Flambarda se levanta da cama de súbito.
Coroi. Eu fiquei esse tempo todo treinando esgrima? Porquê diabos? Eu lembro de ter pedido, mas isso foi consciente mesmo?
A jovem levantou da cama com sua habitual dificuldade. Foi até o banheiro e quando abaixou a calcinha pra fazer xixi viu uma mancha vermelha e imeditamente pensou: "Ah não..." Não demorou muito para que o mero impacto visual afetasse a sua cabeça e ela começasse a sentir as cólicas logo em seguida insultando seus próprios orgãos internos. - "Útero filho da puta..."
Ela pegou na gaveta um "Sym", não exatamente porque era a melhor marca, mas porque ela gostava demais da propaganda, colocou na mesma calcinha mesmo porque era domingo, ela não queria sair, essa calcinha já tava manchada mesmo, uma mancha a mais não ia fazer muita diferença na vida dela, o absorvente era mais pra evitar que transbordasse pra camisola, calça ou o que quer que ela fosse vestir, o que ela ainda não havia decidido.
Um silêncio tomou o lugar, Jéssica não estava em casa, era Segunda e ela tinha que ir trabalhar. Flambarda olhou no relógio, eram 10:00 da manhã. Tudo fazia sentido, até o fato do universo não cooperar com ela quando ela estava morrendo de cólicas. Como sua mãe não estava em casa, ela precisou se levantar e se deslocar até a caixinha de remédios que tem na cozinha. Felizmente, tanto ela quanto sua mãe usam Buscopan então sempre tinha em casa. Elas se certificavam de que não faltaria. Os movimentos eram lentos e pesados, sempre se apoiando na parede ou na coisa sólida mais próxima que estivesse no caminho.
Após tomar o remédio, ela se sentou na cadeira da cozinha, visto que era a coisa mais próxima, e esperou por cerca de 10 minutos o remédio fazer efeito. Ela ainda queria café, mas na sequência ela precisava ir ao banheiro pra fazer xixi. Ela passou pelo espelho, se olhou por um instante e xingou mentalmente:
"Eu soco uma parede e quase não sinto dor, mas a cólica continua vindo com tudo, né, luva filha da puta?"
Em seguida ela se sentou no vaso pensando no que mais precisava fazer hoje. Precisava ir a faculdade, mas a vontade era cada vez menor, e as dores da cólica não facilitavam nem um pouco, talvez ligasse pra Fernanda ou pra Fabiana ou pra Sofia, mas depois de tanta loucura, ela só queria mesmo era um dia de paz, a mesma paz que ela encontrou enquanto fazia xixi sem interrupções, apenas deixando fluir e sentindo o alívio da bexiga. Paz que rapidamente foi quebrada no momento que ela lembrou que precisava voltar para a cozinha para pegar a própria xícara de café
A detetive sentou-se vagarosamente na cadeira, olhando pra mesa, ela queria pensar em alguma coisa que não fosse a dor que ela estava sentindo, mesmo depois de ter tomado o bendito remédio. Com muita dificuldade colocou o café e o açúcar na xícara e engoliu rapidamente, mesmo estando relativamente quente. Felizmente as coisas começaram a melhorar em alguns minutos e logo ela estava prestando atenção na TV.
Já eram 10:20, aquela hora do Bem Estar. Não que Flambarda fosse tão interessada nos tópicos mas lá estava ela vendo, pelo menos a distraia do pior. Resolveu ligar pra mãe pra avisar que não ia a faculdade e que estava com cólica.
- Oi mãe.
- Filha!? Tá tudo bem?
- Tirando o que tá ruim, mãe... - Ela dizia com dificuldade por causa da cólica.
- Cólica?
- É.
- Tem Buscopan em casa. Precisa que eu volte?
- Não. Eu só queria avisar que eu não devo ir a faculdade hoje.
- Descansa aí assiste um pouco de TV.
- Eu lá vejo TV, mãe!?
- As vezes tem coisa boa.
- Eu to até vendo, tá dando Bem Estar. Tem nada de legal.
- Fala sério! Eu adoro a Patrícia Poeta!
- Tem nada de mais, ela!
