quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Libertação Trágica

AVISO: Esse texto fala sobre a morte de ume ente queride.

A morte vem. Ela é inevitável, apesar de tentarmos evitar ela a todo o custo. Cada vez mais adotamos estratégias que prolongam o nosso tempo de permanência e é perfeitamente justo que o façamos porque se não sobrevivermos, não seremos capaz de viver. Isso não significa que seremos capazes de prever quando nossas botas baterão, mas significa que a gente não vai bater as botas se formos capazes de evitar uma determinada situação.

O problema é que a sobrevivência é uma prisão. Para que continuemos ativos, precisamos satisfazer uma porção de condições. Pra início de conversa a gente precisa comer; beber água; e dormir; e isso só garante o mínimo do mínimo, porque se a gente quiser continuar nossa atividade a gente também precisa cuidar do nosso corpo para que ele possa continuar aguentando o tranco, uma vez que ele decai ao longo do tempo. Tem que se alimentar bem pra ter os nutrientes necessários pra nos fortalecermos ao longo do tempo e evitarmos uma porção de doenças; tomar vacina pra não deitar pra um vírus otário para o qual já se tem métodos eficazes de defesa; se entreter pra não ter um prilipaque, e etc.

Como se esse problema não fosse o bastante, ele está circunscrito pela sociedade e pela quantidade de tempo que a gente passa em atividade, ou seja, aquele tempo que a gente não passa dormindo. Pela sociedade porque a gente não pode sair fazendo o que a gente quer do jeito que a gente quiser porque tem outras pessoas vivendo com a gente, e pelo nosso tempo porque fazer todas essas atividades necessárias a sobrevivência requer tempo. Cozinhar; se exercitar; assistir TV; arrumar a casa; e mais uma porção de atividades que reduzem o nosso tempo onde nós gostaríamos de estar de fato vivendo.

Tem uma pegadinha aqui. Eu ainda não defini o que é vida.

domingo, 24 de novembro de 2024

Flambarda - A Detetive Elemental #83

- Quem me alertou foi a Fabiana, mas eu tenho uma infeliz coincidência. - Flambarda continuou.
- Diga. - Rain indagou.
- Eu peguei o mesmo metrô que ele estava conduzindo. Só que eu saí ali em Engenho da Rainha, caí na porrada com um malamorfo, derrotei ele, peguei o metrô, e quando peguei sinal ali em Inhaúma recebi essa ligação da Bibi.
- E como ela sabe que sequestraram o Rodney?
- Porque ligaram do celular dele.
- Pode ser clonado.
- E você acha que eu sei ver isso?
- Tem como, mas é meio chato.
- Que merda.
- O que mais você sabe?
- Nada

Um silêncio se fez na chamada por um instante.

- Então tá. Eu vou ver o que eu descubro.
- Não precisa me contar.
- Você vai saber.
- Não, obrigada.
- Até logo.

Eu realmente espero que ele não me ligue, mas ele vai me ligar né? Tinha que ser o filho da puta do Rodney. Eu tenho que pensar como ele pode ter sido raptado nesse tempo que eu tava brigando nas estações e como diabos o metrô continuaria sendo conduzido mesmo sem aquele filho da puta. Vamo, Flambarda, o que você consegue lembrar de informação relevante? - Flambarda estava raciocinando como salvar o Rodney, apesar de tudo. Talvez ele fosse uma peça chave pra entender tudo o que se passa, ou talvez seja só o atual ficante da sua amiga. De qualquer forma. ela parecia ter desculpas o suficiente pra salvar a criatura de sabe-se lá o que está acontecendo. - É muita coisa pra um domingo. Puta que pariu.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Privatização da Educação é O Caminho Errado

O título é exatamente esse. O meu objetivo aqui é demonstrar como a privatização da educação é exatamente o oposto daquilo que nós queremos para o nosso país.

A gente tá vendo acontecer em São Paulo e já aconteceu em outros estados, como no Paraná. Não é que as escolas públicas vão passar a ser privadas, o que realmente seria o caos completo, mas, sutilmente, os projetos de lei, que foram aprovados no Paraná e agora estão sendo tentados em São Paulo, transfere a gestão da infraestrutura da educação pública para a iniciativa privada. As empresas ficarão responsáveis pela construção dos prédios e, depois, pela manutenção da infraestrutura, pela gestão de limpeza, alimentação, vigilância e jardinagem e pela contratação de funcionários para essas áreas. Sob a responsabilidade das empresas também estarão as atividades diárias escolares envolvendo o apoio aos alunos que não conseguem acessar com autonomia as instalações escolares.

Sabe o que isso significa? É a manutenção e a infraestrutura da escola sendo usada pra gerar mercado e lucro usando dinheiro público. Se a escola não é privatizada totalmente então o dinheiro que vai ser usado na manutenção dessa infraestrutura é todo público. As pessoas vão conseguir se matricular nas escolas públicas ainda? Sim. As escolas públicas vão conseguir oferecer a mesma qualidade de ensino? Óbvio que não.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Economia, História, Cultura e mais num Caldeirão

" A palavra economia deriva do grego oikonomía : oikos - casa, moradia; e nomos - administração, organização, distribuição." - Você vai encontrar essa citação em vários lugares. Eu só coloquei "Economia etimologia" no google. A própria I.A. do Google gerou essa joça sem eu pedir, mas provavelmente copiou do ECONOTEEN que estava logo abaixo.

Eu vou falar sobre economia, mas com pouca propriedade porque eu não sou um economista. O que eu sei foi escutando outros economistas falarem sobre o assunto. Humberto Matos, Ju Furno, Andre Roncaglia, Paulo Gala...

Tá, mas o que eu prato de salada tem a ver com economia? A gente não deveria falar de dinheiro, juros, PIB, e essas coisas chatas que aparecem no jornal?

Não.

Eu fiz uma cadeira de economia na faculdade e a primeira coisa que foi feito foi cortar o papo de que economia se trata de dinheiro. Se trata de produção e distribuição de bens, se trata de quanto de tomate, quanto de alface, quanto de batata está sendo produzido e se esses produtos estão chegando para as pessoas que vão consumir. Significa também se há pessoas cozinhando esses produtos, como estão sendo cozidos e quem está comendo, e se essas pessoas estão comendo o suficiente para continuar os seus afazeres. Isso é meio complicado porque confunde um pouco com logística, quase como se fosse uma extensão da mesma. Pensando por um lado, talvez seja.

Não se trata necessariamente de justiça, apesar de ser possível de, em certa medida, usar medidas econômicas para que se execute justiça de forma um pouco mais objetiva.