sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Poder e Posse - Para onde estamos indo? (18+)

Eu tenho enrolado um tempo pra escrever isso, mas a verdade é que eu to cansado de guardar isso pra mim. A verdade é que a gente ainda tem que andar muito pra que a nossa educação seja de fato libertadora - eu não me excluo disso - e a gente tem que andar juntos. A forma com a qual a nossa sociedade está estruturada, pra mim, é horrível. Como isso é apenas um texto de um doidinho da internet, então muito provavelmente não reflete a realidade geral, e, naturalmente, reflete apenas a minha perspectiva sobre como as coisas estão postas, e essa perspectiva me diz que estamos destruindo as futuras gerações e que precisamos mudar a forma com a qual a sociedade está organizada.

Vamos começar a destruição das futuras gerações? Porque é exatamente aqui é onde começam as questões de poder e posse. Na educação de crianças - e eu não quero usar muito o termo crianças, porque são apenas seres humaninhes que estão tentando aprender como o mundo funciona. - que desde cedo estão incluídas em relações de poder para com as pessoas mais velhas e/ou mais fortes que elas. Como diria o Tio Ben: "Com grandes poderes vem grandes responsabilidades", e de fato educar ume ser humaninhe é muito difícil, pelo menos se você tenta tirar a estrutura de poder, e aí começa o problema.

O meu primeiro problema é dizer que é possível educar com poder, e talvez seja possível ensinar uma coisa ou outra, mas isso também ensina outra coisa. Ensina que quem tem poder manda, e que a forma de se vencer na vida é tendo poder sobre os outros. Eu não posso dizer que é o desejo de toda a criança, mas eu posso dizer que foi o de uma e é o de uma segunda, ser adulta pra poder se libertar das estruturas de poder que tentam dizer o que ela tem que fazer, como, quando, e onde. Sem porquês. Não é necessário explicar motivos. Não é necessário explicar coisas que talvez sejam complexas como sociabilidade, e sim que não envergonhem sues responsáveis (pq as vezes não dá pra identificar como mãe, pai ou outra coisa). A verdade é que, para e educadore, (ab)usar da estutura de poder é fácil e traz ordem ao caos com facilidade, dando o controle na mão de quem está no alto da estrutura. Educar sem poder é trabalhoso, toma tempo, requer explicações de novo e de novo e de novo, e as vezes junto com experiências pessoas que talvez não gostaríamos que e outre ser humaninhe passasse, mas que vão acontecer. Se é trabalhoso e toma tempo, então a gente tem outro problema. Nossa sociedade não tem mais tempo.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #70

- Direta ao ponto. Um pouco ameaçadora, mas disposta a matar no peito qualquer bola que eu mandar. - Disse Flambarda em voz baixa.
- Você sempre usa jargão de esporte?
- Eu acho que você entendeu um pouco errado, mas tudo bem. - A detetive repetiu o gesto de sua companheira olhando no rosto dela. - Bom, eu sei que você tá no meio desse mundo, como a Ana Luiza parece te conhecer, eu suponho que você seja uma druida. Dessa forma, eu imagino que você condicione o seu corpo pra evitar morrer nessa vida maluca que a gente vive. Eu tenho quase certeza que eu já te vi manipular energia antes eu só não sei até onde você consegue sentir as coisas, mas também sei que você sabe alguma coisa sobre essas benditas luvas porque uma vez você meio que me acobertou. Então...
- Nossa... - Sandra deu uma beiçada se mostrando impressionada. - parece que você fez uma pesquisa e tanto.
- Nem tanto. Eu deveria ter fontes melhores, mas eu sou uma merda de detetive que ao invés de ficar pesquisando a vida da pessoa por fora e coletando toda informação pública que você deixou pra trás, eu venho aqui na sua cara te perguntar os caralhos tudo sem qualquer evidência pra contestar qualquer porra. - E então a detetive girou a cabeça e passou a olhar em outra direção.
- É... - A druida arregalou os olhos, concordando com o que a detetive dissera
- Dito tudo isso, por que você me acobertou?
- Ah! Isso? Bom, você tem um luvetal na sua mão mas você não merece ser caçada por aí.
- A maioria das pessoas não liga pra luva, acho que ninguem anda por aí olhando a sua mão pra saber se você tem uma luva legal ou não.
- Não sei você, mas eu olho peito, bunda, pau, cabelo e rosto. No máximo olho pra mão pra saber o que a pessoa ta carregando.
- É mais ou menos o que eu olho também. - Mas nesse momento Flambarda estava notando que as energias que mais corriam por ela agora eram de fogo.

