma coisa.
- Alguma coisa sobre o que? É a segunda vez que esse filho da puta aparece pra te bater. Como é que essa porra sabe onde você tá!?
- É essa merda dessa luva...
- E o que que esse babaca é?
- É o que eu... UUUUUUUNNNNGGgggghgh... Tô tentando descobrir.
- Tem pulso, respira, tá vivo. Acho que presa a gente não vai. O problema vai ser explicar isso pra polícia. - Disse Bibi quando elas se aproximaram
- Pera... Arf... Arf... Vocês chamaram a polícia? - Flambarda perguntou
- É claro, né!? Um homem estranho invade a minha casa e resolve bater na gente, cê quer que eu faça o que!? - Sofia respondeu
- Putz...
- Putz o que, Flam? - Perguntou Bibi.
- Ele... Ele tá expulsando as energias do corpo dele.
- Isso é...?
- Isso é ruim.... Argh... Acho que ele pode virar aqueles bicho feio...
- E como a gente resolve isso?
- Eu lembro que o Rodney... Argh conseguia canalizar energia e reverter o processo.... SSssssssss... Eu já vi ele fazendo isso na minha frente.
- Droga! Será que ele atende!?

Eis que o celular de Sofia toca. Ela coloca Flambarda contra a parece e, pela conversa, parece que ela está falando alguma coisa com a polícia. Bibi está tentando ligar para Rodney, mas eis que uma outra voz atende, e assustada, ela joga no viva-voz.

- Alô? - Disse a jovem
- Oi! Quem fala!?
- Oi! aqui é a Fabiana, esse é o telefone do Rodney?
- Sim! É que infelizmente aconteceu um acidente e ele tá no hospital.
- Posso saber quem fala?
- Aqui é o Sr. Exodus. Pode deixar que eu estou cuidado dele.
- Tá, muito obrigado, sr. Exodus. Eu ligo pra ter mais notícias amanhã. Melhoras pro Rodney, viu?
- Tá bom. Obrigado. - Disse ele encerrando a chamada.
- Filho da puta. - Flambarda resmungou logo ao lado.
- O que foi Flam? - Fabiana indagou
- É o filho da puta do Rain... Ai... Ele que atendeu.
- E agora!? O que a gente faz!?
- Eu... Acho que... Eu vou ter que... Eliminá-lo...

De repente, Sofia reaparece com dois policiais e aponta para o corpo de Valdir. Um dos agentes se aproxima dele e Bibi avisa. - Está vivo. - O policial verifica novamente e confirma a informação, e em seguida olha para a detetive, encostada na parede ali próxima, averigua o estado em que ela está mas muda de figura quando ele realiza que ela usa uma luva vermelha, da mesma forma que tavam xingando no twitter outro dia.

- Tá, me explica o que aconteceu aqui.
- Porra... Argh... Eu to morrendo de dor e vou ter que me explicar ainda? - Flambarda respondeu ao policial
- Quem quer que tenha visto a ação.
- Olha, senhor. - Fabiana começou. - Esse filho da puta aqui, invadiu o apartamento da minha amiga ali, a Sofia, e bateu nela! Aí a minha amiga aqui revidou e bateu nele. Ele fugiu mas ela veio atrás. - Eu não consegui ver a situação toda mas eu vi o finalzinho deles se socando e ela socando muito muito muito forte.
- Hm. - Um pouco desconfiado, ele olhou para Sofia. Ela ainda tinha a marca do golpe que recebeu. - Parece verídico. Parece que aqui só teve agressão, vocês agiram em legítima defesa mas todo mundo teve só lesões corporais. Vocês querem prestar queixa?
- Olha, Guarda... - Flambarda tentava falar entre as dores. - Só tira esse cara daqui.
- E como ele invadiu a casa?
- Assim.. - Sofia se intrometeu. - A gente tava esperando um amigo nosso, e eu abri a porta sem ver. Aí já era tarde.
- E de onde esse cara conhece vocês?
- Eu queria saber. Se eu soubesse eu pelo menos não estaria tão confusa.
- Não olha pra mim. - Disse Fabiana ao ser encarada pelo policial na sequência.
- Não faço... Urgh... Idéia de quem esse cara seja. - Flambarda terminou ao ser encarada também.
- Tá. Como você não vão prestar queixa pra fazer um B.O. então só vou levar esse cara e essa jovem aqui pro hospital.
- Não não não! - Sofia interviu. - Pode deixar que dela a gente cuida.
- Porra! Cê tá maluca? Ela acabou de brigar feio!
- Sim, mas ela tá consciente, ta vendo o que tá acontecendo... É só ela descansar pro corpo recuperar.
- Ih eu, hein? Vou discutir não. André - Ele chamou o outro oficial. - Me ajuda a carregar esse corpo aqui pra gente levar pro hospital.
- Opa, pode deixar. - André se aproximou para auxiliar o chefe.