- Depois tem o encontro com a Fátima Bernardes,
- Eu vou ver se tem alguma coisa no computador...
- Tem macarrão, arroz, batata, carne... Descongela alguma coisa pra comer.
- Cozinhar com cólica!?
- Na hora do aperto a gente cozinha até com a mão amarrada.
Já eram 10:20, aquela hora do Bem Estar. Não que Flambarda fosse tão interessada nos tópicos mas lá estava ela vendo, pelo menos a distraia do pior. Resolveu ligar pra mãe pra avisar que não ia a faculdade e que estava com cólica.
- Oi mãe.
- Filha!? Tá tudo bem?
- Tirando o que tá ruim, mãe... - Ela dizia com dificuldade por causa da cólica.
- Cólica?
- É.
- Tem Buscopan em casa. Precisa que eu volte?
- Não. Eu só queria avisar que eu não devo ir a faculdade hoje.
- Descansa aí assiste um pouco de TV.
- Eu lá vejo TV, mãe!?
- As vezes tem coisa boa.
- Eu to até vendo, tá dando Bem Estar. Tem nada de legal.
- Fala sério! Eu adoro a Patrícia Poeta!
- Tem nada de mais, ela!
- Depois tem o encontro com a Fátima Bernardes,
- Eu vou ver se tem alguma coisa no computador...
- Tem macarrão, arroz, batata, carne... Descongela alguma coisa pra comer.
- Cozinhar com cólica!?
- Na hora do aperto a gente cozinha até com a mão amarrada.
- Eu quero é pedir um iFood.
- Bom, você se arranja, agora eu tenho que desligar. Beijo!
- Beijo, mãe! - E assim encerraram a ligação.
Segunda, menstruação, Elsa. Nada apontava para um dia bom, se tudo desse certo ninguém ia mandar mensagem, ninguém ia ligar. Só que a tarada da Sofia não dorme em serviço e já tava mandando mensagem.
Sofia: E ai, meninas. Qual é a boa?
Flambarda: Pra mim nada.
Sofia: Que que houve, amiga?
Flambarda: Abriu o mar vermelho.
Fabiana: Cê tem Buscopan, amiga?
Flambarda: A gente sempre tem aquele estoque de Buscopan e absorvente né?
Sofia: E Chocolate?
Flambarda: Então...
Flambarda: Hoje quem me consola é a Elsa.
Fabiana: Hoje não vai ter nada, então? - Após essa mensagem o grupo ficou inativo por uns 15 minutos.
Sofia: Pelo tempo que ela tá levando pra responder, acho que não.
Flambarda: Vocês podem sair. Hoje eu não saio nem pra me salvar do apocalipse.
Fabiana: Te cuida.
Sofia: Se cuida, amiga!
Flambarda via os elementos passarem para lá e para cá conforme ficava deitada estirada em seu quarto. O que ela achava estranho é que, sempre que ela relaxava, as luzes pareciam dançar em volta dela, quase como se estivessem celebrando a presença dela. Até que ela reparou que as suas energias estavam extremamente perturbadas ali na barriga.
Isso tudo aqui é energia. Será se...?
Até que ela resolveu pegar o celular e ligar pra Fernanda, já tava nas últimas chamadas e ela aproveitou pra salvar o contato.
- Alô, Flambarda?
- Oi Fernanda.
- Vai lá no clube hoje?
- Eu não vou a lugar nenhum.
- Que que houve?
- Mar vermelho.
- Ixi, ninguém deve ter te ensinado, né?
- Ensinado o que?
- A melhorar a dor. - Yes!
- E tem como?
- Bom, não passa a dor totalmente porque bem ou mal tem as reações aí no seu corpo, mas dá pra reduzir.
- Explica! Anda! Que que cê tá esperando!?
- Bom... Não tem muito o que explicar, você tem que controlar as suas próprias energias aí.
- Tá de zoa...
- To não! Eu mesmo faço quando eu to nesses dias.
- Cê é uma Deusa.
- Ah, sei lá. Tenta Yoga.
- Yoga!?
- É! Ou Sumô.
- Ah, vai se fuder!
