quarta-feira, 17 de abril de 2024

Aether e Rethea #11

- Por que eu tenho que ir atrás do Aether!?
- Porque ele sabe demonstrar o Teorema de Ceva.
- Não era mais fácil pegar um livro de matemática?
- Não

"Ah, vai se fuder!" - Era o raciocínio de Rethea quando saiu daquela reunião da cúpula. Agora ela só tinha um objetivo, capturar Aether e fazer com que ele demonstre o Teorema de Ceva porque um bando de gente estranha não tá afim de abrir um livro ou olhar na google. Bom, já que era pra enfrentar seu rival, que tivesse algum estilo, mas Aether estar em Paris facilitaria bastante para alguém que vê valores na indumentária européia ocidental. Especialmente no inverno onde ela poderia usar aqueles casacões chiques da Chanel. Só não era original porque até ela entendia que não cabia no orçamento.

Mas o chapéu era.

A visibilidade não estava muito boa naquele dia. Quase como se o inverno gerasse uma névoa que dificultasse a visão de qualquer pessoa. Por debaixo do casaco ela basicamente usava termais e um botão lindo com um saltinho só pra não perder a classe, mas manter a funcionalidade. Rethea não fazia muita questão de se disfarçar, mas pintou umas mechas do cabelo de rosa só pra dar uma alterada daquele loiro platinado padrão dela.

Ela chamava atenção. Contra-intuitivamente a como uma espiã deveria ser, mas só Deus sabe como tá a mente da palhaça. E o objetivo era encontrar Aether em meio a uma Paris inteira. Resolveu então ir até um dos Bistrôs que tem perto do Sena. Aether provavelmente não iria querer se enfiar em lugares extremamente movimentados. A decisão foi acertada. Enquanto tomava um café bem forte, e fingia ler um livro que na verdade era uma bomba de tinta, ela observava o movimento e foi capaz de ver uma silhueta passeando cruzando a ponte justamenre para a qual ela olhava. - "Bingo!" - Pensou. Mas também achou estranho que ele não a tenha notado ali. Se o tivesse feito certamente iniciaria o conflito.

Dessa vez a iniciativa era dela. Só que ela não gosta desse jeito. Ele pode até não esperar mas tem que ser algo pelo menos anunciado, e é o que ela faria. Ela jogou uma nota de 50 euros na cara do garçom pra pagar o café e saiu correndo atrás de Aether que escutou os passos pesados da bota quando ela estava se aproximando. Ele demorou um tempo pra perceber, até que olhou pra cara dela exclamando: "Rethea!" - mas ela já estava perto o suficiente para atacar mandando um belo de um Osotogari levando Aether ao chão da ponte. Ela precisava neutralizá-lo e capturá-lo, então correu em sua direção, foi quando ele puxou algo do paletó e ela teve pouco tempo para fechar os olhos antes que a flashbang a atordoasse. Foi o tempo necessário para ele se pôr de pé.

Ao mesmo tempo, ele não sabia das intenções de Rethea, o que significa que ele precisaria jogar de um jeito que não gostava muito, sacando sua Magnum apontando para ela. Muito provavelmente ela sairia ilesa, mas precisava mantê-la numa zona segura. Antes que as pessoas pudessem começar a correr assustadas com o possível conflito armado, ela jogou o livro na direção de Aether e deu um carrinho pra derrubá-lo. Ele vendo a movimentação atirou para baixo e acertou em sua perna esquerda. A dor foi imediata mas o corpo ainda estava quente. Só que antes que qualquer um dos dois pudesse fazer qualquer coisa, Aether, ao bloquear o livro com os punhos, ativou o mecanismo que explodiu no momento do impacto, jogando tinta verde para todos os lados. O agente até fechou os olhos levemente para segurar o impacto que foi bem mais forte do que ele esperava pois o dispositivo era pesado, mas isso forneceu tempo para que ela chegasse até suas costas. Rethea socou o joelho direito de Aether, deslocando-o e desestabilizando Aether.

Rethea então tentou se preparar para desacordá-lo com um estrangulamento. Porém ele se apoiou com as mãos para dar um coice, só que ela já estava meio que passando por cima, então ela foi jogada a frente dele rolando através de suas costas num movimento que ficou meio inesperado mas não era bom para nenhum dos dois pois ele escorregou devido a tinta no chão e o revolver escorregou para longe também. Ambes com uma perna avariada e agora no chão, triangulando com a arma. Ele até tentou pegar a arma com o pé esticando a perna, mas ela chutou o joelho dele tirando a perna do caminho. Na sequência, ela pegou os restos do dispositivo do chão e arremessou na direção da arma para enviá-la para ainda mais longe.

- Intrigante, Rethea. O que você tem aí na manga?
- Você já vai ver.

Elus levantaram do jeito que deu. Ela calculou mais ou menos a velocidade com a qual chegariam na arma e rolou numa direção que era entre ele e a arma, só que ele fez aproximadamente a mesma coisa, e se encontraram mais ou menos onde o dispositivo de Rethea havia caído após o arremesso.

- Que isso? - Aether perguntou. - Teorema de Ceva?
- Explica aí sabichão. - Ela sabia porque ela estudou as mesmas coisas, mas parece que ela precisava que ele demonstrasse.
- Ah, é um teorema bom pra verificar se umas cevianas se encontram no mesmo ponto. É na verdade uma consequencia do teorema de Menelaus.
- Obrigado!

Com isso, Rethea rolou para trás, jogou uma flashbang, e pulou da ponte ao mesmo tempo que sacava um gancho de dentro do casaco, gancho que se prendeu na ponte e permitiu que ela saltasse e fizesse um movimento de pêndulo para segurar nas ferragens abaixo da ponte. Aether teve que se virar de costas para se proteger do clarão, e quando abriu os olhos, viu o gancho pendurado e uma foto de Rethea tirando uma selfie como cliente no Moulin Rouge. "Ih, eu, hein? Mulher doida." - Ele pensou

Enquanto isso, embaixo da ponte, Rethea pensava: "MEU CHAPÉU ORIGINAL DA CHANEL, PORRA!"

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