domingo, 28 de junho de 2020

Flambarda - A Detetive Elemental #54

Flambarda ligou no youtube e comçou a assistir os videos da Pri Leite conforme a Sofia havia sugerido. Ela nunca tinha feito nada de yoga então as poses não só eram complicadas de se fazer com cólica como também faziam ela sentir dor pelo resto do corpo. Cada pose nova ela se questionava se isso de fato era verdade mesmo ou se ela foi enrolada por todas essas pessoas que dizem que essa prática faz maravilhas. Acabou que não foi a academia de tanta dor, mas se preparou pra ir pra faculdade depois de tomar um Dorflex.

Ela pegou um pacote de trakinas no armário da cozinha e foi pra aula de metrô como de costume, com aquela indumentária clássica, mas o rabo de cavalo estava começando a ficar grande. Quando ela pegou o celular pra olhar novamente, lembrou que o recebeu do Elimar, um druida, e se perguntava se era certo usar, só pra esquecer disso dois minutos depois uma vez que já tinha entulhado de musica da Anitta e mais uma coisas. Resolveu tirar uma foto no metrô pra por no insta. Fazia tempo que não tirava uma.

Não tava aquela maravilha de foto, mas era melhor que nada, só pra deixar a rede social atualizada mesmo. Ela nem sabia se o Japa ainda tava tirando foto dela, mas pelo menos essa ela tinha certeza que ela mesmo tinha tirado. O dia não parecia muito convidativo. As energias passeavam vagarosamente em todos os lugares que ela olhava, e ela não sabia se isso era influência do humor dela, ou se essas coisas é que estavam lhe deixando pra baixo. A curtida de Bibi e de Sofia ajudou a levantar o astral.

E logo em seguida a curtida de FKajar. - "Que?" - Um perfil que não tinha quase foto, e nenhuma de gente. - "Agora os caras tão fazendo perfil fake pra me seguir? Isso não faz sentido, senão ele não curtiria a foto. Quem é esta porra?"

As aulas na faculdade correram normais, e até então, nenhum fluxo de energia estranho aconteceu. Parece que o Xiao parece ter cessado de ficar brincando durante as aulas pois as centelhas coloridas pareciam fluir em um ritmo muito mais normal agora. Isso deixou ela um pouco mais aliviada e permitiu que ela prestasse atenção na aula como uma mulher com cólica geralmente o faria.

- E aí Flam. Cê vem com a gente? - Sofia perguntou no final da última aula.
- Acho que eles não me querem por lá. - Respondeu Flambarda
- Esqueceu, Sofia, que ela não é druida mais? - Fabiana comentou.
- Ah sim, mas a gente ainda te ama, tá? - Sofia confirmou
- Ainda bem. - Disse Flambarda, antes de se despedir. - Eu vou ver se eu consigo falar com a Brahma e entender qual é a do Entrenós.

A detetive então mandou um whatsapp pra mãe indicando que ía lá em Botafogo e que voltava só de madrugada. Ela pegou o metrô e ligou a música do celular novamente. Ao chegar perto da estação de botafogo ela sentiu um calafrio e um fluxo de energia bem estranho circulando. Nesse instante ela olhou para a luva e olhou ao redor pensando consigo mesma se precisaria tirar mais uma vida hoje, se distraiu tanto que mesmo quando chegou na estação e o metrô alertou que não faria mais serviço de passageiros, um segurança precisou chamar sua atenção para que ela saísse.

Tudo parecia normal até que ela saiu e recebeu uma ligação. Era Brahma. Ela parou na saída do metrô pra atender.

- Alô, Brahma? - Flambarda atendeu
- Alô, eu mesma. Tudo bem aí?
- Tudo. Por que?
- Olha pro outro lado da rua.

E lá estava Brahma acenando de uma forma bastante espalhafatosa, chamando bastante atenção. Ela não parecia ligar muito pra isso. Até bateu uma cólica que ela segurou do jeito que deu.