E desligou o telefone na cara da Brahma, que se escangalhava de rir depois de falar Sumô, então ela nem fez questão de ligar de volta. Ela que Flambarda ficou fula da vida, apesar de também saber que seria uma das melhores opções para a detetive, mas que iria demorar um tempo até ela acreditar nisso.
Depois desse papo, a jovem começou a se concentrar. - "É só controlar a energia, né?" - Ela tentava controlar a energia que passava pelo seu corpo, ela ia olhando para si mesma e tentando controlar as energias em cada pedaço, mas quanto mais ela tentava, mais a dor embaralhava e ela parava, voltando a situação anterior com as energias perturbadas porém com menos dor. Ela tentou fazer isso com o auxílio de um espelho, mas ela não conseguia ver as próprias energias dessa forma, apenas as energias que trafegavam sobre o espelho.
É. não tinha muito jeito. O jeito era esperar a segunda passar na esperança da terça ser melhor.
Segunda, menstruação, Elsa. Nada apontava para um dia bom, se tudo desse certo ninguém ia mandar mensagem, ninguém ia ligar. Só que a tarada da Sofia não dorme em serviço e já tava mandando mensagem.
Sofia: E ai, meninas. Qual é a boa?
Flambarda: Pra mim nada.
Sofia: Que que houve, amiga?
Flambarda: Abriu o mar vermelho.
Fabiana: Cê tem Buscopan, amiga?
Flambarda: A gente sempre tem aquele estoque de Buscopan e absorvente né?
Sofia: E Chocolate?
Flambarda: Então...
Flambarda: Hoje quem me consola é a Elsa.
Fabiana: Hoje não vai ter nada, então? - Após essa mensagem o grupo ficou inativo por uns 15 minutos.
Sofia: Pelo tempo que ela tá levando pra responder, acho que não.
Flambarda: Vocês podem sair. Hoje eu não saio nem pra me salvar do apocalipse.
Fabiana: Te cuida.
Sofia: Se cuida, amiga!
Flambarda via os elementos passarem para lá e para cá conforme ficava deitada estirada em seu quarto. O que ela achava estranho é que, sempre que ela relaxava, as luzes pareciam dançar em volta dela, quase como se estivessem celebrando a presença dela. Até que ela reparou que as suas energias estavam extremamente perturbadas ali na barriga.
Isso tudo aqui é energia. Será se...?
Até que ela resolveu pegar o celular e ligar pra Fernanda, já tava nas últimas chamadas e ela aproveitou pra salvar o contato.
- Alô, Flambarda?
- Oi Fernanda.
- Vai lá no clube hoje?
- Eu não vou a lugar nenhum.
- Que que houve?
- Mar vermelho.
- Ixi, ninguém deve ter te ensinado, né?
- Ensinado o que?
- A melhorar a dor. - Yes!
- E tem como?
- Bom, não passa a dor totalmente porque bem ou mal tem as reações aí no seu corpo, mas dá pra reduzir.
- Explica! Anda! Que que cê tá esperando!?
- Bom... Não tem muito o que explicar, você tem que controlar as suas próprias energias aí.
- Tá de zoa...
- To não! Eu mesmo faço quando eu to nesses dias.
- Cê é uma Deusa.
- Ah, sei lá. Tenta Yoga.
- Yoga!?
- É! Ou Sumô.
- Ah, vai se fuder!
E desligou o telefone na cara da Brahma, que se escangalhava de rir depois de falar Sumô, então ela nem fez questão de ligar de volta. Ela que Flambarda ficou fula da vida, apesar de também saber que seria uma das melhores opções para a detetive, mas que iria demorar um tempo até ela acreditar nisso.
Depois desse papo, a jovem começou a se concentrar. - "É só controlar a energia, né?" - Ela tentava controlar a energia que passava pelo seu corpo, ela ia olhando para si mesma e tentando controlar as energias em cada pedaço, mas quanto mais ela tentava, mais a dor embaralhava e ela parava, voltando a situação anterior com as energias perturbadas porém com menos dor. Ela tentou fazer isso com o auxílio de um espelho, mas ela não conseguia ver as próprias energias dessa forma, apenas as energias que trafegavam sobre o espelho.
É. não tinha muito jeito. O jeito era esperar a segunda passar na esperança da terça ser melhor.
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