sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Flambarda - A Detetive Elemental #29 - old

- E como você vai fazer? - Perguntou Sofia.
- Eu só... - Dizia Flambarda tentando se debater apesar de estar presa. - Preciso... Mexer meus... Braços... e.. ARGH!
- Desculpa, Flam... - Sofia estava realmente triste, quase que em ponto de chorar. Flambarda viu por um instante a energia de Sofia se apagando e reagiu desesperadamente, tirando forças sabe-se lá de onde.
- Acorda, Sofia! - Ela disse, se debatendo.

Se debateu tanto que o braço direito dela soltou mas como se o chão tivesse quebrado pra baixo, e então ela fez força com o ombro esquerdo, pra se impulsionar para a direita pra se equilibrar evitando a queda, mas o momento de ação fez com que as energia de sua amiga voltassem e ela voltasse a si.

- Não é hora de chorar agora. Se você não me ajudar, a gente não sai daqui.
- E como a gente vai sair?
- Bom... eu estou te segurando, você vai me usar pra achar um ponto de apoio.
- Cê tá maluca!?
- Cala a boca e me escuta. - O tom de voz de Flambarda já estava mudando, mas agora estava de uma seriedade que Sofia nunca havia visto antes.

Elas estavam realmente na merda. A detetive não fazia idéia de porque não caiu em alguma coisa e ficou, mas foi arrastando os ombros pelas paredes. Curiosamente o ombro esquentou mas não estava doendo de fato, como se o corpo dela estivesse revestido de pedra no momento que ela estava em descendente, mas agora ela estava presa e sem acesso a ferramenta nenhuma, não que ela tivesse alguma, mas realmente não era capaz de fazer nada, mas pelo menos tinha um plano.

A mochila de Flambarda estava curiosamente toda inteira depois dessa queda, e o resto de sua indumentária habitual parecia ok, exceto pela lateral do jeans. Ela utilizou a destreza que tinha com as pernas pra fixar uma espécie de posição horizontal e fez o possível com os braços pra que Sofia tivesse algum espaço pra se mover. Esta tinha saído de casa de shortinho, havaianas do Super Mario, e uma blusa ridiculamente longa que passava até do short.

- Ok, primeira coisa. Você vai ficar em pé em cima de mim. - Falou Flam.
- Cê é loka, cachoeira?
- Anda logo, Sofia! - Ela reclamou com uma voz impaciente.
- Tá, tá. - Deu um trabalho porque sua amiga não conseguia abrir muito os braços para liberá-la, mas ela ficou de pé.
- Aí! Cuidado com meu peito, porra! - Ela tava meio impaciente e Sofia meio nervoa especialmente porque ela estava meio sem energia depois da transferência. - Agora se apoia na parede com as duas pernas.
- Pera, Flam! Tá difícil! Ai! - Sofia deslizou um pouco e quase fez força pra baixo na amiga. - Tá, e agora?
- Primeiro, tira esse chinelo e coloca na mão pra proteger. - Conforme Flambarda falou, Sofia ia fazendo. - E depois... - Flambarda pegou e rasgou a própria camisa, o que fez brotar um sorriso na amiga, junto com uma atividade elemental crescente. - A gente vai amarrar um pano nos seus pés pra você poder se apoiar.
- Mas como você vai terminar de tirar a blusa?
- Você vai terminar de rasgá-la e vai amarrar o pano, de preferência nos joelhos.

Sofia gostou da idéia, e apesar de mirabolante, estava dando certo. Ela nem sabia que tinha tanta aptidão física pra fazer isso, apesar de estar cheia de adrenalina pra sair dali, adrenalina que foi potencializada no momento que ela rasgou o que restava da camisa da detetive deixando-a apenas de sutiã. Flambarda agora precisava que sua amiga a puxasse para que ela mudasse de posição, mas pra isso ela ia precisar se apoiar decentemente, o que foi feito assim que os panos foram amarrados nos joelhos conforme fora pedido.

- Pronta?
- Devagar porque eu preciso ir ajustando o meu corpo. - Ela falou enquanto estendia a mão do melhor jeito possível.

Sofia começou a puxar a sua amiga lentamente, conforme ela havia pedido e Flambarda ia se ajustando aos poucos no pouco espaço que tinha, com alguma destreza, que a empresária nem sabia que a detetive tinha, a segunda ia se ajeitando no mesmo lugar onde estavam seus ombros, até que ela conseguiu ficar de pé naquele pequeno espaço, e de alguma forma ela foi chutando a terra de modo a criar um lugar para sua amiga também.

- Agora vem. - Disse Flambarda, estendendo a mão.
- Como!? Eu não tenho como pular!
- Estende as mãos e vem.
- Não vai dar, Flam!1
- Confia em mim.

Flambarda lançou um olhar para Sofia, que estava entrando em transe de paixonite, de modo que ela jogou seus braços o mais longe que pôde e, como numa fé cega, deixou seu corpo ir, mas as suas mãos se encontraram e a empresária estava pendurada graças a detetive.

- Sobe logo, porra! - Disse Flambarda, que nitidamente fazia bastante esforço pra segurar a amiga.
- Tá! tá! - Sofia o fez mas quando colocou os pés na plataforma que Flambarda fez, a ponta ruiu e quase que ela caiu.
- Vem cá! - Flambarda disse, abraçando Sofia que agora estava colada com ela. Sofia estava extremamene encabulada. - Você nunca mais invente de fazer isso, entendeu bem!?
- Eu tô com medo, Flam...
- De que?
- Do que pode acontecer com a gente.
- Bom, a gente tem que torcer pro Rain ganhar essa, porque se ele perder, eu acho que aquela mulher vai querer enfiar alguma coisa na nossa bunda.
- Antes fosse...
- Mas vem cá. Donde tu conhece ela?
- Flam, a história é longa...
- Resume. Anda.
- Bom, lembra quando você falou que tinha duas facções atrás de você?
- Sim.
- Então, ela faz parte da segunda facção.
- Tá, mas... - Flambarda foi interrompida.
- Ela descobriu alguma coisa. Ela sabe quem é você, sabe que somos suas amigas, e não vai evitar nos usar pra te alcançar.
- Mas que filha da puta....
- Flambarda, me desculpa. Eu fui pega na entrada da minha casa, no mesmo dia que a gente voltou do Shenanigans.
- Olha, a cena tá ótima pra fetiche, mas dá pra vocês olharem pra cima? - Disse a voz do próprio Rain, lá da rua.
- Ha ha ha. Muito engraçado, Rain. Só quero saber como vocë vai tirar a gente daqui.
- Ha ha ha, Flam. Assim.

Rain olhou fixamente para elas e fez um gesto com a mão, e foi como se a terra fosse se moldando para lentamente carregá-las em segurança de volta a rua. Flambarda e Sofia olhavam em volta, completamente estupefactas. Como a presença daquele homem era capaz de afetar a terra dessa forma? E se ele era capaz disso, o que mais além do mini tufão, e disso ele era capaz de fazer?

- Flambarda, querida, vá por uma roupa. Você está muito indecente!

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