terça-feira, 22 de agosto de 2023

Pensando Sobre Matemática #79 - Fibonacci #3

Porra, mas de novo esse cara!?


O que diabos esse cara tem de tão especial!? Eu não sei, mas a sequencia de Fibonacci tem um ziriguidum. Um ziriguidum que eu vou falar agora. Você não precisa ver os outros dois episódios pra entender esse, mas saiba que a gente já falou dele Aqui e Aqui. E o que acontece é que o homi deu sorte de tirar bilhete premiado entre os estudiosos de matemática pq ele pegou pra estudar uma relação de recorrência muito da safadinha. A saber:
F(n+2) = F(n+1) + F(n)
Então, o que temos até agora, a gente explicou o chute da forma exponencial da relação de recorrência e a produção da forma de Binet.
F(n) = ( 1 + 5 ) n - ( 1 - 5 ) n 2n . 5
A gente também demonstrou que a fórmula de Binet funciona para a relação de recorrência em questão usando o Princípio da Indução Finita. E aí a gente fez os passos necessários para fazer a demonstração e verificou a veracidade da fórmula. Só que, bom, agora a gente vai olhar pra relação com uma visão diferente, com a visão discreta da coisa mesmo, e talvez você esteja se perguntando "mas como elu vai fazer isso se a relação de recorrência já é uma relação discreta?" E a resposta mais simples é: A gente vai fazer aritimética bruta. Vamos relembrar alguns números da bendita da sequência:

F = { 0 , 1 , 1 , 2 , 3 , 5 , 8 , 13 ... }

Mas, porém, contudo, contanto, todavia, essa sequencia aparece com esses dois valores iniciais.
F0 = 0 F1 = 1
Não é mesmo?

E se a gente usasse valores diferentes? E se a gente usasse, por exemplo, 0 e 4?

A = { 0 , 4 , 4 , 8 , 12 , 20 , 32 , 52 ... }

Hmmm... Ok, parece que a gente só tá multiplicando por 4. Vamos usar então 1 e 4:

B = { 1 , 4 , 5 , 9 , 14 , 23 , 37 , 60 ... }

Agora a coisa parece que fic meio doida, e realmente eu não to conseguindo ver muita coisa aí não, vamos tentar alguma coisa mais genérica, começamos com a e b.
K0 = a K1 = b
E a partir daí vamos começar a desenvolver os próximos termos. Vejamos o que acontece:
K2 = K1 + K0 , K2 = b + a K3 = ( b + a ) + b , K3 = 2 * b + a K4 = ( 2 * b + a ) + ( b + a ) , K4 = ( 3 * b + 2 * a ) K5 = ( 3 * b + 2 * a ) + ( 2 * b + a ) , K5 = ( 5 * b + 3 * a )
Cê não tá fazendo isso comigo não, né, Fibonacci?
K6 = ( 5 * b + 3 * a ) + ( 3 * b + 2 * a ) , K6 = ( 8 * b + 5 * a )
Fibonacci!?
K7 = ( 8 * b + 5 * a ) + ( 5 * b + 3 * a ) , K7 = ( 13 * b + 8 * a )
Ok, parece que já entendemos o que está acontecendo aqui. Não importa quais valores iniciais a gente usar, a gente sempre vai ter a sequência de Fibonacci ali escondida junto com os valores que a gente selecionou! Não viu ainda!? A gente te ajuda!
K(n+2) = ( F(n+1) * K(1) + F(n) * K(0) )
Ou seja, no final a gente acaba caindo no caso mais simples. Isso significa que a gente pode estudar o caso mais simples porque depois a gente pode facilmente levar para os casos mais complexos. Isso é apenas mais uma das propriedades interessantes dessa sequência.

Repetindo, Fibonacci tirou a sorte grande na loteria das relações de recorrência.

P.S.: Do jeito que minha vida anda, acho que as postagens de matemática de segunda não vão rolar não...

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