domingo, 21 de junho de 2020

Wickert #4 - Na Antiga Mongólia

Wickertjin era um Mongol, a princípio, aleatório. Não sabia quem era o pai. Tinha um monte de irmão e de irmã. Não sabe como a mãe dele ta viva até hoje depois de dar a luz a tantos irmãos. Eles se viravam lá pra dar um jeito de pagar os impostos do império. Um belo dia os soldados vão lá pra recolher os impostos, Vêem que tem um pentelho na cara do jovem e o malandro é levado pro exército.

Até aí tudo bem, o povo meio lá que já esperava isso, o próprio jovem também. Então não era nenhuma surpresa e ele aceitou numa boa. Foi lá, apanhou mas bateu de volta porque já tava acostumado a sair no tapa com os irmãos, aprendeu a atirar de arco e flecha, a cavalgar, e a atirar uma flecha enquanto cavalga. Já aprender a ler e escrever, nada, até que um belo dia, no meio da bagunça que era o bagulho lá, mandara o próprio Wickertjin ir coletar os impostos da própria família.

Apesar de tudo, o rapaz ainda tinha uma certa integridade, até porque, só gostava bastante da mãe mesmo, o resto era só porrada, mesmo que fosse irmão. - Mas, obviamente, quem batia nos irmãos dele era ele e se outro viesse pra tentar ia apanhar muito, porque mexeu com um, mexeu com todos. - Então cobrou os impostos normal, saiu no braço com os irmãos como sempre, mas pegou o dinheiro e voltou pro chefe dele com a pulga atrás da orelha.

"Mano, será que tem uns caras que vai pegar dinheiro da própria família mas não pega?"

Wickertjin passou a olhar mais de perto o movimento dos soldados e a conhecer suas famílias, principalmente saindo no braço com elas porque a porrada gera laços. Até que um belo dia ele viu isso acontecer. Um soldado foi coletar os impostos de sua própria família, aliviou pra eles e foi pegar mais dinheiro da outra, quando Wickertjin percebe a cobrança indevida da família seguinte, ele já sai se intrometendo.

- Peraí, Junin. Tu vai cobrar a mais deles mesmo?
- Que a mais!? To cobrando certo.
- Tá porra nenhuma, seu merda! - Wickertjin deu um tapão na cara do Junin. - Cobra a porra do imposto direito.
- Eu cobro do jeito que eu quiser, seu filho da puta! - E Junin partiu em retaliação.

A porrada estancou e a segunda família não entendeu nada, mas tava torcendo pro Wickertjin porque, se ele ganhasse eles se davam bem. Ele não só ganhou, como ele também matou o Junin de tanto bater a cabeça do cara no chão, e cobrou o valor devido, que ja era relativamente alto. Nisso ele amarrou o Junin numa corda e passou a arrastar a cara do malandro no chão conforme ia fazendo seu serviço mas antes de voltar passou na casa da família de sua vítima.

A família reconheceu que Junin havia sido morto e Wickertjin assumiu que matou. Os irmãos de Junin vieram de graça e geral tomou facada na perna pra ficar esperto. Dessa forma o próprio jovem pegou os impostos e voltou para o chefe.

- Caralho. Que que aconteceu com o Junin?
- Junin é um corruptozinho filho da puta. Matei ele.
- O porra. Como assim?
- O babaca aliviou pra família e ia cobrar a mais dos outros na frente.
- Hmmmmm... Interessante. Vou passar isso pro chefe.

Wickertjin foi chamado pra uma audiência com o Gengis Khan.

- E então, conta aí. Que que tá pegando?
- Então, Gengis Khan. O Junin tava aliviando pra família dele e cobrando mas das outras.
- Sim. E daí?
- É injusto! O cara tem que cobrar igual de todo mundo.
- Ah é?
- É!
- Ta aqui tua justiça.

E Wickertjin tomou uma bela de uma flechada bem no meio da testa. Se o próprio Gengis Khan alivia pra família dele, quem era esse babaca pra falar que é injusto?

No final das contas, eles até tentaram controlar pra evitar isso porque Gengis Khan sabia que se ficasse injusto podiam aparecer uns malandro aí querendo se rebelar e assassinar ele, então os caras começaram a se organizar um pouquinho mais pra garantir uma independência na arrecadação.

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