Lenora era uma pequena pixie, vinda de um lugar longínquo
para ver aquela que havia se transformado em seu ídolo. Onde ela morava, ela
podia ouvir muitas história sobre a portadora da Alabarda Flamejante, mas vê-la
era algo que nenhum deles ousava fazer, talvez fosse possível que Flambarda nem
pudesse ver Lenora, não se sabia de humanos que pudessem ver as fadas ou os
elementais, mas ela tinha esperanças que conseguiria, aquele era seu sonho.
A pequena pixie olhou mais uma vez para o pequeno pedaço de
papel meio amassado, que ela carregava com dificuldade, ela não era muito boa
usando instrumentos humanos, mas usou os pesados instrumentos de desenho para isso,
com todo carinho de uma fã pelo seu ídolo, ela fez um desenho, meio
desengonçado de Flambarda e queria dá-lo para a jovem “Flammy” como ela apelidou
carinhosamente.
Ao longe ela viu o cabelo vermelho da menina saindo de uma
loja, ela só precisava segui-la, isso parecia fácil, se pixie não fosse
invisível aos olhos humanos, tudo que os outros viam era um pequeno pedaço de
papel dobrado sendo guiado pelo vento e batiam com a mão para que o papel não
parasse em seus rostos.
Lenora perdeu a conta de quantos safanões levou de humanos e
eles eram doloridos, dado o tamanho da pequena fada. Ela já estava sem forças e
sem esperanças, quando finalmente avistou “Flammy” mais de perto, agora ela só
precisava entregar o desenho e se apresentar e seu sonho se realizaria.
Ela estava quase alcançando, quase conseguindo, quando sua
mãe teleportou bem ali diante de seus olhos. Tudo estava acabado, ela sabia que
não ia conseguir realizar seu desejo e falar com a portadora da luva.
Raven, a matriarca da família Beechsprite estava parada, de
braços cruzados diante da filha.
- Bonito Lenora, se colocando em risco e correndo o risco da
nossa raça ser descoberta, apenas pra falar com uma humana.
- Mãe, mas ela não é uma humana qualquer, ela é portadora da
luva, a dona da alabarda flamejante....
- Silêncio, Lenora! Ter uma luva mágica não faz dela menos humana
e você sabe que nossa raça abomina humanos, por todo sofrimento que eles causam
à natureza.
- Mas mãe, é rápido, eu só quero que ela veja o desenho, eu
prometo que ela não vai me ver.
- Porque vai ser super normal, pouco motivo pra ela
desconfiar, um desenho caindo na cara dela do nada. Além disso, nossas tintas
não apareceriam para ela, pois são especiais.
- Eu sei, por isso eu usei equipamentos humanos.
- Você fez o que Lenora? Já ouvi demais! Você teve a audácia
de ofender nossa raça usando instrumentos humanos.
Raven não dá mais espaço pra filha falar, apenas a pega pelo
braço e teleporta, não antes de Lenora soltar o papelzinho com o desenho que caiu
bem em cima do nariz de Flambarda.