domingo, 26 de dezembro de 2021

Flambarda - A Detetive Elemental #57

- E aí, vai pedir um Uber pra mim? - Flambarda perguntou
- Eu?
- Três socos, querido. A série só conta pra um.
- Mas já tem duas horas.
- Eu tô cobrando pouco pelo soco.
- Cê joga baixo.
- Eu juro que eu tento, nem sempre dá.
- Cê sabe que dá.
- Ê ê. Não vai rolar.
- Droga.

Foi uma tentativa frustrada de flerte. Enquanto Flambarda simplesmente tentava aproveitar o momento o máximo pra se recuperar porque os golpes ainda estão doendo, ainda mais combinados com cólica. Até que ela foi pega de surpresa.

- E se a gente... - Entrenós começou
- A gente o que?
- Trocasse de papel.
- Como assim?
- É, eu tenho uma cinta ali...
- Pera... como?
- É...
- Cê quer que eu... te coma?
- Falando desse jeito parece meio agressivo.
- Não. Não. Não vai rolar. - Ela se levantou. - Olha, isso tá ficando estranho. Eu não to pronta pra isso. - Ela foi se arrumando de volta. - Escuta, eu perdôo os outros dois socos tá? Já tenho seu endereço e eu te juro que quando der eu vou atrás de você.
- Mas...
- Só... me deixa sair, por favor.

Flambarda saiu, bem mais confusa do que entrou. Ela queria voltar pra casa de metrô mesmo,e por causa disso foi andando até a estação de um jeito bastante desengonçado pois não estava acostumada a usar salto e vestido, e a coisa dificultava enquanto ela tentava falar no telefone com Sofia e Fabiana.

Flambarda: Descobriram algo?
Sofia: Tem coisa que eu já sabia aqui, mas não imaginava que fosse real.
Flambarda: Tipo.
Sofia: Já ouviu falar de Wu Xing?
Fabiana: Flam, essa vaca tá loka. Ela ta falando um monte de coisa que não faz sentido.
Flambarda: Olha Bibi, a minha vida realmente não tá fazendo muito sentido.
Fabiana: Faz sentido.
Flambarda: #sqn
Sofia: Então, Wu Xing são os 5 caminhos da filosofia chinesa, sabe aquela balela de vento, água, fogo e terra?
Fabiana: Os quatro elementos.
Sofia: No Wu Xing são cinco. Água, Fogo, Madeira, Metal e Terra.
Fabiana: Falei que não faz sentido.
Sofia: Faz sentido na filosofia chinesa
Flambarda: Tá.
Flambarda: Mas como isso se aplica a nozes?
Sofia: Bom parece que essas energias existem e nós sempre fomos capazes de canalizá-las.
Sofia: E parece que pra cada um dos cinco elementos tem uma luvinha.
Flambarda: Bom, eu já sabia que tinha mais, pelo menos agora eu sei que só tem cinco
Flambarda: Meninas
Flambarda: Cólica
Flambarda: Mais tarde eu vejo.

Flambarda, parou com o telefone enquanto tentava organizar seus pensamentos:

"Ok. Vamos lá. Ele me deu esse endereço, eu tenho que verificar se isso é verdadeiro e... aaaaaaaaaaaaaargh!!!! Que dor horrenda! Certamente não dá pra isso ficar pior." - Até que ela viu uma criatura vindo pelo outro lado - "ai não... Rodney..."

- En garde! - Rodney falou se posicionando.
- Rodney, agora eu não quero brigar.
- Como não? Você é uma arcanista agora. O destino quer que nós lutemos.
- Eu to cagando pro destino.
- Mas ele não está cagando pra você.
- Rodney. Eu. Não. Quero. Brigar.
- Mas você...
- Não!
- Mas então...
- Não! Chega! Só sai da minha frente!
- Então deixa eu te levar até em casa.
- São uma da manhã! Não tem metrô! Eu me desliguei, e agora só quero chegar lá porque pelo menos vai ser mais fácil do uber me pegar.
- Então você não me quer por perto?
- Rodney. querido, eu tô com uma puta cólica. A última coisa que eu quero perto de mim é gente.
- Mas e o desti...
- Destino é meu... Ok. Você pode estar certo.

Rodney se virou e eles viram o Malamorfo vindo na direção deles. Rodney tentou formar uma base pra se defender mas a criatura foi mais rápida e o derrubou com um megulho direto. Flambarda tirou os saltos e deu um belo chute flamejante na criatura que a zuniu na parede. - "Droga vou ter que segurar isso até o Rodney levantar." - Ela então chutou a criatura caída no chão mais uma vez e se jogou sobre ela para tentar imobilizá-la.

- Rodney!
- Ta na mão!

Rodney sacou uma garrafa de água concentrada, e passou a transferir a sua energia da água para o Malamorfo, retransformado-o em uma pessoa normal de novo. Flambarda soltou um ganido como se tivesse perdido o ar por um instante.

- Você tá bem, Flam?
- Tô. É que... - Ela pensava em uma desculpa - eu to com cólica. - E a cólica bateu de novo fazendo ela se contorcer.
- Ah, claro.

"Será que colou? Que se dane. Esse cara veio da casa de swing. Eu lembro desse rosto, esse cara era gato, eu pegaria ele na casa de swing, mas... Droga, eu não consigo lembrar como estava a energia dele! Mas não me chamou nenhuma atenção então devia estar normal. Algo aconteceu na casa, o Entrenós só estava ganhando tempo."

- Acredita em destino agora?
- Não, mas acredito que você poderia ser muito útil.
- Ei, eu não sou forçado a te ajudar!
- Mesmo se esse for seu destino?
- Hmmmm...
- O problema do destino, é que ele tira de você sua liberdade.
- Mas não é você quem dita qual é o destino.
- Verdade, mas não é a primeira, nem a segunda que o tal "destino" nos põe cara a cara, né?
- É.
- Será que o sapato desse cara cabe em mim? - Ela deu uma olhada - Quarenta e quatro. Definitivamente não. - Ela lamentou enquanto colocava os saltos novamente.
- E agora?
- Olha, Rodney, eu vou pra casa. Você se quiser vir, cê faz o que quiser, mas não espere que eu vá ser boazinha ou qualquer coisa do tipo.
- Na verdade, eu queria saber sobre aquela sua amiga...
- Pera? A Bibi?
- Isso.
- Rodney, se você acredita em destino, como é que você vai querer namorar pessoas aleatórias?
- Eu não sei. Será que você não pode conviver com essa contradição?
- Eu posso. Não é problema meu. Mas será que você pode?

Eles ficaram em silêncio por um tempo enquanto ela pedia o Uber. Não demorou 5 minutos e o carro já estava lá para buscá-la. Nisso, ela começou a mandar mensagem para Fernanda.

Flambarda: Nanda.
Fenrnada: E aí, Flam!? Descobriu algo.
Flambarda: Não muito, mas alguma coisa.

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