Flambarda teve um lapso de consciência e ao voltar ao mundo real, ela rapidamente puxou a alabarda para cima, fazendo mais um som de corte na carne e outro de alguma coisa muito pesada caindo no chão. Ao invés de tentar acender as luzes dessa vez, ela mirou no ponto no qual as luzes divergiam e deu 3 estocadas com sua arma, e por fim um golpe vertical descendente o qual ela sentiu que não pegou no chão. Nervosa e ofegante, ela reparou que o que quer que sejam essas centelhas, agora passavam por aquele ponto. Isso a tranquilizou, o que a fez retrair a alabarda e conjurar as chamas de sua luva para ver pela primeira vez uma cena pesada.
A detetive levou a mão direita ao rosto, o que não queimou sua cara mas prejudicou sua visão. Então ela se deu conta e trocou a mão ao mesmo tempo que usava a destra para iluminar a cena onde um homem tinha três perfurações em seu corpo e estava dilacerado pelos dois cortes da alabarda. Parecia um Fatality mas era extremamente real. O sangue escorria pelo chão formando uma poça e no desespero, Ela simplesmente tacou fogo em tudo e saiu correndo dali com Xiao gritando - "Fogo! Fogo! Chamem os Bombeiros!" - felizmente antes que qualquer pessoa pudesse entrar.
A jovem estava psicologicamente abalada. Ela nunca havia visto algo do tipo antes e a primeira coisa que ela fez foi sair correndo pra casa ao mesmo tempo que ligava pra Brahma.
- Alô?- Fernanda atendeu.
- Brahma! Ufa!
- E aí Flam? Tudo certo?
- Nem um pouco.
- Que isso!? Conta aí, o que aconteceu.
- Eu matei um cara.
- Que!?
- Ele tinha virado malamorfo.
- Ah. Então tudo bem...
- Tudo bem!?
- Sim. - Ela fez um breve silêncio e lembrou - Ah, sim! Sabe dizer onde?
- Foi no centro. Eu taquei fogo no lugar. Acho que era na Marechal Floriano.
- Ta bom.
- Só isso.
- Só. E procura ser mais discreta da próxima vez que matar alguém, por favor.
- Hã? - E a chamada foi encerrada antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.além.
Nenhuma palavra de conforto, uma frieza até cruel. Flambarda começou a se questionar se havia feito a decisão certa ao se tornar uma Arcanista, ela chegou em casa com os olhos vazios e se trancou no quarto chorando por quase meia hora.Até que finalmente tomou coragem pra pegar o celular e mandar mensagem no grupo com Bibi e Sofia.
Flambarda:Oi.
Fabiana: CÊ QUER MATAR A GENTE DE PREOCUPAÇÃO!?
Fabiana: A GENTE QUERIA FALAR COM VOCÊ E A SOFIA AQUI FICA FALANDO QUE NÃO É PRA FAZER NADA.
Sofia: Bibi. Calma, você não sabe o que aconteceu.
Fabiana: Calma!? A gente foi duas escrotas que nem ficou lá pra esconder o corpo.
Sofia: Relaxa que o lugar pegou fogo. Se tinha evidência agora não tem muito mais coisa.
Fabiana: ...
Fabiana: Tá...
Sofia: Ok. Flam, gata. Respira, vai beber uma água que a gente ainda vai estar aqui.
Flambarda: Eu
Ela demorou a continuar
Fabiana: Anda logo!
Sofia: Calma, caralho!
Mais um momento.
Flambarda: Matei um cara.
Um terceiro momento de silêncio no grupo.
Sofia: Calma.
Sofia: Calma.
Sofia: Ninguém ta te julgando.
Flambarda: Eu sou um monstro, Sofia.
Fabiana: Não é não!
Fabiana: Se você for um monstro então nós três somos.
Flambarda: Miga.
Flambarda: Eu dei um Fatality no cara.
Flambarda: UM FATALITY!
Flambarda: Eu picotei o cara!
Flambarda: Depois taquei fogo pra ninguém descobrir!
Sofia: A gente pode ir aí?
Flambarda: Não!
Flambarda: Vocês tem que ficar longe!
Flambarda: Eu...
Quarto momento de silêncio.
"Flambarda saiu do grupo."
A detetive ficou deitada na cama mais uma hora, sem fazer nada, tentando pensar e digerir tudo o que aconteceu nesse curto espaço de tempo. Um malamorfo, fogo, possível destruição. Até onde será que aquele fogo se alastrou? Será que o Rain vai abafar a mídia mesmo assim? O que o Xiao vai contar pros druidas? O que estariam falando dela? Ela tentava fazer o cálculo, mas mesmo assim parecia que a inspiração de detetive simplesmente a havia abandonado. Só havia desespero, e nesse ínterim ela resolveu se olhar no banheiro, como acontecia nos pesadelos, mas dessa vez ela olhou por uns dez minutos e nada. Aquilo tudo era real. Ela chorou e chorou, até desmaiar no chão frio.
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