A porta se abriu e Fabiana chegou primeiro, como esperado porque a Sofia tem que vir lá de Botafogo. Ela trajava seu tipo de roupa clássica, shorts bem curtos, camisa cropped, tênis. Ao descer os olhos sobre Sandra ela naturalmente ficou admirada também, mas primeiro acenou para sua amiga, que acenou de volta, e então se sentou de frente pras outras duas colocando a bolsa rosa e espalhafatosa sobre a mesa.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #69

Era de manhã, Flambarda abriu os olhos, relativamente descansados. Parecia até que seu corpo sabia que era sábado e que era dia de farrear ou qualquer coisa do tipo, apesar de conseguir se lembrar bastante bem que tinha combinado de treinar com Sandra de novo hoje. Provavelmente seria mais que um treino, vai saber o que Sandra realmente quer fazer, mas no momento ela é uma pessoa sobre o qual Flambarda tem muito pouca informação dados os eventos nos quais elas se encontraram.

Nesse momento ela parava para contemplar o que talvez fosse seu dever. Talvez para o resto da vida, mas pelo menos era muito mais legal do que repetir a rotina todo o dia. Mal sabia ela que isso só deixava os capítulos mais longos porque o tempo demora a passar quando você tem que descrever tantos eventos com mais riqueza de detalhes porque quando se trata de investigação, tudo o que eu escrevo conta, e tudo o que eu não escrevo conta também. Independente disso, ela piscou os olhos porque queria se certificar de que ainda conseguia enxergar os fluxos elementais, e voilá! A visão do fluxo elemental estava boa. A jovem tinha bastante madeira fluindo em si, e antes de continuar, precisava saber se ainda conseguia fazer aquelas coisas legais com Alabáreda.

Flambarda ergueu um pouco a mão na altura do queixo e, focando, fez a energia fluir até ela e pressionou com força fazendo incendiar até deixar o foco. - "Legal. ainda sei fazer isso" - Ela pensou consigo mesma. Agora se imaginou empunhando uma alabarda por um momento, se concentrou na invocação da arma e, em chamas, o item se materializou em suas mãos. Ela lentamente apoiou a arma no chão e num movimento súbito, abrindo a mão, a arma se desapareceu em um rastro de chamas.

"Acho que agora tô pronta" - pensou

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #68

Correr na esteira é uma atividade relativamente terapêutica, especialmente se você está escutando alguma música, que era o caso de Flambarda. Com uma playlist particularmente eclética, mas composto basicamente do que bombou e do que bomba no momento. Apesar de Sofia ter umas influências músicas bem mais distinstas, provavelmente por ser e conhecer uma galera mais alternativa, isso geralmente não passava muito para a detetive, apesar de sua amiga gostar de dizer que era apenas uma questão de tempo, se fosse o caso, as duas se perguntavam quanto tempo então.

Só que havia muito mais coisas com as quais a detetive precisava lidar, e no momento estava tentando criar uma espécie de conexão com esse mulherão que a recebeu relativamente bem, apesar de se perguntar se não era apenas por causa da bendita da luva, mas era particularmente útil porque ela recebia uma atenção toda especial que o Paulo não podia dar, ou talvez não quisesse dar por qualquer razão que fosse, e como personal é uma coisa cara, ela certamente não estava reclamando, e os exercícios realmente pareciam estar surtindo mais efeito, e naturalmente, a consequência é que o corpo dela parecia mais cansado, além de doer mais.

- Mas, vem cá, Sandra - Flambarda indagou - era pro corpo ficar doído assim mesmo?
- Bom, você agora tá fazendo de um jeito que faz um pouco mais de força, e digamos que você ainda é sedentária, né?
- Nisso você tá certa. - A detetive bebeu um gole de água antes de continuar a falar - mas até que essa regularidade tá me fazendo bem. As cólicas nem parecem tão violentas.
- E por que você acha que eu faço exercício? - Sandra começou a fazer um Supino reto e sua companheira foi conversar no descanso do próximo treino.
- Teu cu que é só por causa da cólica. - Flambarda respondeu. - Esse corpo aí de fazer inveja, toda trabalhada, só acho que não deve fazer muito sucesso com muito homem porque a maioria deve ter até medo de chegar perto de você.
- Ainda bem... - Ela ia falando em meio as repetições. - Que eu não preciso... De homem... Pra me satisfazer.