Enquanto os policiais levavam o corpo de Valdir para a viatura para depois ser levado ao hospital, as três amigas se entreolharam por um tempo em silêncio ali no Play do prédio, quase como se cada uma estivesse analisando a situação pra depois se juntarem e compreender melhor o que tá acontecendo, mas estavam cansadas ou desnorteadas. Apenas voltaram para o apartamento de Sofia, se aconchegaram e dormiram. Seja no sofá, no chão ou no futon ou onde arrumassem um espaço.

Quando Flambarda acordou, Sofia e Fabiana já estavam acordadas. Seu corpo ainda estava relativamente dolorido, os golpes do Valdir não eram qualquer coisa, mas ela tinha uma vantagem a mais. A detetive levantava com dificuldade, tentando ainda compreender tudo o que aconteceu, sentada, olhando para sua mão direita, enquanto a abria e fechava como se estivesse tentando entender de onde veio toda aquela força e toda aquela decisão, e como Alabáreda esteve presente quando ela precisou. Da mesma forma, ainda haviam muitas dúvidas sobre onde está Rodney, onde está Valdir, e qual vai ser a próxima coisa a ser feita, bem como tudo aquilo que ela ainda precisa fazer acerca das demandas de Fernanda. Suas amigas estavam vendo alguma coisa na Netflix, mas ela não prestou atenção.

- Alguém anotou a placa? - Ela dizia conforme acordava.
- Valdir 190. - Respondeu Bibi
- Ele tá preso?
- Não mas foi levado pela polícia. Não sei o que vai acontecer com ele.
- Ah! Quer saber? - Ela disse, deitando novamente. - Eu não vou me preocupar com um problema que eu já resolvi.
- E você ainda tem problema pra resolver?
- Eu não sei. Eu to pensando em tudo aquilo que o Rodney e o Rain me falaram. Lembro do Rain me falar que ele não é vidente. Então talvez ele não consiga ver tudo.
- Isso é bom, não é? - Sofia perguntou.
- Não sei. Ainda não significa que não exista destino.
- Ainda nessa nóia? - Bibi indagou
- Me deixa com minhas nóia, tá bom!?
- Flamgata. - Bibi se aproximou. - O problema é que se você ficar nessa nóia, você não anda pra frente. Fica aí rodando igual um peru tonto. Se o destino quer alguma coisa pra você, que seja você procurar gostosos pra poder dar bastante.
- Tá falando pra eu ser uma máquina movida a sexo?
- Todas nós somos, não? - Sofia retrucou
- Tá! Ela levantou. Tá bom!
- E nada de ficar contando com destino não. A última vez que eu fiquei esperando homem aparecer pra me comer não deu em nada. - Disse Fabiana.
- Mas você dá uns amasso no Rodney.
- É claro! Ele tava na pista. Você não quis, eu fui e peguei.
- Vinho, Flam? - Sofia ofereceu
- Ah, me vê uma taça.

Flambarda se aconhegou junto as amigas pra ver o filme na Netflix. Elas estavam vendo Unbreakable Kimmy Schmidt, e voltaram ao primeiro episódio pra amiga ficar na mesma página.

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