AVISO: Esse texto fala sobre a morte de ume ente queride.
A morte vem. Ela é inevitável, apesar de tentarmos evitar ela a todo o custo. Cada vez mais adotamos estratégias que prolongam o nosso tempo de permanência e é perfeitamente justo que o façamos porque se não sobrevivermos, não seremos capaz de viver. Isso não significa que seremos capazes de prever quando nossas botas baterão, mas significa que a gente não vai bater as botas se formos capazes de evitar uma determinada situação.
O problema é que a sobrevivência é uma prisão. Para que continuemos ativos, precisamos satisfazer uma porção de condições. Pra início de conversa a gente precisa comer; beber água; e dormir; e isso só garante o mínimo do mínimo, porque se a gente quiser continuar nossa atividade a gente também precisa cuidar do nosso corpo para que ele possa continuar aguentando o tranco, uma vez que ele decai ao longo do tempo. Tem que se alimentar bem pra ter os nutrientes necessários pra nos fortalecermos ao longo do tempo e evitarmos uma porção de doenças; tomar vacina pra não deitar pra um vírus otário para o qual já se tem métodos eficazes de defesa; se entreter pra não ter um prilipaque, e etc.
Como se esse problema não fosse o bastante, ele está circunscrito pela sociedade e pela quantidade de tempo que a gente passa em atividade, ou seja, aquele tempo que a gente não passa dormindo. Pela sociedade porque a gente não pode sair fazendo o que a gente quer do jeito que a gente quiser porque tem outras pessoas vivendo com a gente, e pelo nosso tempo porque fazer todas essas atividades necessárias a sobrevivência requer tempo. Cozinhar; se exercitar; assistir TV; arrumar a casa; e mais uma porção de atividades que reduzem o nosso tempo onde nós gostaríamos de estar de fato vivendo.
Tem uma pegadinha aqui. Eu ainda não defini o que é vida.