Flambarda olhou pra Sandra com os olhos um pouco arregalados, talvez com medo de que estivesse recebendo uma cantada ao vivasso mas ela tentou contornar.

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #67

Sexta-Feira, 5 de Junho de 2015. Flambarda acorda cedo porque resolveu dormir cedo. O despertador tocou, e ela até enrolou pra acordar. Deu um cochilo de meia-hora e acordou no segundo despertador. Ainda era bem cedo. 8 horas da manhã. Muito mais cedo do que a jovem estava acostumada a acordar. Sua mãe ainda estava em casa passando um café e colocando a mesa para o café da manhã. Ela primeiro foi ao banheiro, fez seu xixi e se olhou no espelho. A barriga estava diminuindo. Talvez não pelas melhores razões, porque ela não tem se alimentado muito bem, mas era, feliz ou infelizmente, uma vitória. Ela terminou o que devia fazer no banheiro, colocou uma roupa que não era exatamente de sair mas também não era exatamente de ficar em casa, saiu sem identidade mesmo com 10 reais em uma mão e a chave de casa na outra.

- To indo a padaria, mãe!
- Tá bom, filha!

Ela fechou a porta do seu apartamento. Decidiu pegar as escadas, a idéia de ficar presa num elevador há alguns dias ainda pairava sobre sua mente, apesar de, não ter nenhuma evidência de que aquilo ocorreria de novo, mas os traumas ficam. Tudo parecia relativamente equilibrado. Talvez um pouco mais de verde devido ao iniciar do dia. Ela passou dando um bom dia ao porteiro, foi a padaria, pegou 4 pães e 100 gramas de mortadela, por que não? R$ 3,47. Ok, uma nota de 5 de troco, e ela não ia ficar fazendo questão de 3 centavos a mais. Números bons pra itens que você compra a granel. Tinha mais umas duas pessoas na fila, então ela teve que esperar um pouco, mas o dia a princípio parecia comum, extremamente comum. Ela não pretendia comemorar, sabia como as coisas geralmente eram pra ela. Ela conseguia sentir o calor do pão quentinho conforme carregava a sacola de volta pra casa.

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #66

- Fabiana?
- Flambarda?
- Fabiana... - Flambarda dizia, meio que aos prantos. - me desculpa.
- Flam, relaxa. Todo mundo já teve seu dia ruim.
- Eu to sendo uma péssima amiga. Não falo as coisas com vocês. Eu...
- Flam, não precisa ser vitimista.
- Eu tô tentando afastar vocês, tá bom!? Pronto! Falei!

Um silêncio tomou a conversa por um tempo. Flambarda chorou, mesmo tentando se segurar. Ela apertou a mão esquerda com força, quase como se fosse um gesto de contenção. Fabiana levantou-se da sua cama, foi até a janela, e conforme observava a rua e as pessoas que passavam para lá e para cá, tratou de responder a amiga.

- Você vai tomar no seu cu, tá bom? - Mais um momento de silêncio. - Você vai tomar no meio do seu cu. Você lembra o que eu passei com você? Não posso dizer muito sobre a Sofia, mas eu tava lá quando aquela merda daquele elevador travou e um bicho feio do demônio apareceu e falou que a gente ia morrer, e o Rodney tentou socar a cara dele e deu errado e você afundou o elevador, e as paredes começaram a apertar e vai saber o que aconteceu com aquele edifício depois de tudo aquilo.
- Bibi...
- E aí teve aquela vez que a gente entrou naquele alçapão lá na biblioteca da tijuca e a gente viu... - Fabiana frisou - ...a gente viu aquele filho da puta fazer magia na frente dos nossos olhos. A gente tá atolada nessa merda até o pescoço já! E você fazendo isso não tá ajudando a gente! Porque agora que a gente viu isso tudo, a gente sabe que mais cedo ou mais tarde alguma coisa vai vir atrás de gente com o pau durasso! E a gente não faz a mínima idéia do que fazer pra evitar ter o cu arregaçado por o que quer que seja essas merdas!
- Bibi...
- E agora você fica aí... Bibi; Bibi; Bibi... Na moral! Vai tomar no teu cu!
- Fabiana! Que merda! Dá pra me escutar!?
- Ufa... - O suspiro de Bibi foi tão forte que deu pra escutar nítidamente do outro lado. - Agora sim parece a Flambarda que eu conheço.

