domingo, 12 de julho de 2020

Flambarda - A Detetive Elemental #56

Mas manter a calma ia ser um trabalho muito difícil porque não deu um minuto e bateu a cólica. A cara dela se transformou imediatamente em um careta de dor, ao passo que ela apertava as mãos contra a barriga. Já ele super preocupado, porque ele achou que ela tava tendo alguma coisa na barriga tipo uma úlcera, ou qualquer coisa do tipo, e rapidamente a trouxe pra dentro oferecendo todo o tipo de coisa.

- Cê quer água
- Quero
- Aspirina?
- Não
- Neosaldina?
- Não
- Luftal
- Não
- Almeida Prado 56.
- Meu Deus! - Ela falava como se estivesse falando com os céus enquanto se sentava na cama mesmo. - Cala a boca! Pelo amor de Deus! - Ela pegava a mochila. - Vai pegar logo a água!
- Tá bom.

Ele se levantou pra buscar a água rapidamente enquanto ela se virava do jeito que dava morrendo de dor pra pegar o buscopan. Quando ele se virou do frigobar para ver o que ela estava fazendo e bateu o olho no remédio o que o fez compreender a situação dela imediatamente.

- Ah. Ok. - Ele disse quase sem esboçar reação.

Ele estendeu o copo de água para ela, que rapidamente mandou o Buscopan pra dentro e se deitou na cama dele de qualquer jeito. Ele ficou um pouco confuso, resolveu servir a sua própria bebida enquanto se sentava sobre sua poltrona e observava a situação e a petulância de Flambarda em usar sua cama inescrupulosamente. Até que ele decide soltar.

- Percebe, Ivair?
- Ivair?
- A petulância do cavalo.
- Obrigado por elogiar o meu majestoso rabo de cavalo. - Ela ironizou.
- Tem certeza que não é uma preguiça?
- Uurrrrrrggghh... - Ela se sentou conforme o Buscopan fazia efeito. - Olha eu tô em dúvida, mas em alguns momentos eu queria ser uma louva-deusa.
- Você quer dizer Louva-Deus?
- Louva-Deusa mesmo.
- Pra arrancar minha cabeça fora.
- Talvez a sua eu poupasse. Só talvez.
- Vamos direto ao assunto?
- Como assim?
- Honestamente, isso não parece muito com você. Não que você não esteja bonita, mas está óbvio que tem alguém por trás disso.
- Óbvio? - Ela fez uma careta enquanto pensava: "Ótimo, Fernanda, você acabou de me fuder." - Ta tão na cara assim que eu naturalmente não me enfeitaria tanto?
- Você não é a primeira e nem será a última que vem atrás de mim. Eu já estou acostumado. - Ele se levantou e se aproximou dela lentamente.
- Ah, certamente deve ter um monte de mulher querendo saber onde uma delícias dessas que você é mora. Eu só vim num dia ruim.
- E talvez eu tenha que tomar alguma providência quanto a você.

Ele a pegou pelo pescoço levantando-a e ela logo pensou. - "Porra, de novo!?" - enquanto segurava o braço dele num gesto que parecia ser em vão, mas ela começou a canalizar energia pra luva fazendo ela esquentar e queimando o braço dele o que o fez abrir a mão fazendo cair. Flambarda aproveitou o ângulo baixo e deu um soco certeiro no saco dele fazendo ele arriar de dor na hora, caindo no chão se contorcendo de dor.

- Agora vê se você respeita a minha cólica.
- Eu não esperava... que você... fosse jogar tão baixo.

Enquanto ele se contorcia de dor, ela procurava uma saída. Tinha o banheiro, mas o lugar parecia um calabouço. Não tinha uma bendita de uma janela. A detetive se viu obrigada a ter que encarar o homem que levantou mais rápido do que ela esperava.

- Round dois. - Ele disse, coçando o nariz.

Flambarda não sabia nem o que fazer. Ela nunca tinha lutado na vida, e conforme ele se aproximava, mais ela se encurralava na parede. Ela pegou os saltos que caíram dos seus pés quando ela estava sendo enforcada e jogou no Entrenós que simplesmente recebeu o golpe que não pareceu nem causar dano. Ele chegou perto e deu três socos em sequência na região da cintura o que a fez cair de dor.

- E aí, quem te mandou aqui?

Em uma fração de segundo Flambarda raciocinou. - "Cara, olha só, eu tenho que saber desse cara, esse cara teoricamente é um arcanista, mas quem quer saber dele é a Vaca da Brahma, que é teoricamente é a chefe dele, e provavelmente é mais forte que ele, o que ele seria capaz de fazer contra ela? Ah, que se foda."

- Foi a Fernanda.
- A Nanda?
- É.
- Uai e por que diabos ela ia querer me espiar?
- Primeiro cê tem que perguntar se ela quer te espiar.
- Como assim?
- Dono de casa de Swing, vida volátil, um gato que chega a dar sede na gente... Acho mais provável que ela queira só que você sossegue.
- Isso não faz sentido.
- E é pra fazer?

"Ele deixou já claro que tem gente atrás dele, então ele obviamente tem coisas que quer esconder de alguém, e pelo que ele falou não é problema com a receita porque senão quem vinha aqui era os puliça, mas quem parece ir aqui são mulheres. Provavel que Fernanda tenha mandado mais gente, mas dessa vez ela queria que eu resolvesse."

- Mas o que ela tem a ver com quem eu como ou deixo de comer?
- Ah, mulher é assim mesmo. A gente quer achar homem pras amigas. - "Até parece..." - Apesar de, pelo menos eu e minhas amigas, tentar arrumar homem só pra dar umazinha mesmo. Relacionamento da muito trabalho.
- E ela queria que eu te comesse?
- Talvez... - Bateu a cólica e ela contorceu de novo - Mas acho que hoje não vai rolar...
- Então...
- Olha, por que você não me diz onde cê mora? Eu vou lá quando eu ficar melhor. Eu prometo.
- Tá bom. - Ele puxa um cartão da casa da carteira, vai até uma mesinha de cabeceira e pega uma caneta e anota um endereço. - Ta aí.
- Valeu. - Ela pegou no chão.
- Aqui. - Ele ofereceu a mão pra ela levantar.

Ele auxiliou Flambarda a se levantar, pegou os salto e os entregou para ela para que ela calçasse, mas ela ao invés disso simplesmente se deitou na cama dele e pegou o celular.

- Olha só, você me deu três socos, o mínimo que você pode fazer é ligar a Netflix nessa teve pra gente ver um episódio de série.
- Justo. - Ele se deitou com ela e ligou a Netflix pra ver Orange is The New Black.

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