- Que porra é essa? - Perguntou a detetive no telefone dando uma leve contorcida.
- Chega aí. Vamo no KFC.
- Tá... Já chego aí. - "Que que essa mulher tá fazendo aqui?" - Espera só um pouco. - E então desligou o telefone. Era só o tempo de atravessar a Voluntários.
- Então. Baldão?
- Tu paga?
- Claro.
- Então tô dentro. - E se puseram a andar.
- E o que você tá fazendo aqui?
- Uai, tu não me pediu pra investigar o Entrenós?
- Sim.
- Então.
- Então o que?
- Eu vou lá na casa de Swing.
- Eu te peço pra investigar um cara e tu quer é fazer safadeza?.- Brahma abaixou o tom pra falar essa parte
- O cara é dono de uma casa de Swing! Tu quer que eu faça o que?
- Descobre onde ele mora, ué!
- Eu vou descobrir, caralho!
- Indo lá perguntar pra ele!?
- É! Se você quer saber algo de alguém primeiro você pergunta pra ele!
- Cê tá doidona? Ele não precisa te falar a verdade. - E entraram no KFC.
- Mas ele também não tem razão pra mentir!
- Óbvio que tem! Ele tá sendo investigado! - Entraram na fila.
- O porra. E ele sabe disso!?
- Não! Mas é obviamente suspeito, né? Sua lesada.
- Suspeito é teu cu, sua vaca.
- Eu vou te pagar um caralho de um balde de frango e assim que tu me trata?
- Se me pagasse só o caralho sairia melhor.
- Sério mesmo!?
- Ah vai, até parece que você não concorda.
- Realmente, há de se convir que... - fez uma pausa dramática.
- Então. Tem que ir pra cima mesmo. A gente tá cada vez mais dentro do século vinte e um.
- Você vai fazer isso desse jeito mesmo?
- Ah vai, não é nenhuma novidade. Nada que ninguém não tenha feito.
- Boa noite. - Disse o caixa.
- Boa noite. - Elas responderam em uníssono.
- Então, vai ser um balde e o que mais?
- Só um balde? - Perguntou Brahma.
- Acho que basta. - Flambarda respondeu.
- Só um balde. - Ela retornou ao caixa.
- Um balde de frango! - Ele gritou pros cozinheiros - Deu 55,00 R$
- Cartão. - A detetive viu que era um cartão do Bradesco conforme sua "chefe" o sacava. - Então. Aí...
- Senha.
- Pera... - Brahma pausou pra lembrar e aí digitou. - Então. Aí....
- Só esperar aqui do lado senhora. - Brahma ficou extremamente puta.
- Senhora é o cu da tua mãe. - Ela xingou baixinho entre a sua conversa com Flambarda. - Então. Aí... Onde a gente tava mesmo?
- Eu vou lá descobrir qual é a do cara.
- Ah sim! Ah, vai sim, vai dar tudo certo. - "Mas essa porra é bipolar mesmo?"

Pararam pra esperar o balde de frango. Não era algo que Flambarda ia dispensar porque tava com fome mesmo. Ela pegou a bandeja com o balde, enquanto Fernanda olhava ao redor e escolhia um lugar pra sentar. Não que fosse fazer muita diferença nesse caso, então ela foi numa mesa pra quatro pessoas mesmo. Sentaram-se lá e começaram a comer.

- Cê sabe que tem muito Druida aqui em Botafogo né?
- Eu meio que sei, mas honestamente não sei indentificá-los.
- Cê olha na cara dele. É bundão, é druida.
- Nossa...
- Quê?
- Não tem um jeito mais efetivo não? O Gerson é mó bundão.
- Ah, que isso... Nera nada.
- Era. Nem me comeu.
- Ah filha, você também não se valoriza, olha como tu vai pra casa de Swing.
- Uai. Normal.
- Normal... - Brahma balançou a cabeça. Vamo ali no escada shopping que tu precisa de um banho de loja.
- E tu vai pagar?
- Eu to afim de ajudar os necessitados hoje.

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