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Tem todo o ano, e a cada ano é mais importante

 A gente tem essa mania de comemorar cada vez que a terra passa pela posição onde ela teoricamente estava quando a gente nasceu. Tem uma galera que acha esse costume um pouco besta, que o tempo anda pra frente e não faz sentido ficar contando a quantidade de ciclos a gente já passou. É uma visão de mundo possível, onde talvez eu concorde em parte, e talvez seja importante saber que convive juntamente com a visão padrão, mas, por outras perspectivas é de uma importância tremenda.

Isso porque a gente pode não perceber, mas a nossa vida, apesar de curiosamente adaptável, ela também é extremamente frágil. Um golpe de faca, um tiro, pode ser suficiente para finalizá-la. Então, eu gosto de comemorar, mesmo que do meu jeito simples e discreto, cada ciclo que as pessoas que eu admiro muito sobrevivem. Imagine sobreviver 41 anos. Infelizmente os nossos mecanismos cerebrais não nos permitem ver o quanto isso é especial, até porque, na minha experiência, cada dia depois do 30 é luta por sobrevivência.

Mas eu não gosto de pensar assim, eu gosto de pensar que em algum momento, lá em 2012 eu consegui fazer você ir além da sobrevivência, e é uma grande prepotência minha achar que eu sou responsável pela sua felicidade, mas eu não posso falar que eu não tento fornecer uma base pra você ir além. E eu gosto de ver você indo além, dando mais um passo em direção a algum objetivo, e lutando contra todas as dificuldades que o mundo lhe joga. Pra mim, cada ciclo desses também serve pra me lembrar de vários momentos que passamos juntos.

Eu me culpo um pouco, porque é mais um ano que passa que eu não consigo te dar um presente decente. É só mais um texto, escrito com amor e dedicação, mas apenas mais um texto, mais um pra pilha dos textos que você leu em todos esses anos. Tem sido cada ano mais difícil escrever eles porque os temas já se esgotaram, e acaba que o texto parece mais uma reclamação minha acerca de mim e do mundo, do que algo que deveria ser uma bela mensagem pra você. Apesar de que, eu posso apelar pra policemia, e para a subjetividade da beleza, esperando que você, junto com suas experiências e vivências, possa apreciar o texto de alguma forma.

Eu poderia fazer jogos com os números, porque é essa a bagagem que a matemática me dá. Dá pra falar que 41 é um número primo, e que os 11 anos que a gente tá junto também é outro número primo, e o quanto essas coincidências parecem permear as nossas vidas. Jung diria que são sinais de sincronicidade e, os sinais que a vida nos dá também são policêmicos a não ser que queiramos tratar eles com o ceticismo da ciência. O problema é que o ceticismo da ciência leva tempo. Um tempo que talvez não fosse tão bem aproveitado se a gente não aproveitasse como a gente ainda tenta aproveitar hoje.

E eu estaria mentindo se dissesse que somos simbionticos que fazemos tudo juntos. O que é mais engraçado é que as pessoas tendem a acreditar nisso quando vêem nossas fotos juntos, mas isso não poderia estar mais distante da realidade, só que também pode ser um indício verdadeiro de que os opostos se atraem. Fato é que temos poucos interesses em comum apesar de estarmos imersos em culturas similares, eu gosto dos jogos eletrônicos, você prefere assistir as séries, você lê mais livros e eu escuto mais podcast. E aqui estou eu me colocando de novo junto numa coisa que deveria ser sobre você.

Ao mesmo tempo, eu tento não escrever demais sobre você porque o meu objetivo não é te expôr, mas como eu poderia te exaltar sem te expôr? É possível exaltar alguma coisa sem a evidenciar minimamente? Dá pra exaltar algo que está escondido? Talvez pela sua capacidade de discrição, mas quando fossemos admirar, nada veríamos devido justamente a habilidade exaltada. Uma vez que não quero te expor, e ao mesmo tempo quero te exaltar, eu vou jogar para o futuro, porque eu nada posso prever, e se tudo der errado, ficarão os meus bons desejos.

  • Felicidades
  • Longevidade
  • Menos sofrimento
  • Livros
  • RPG
  • Comida
  • Café
  • Liberdade
Eu queria colocar uma lista maior e talvez com coisas mais abstratas, mas também não quero que meu desejo seja completamente utópico, só queria conseguir celebrar seu aniversário como você realmente merece.

Espero que um dia a gente consiga essa celebração. Sim. A gente. Não quero estar longe de você quando isso acontecer.

Wo ai ni.

domingo, 17 de setembro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #65

Sandra e Flambarda terminaram os exercícios e foram para o vestiário juntas. O que chamou a atenção das pessoas na academia, que naturalmente fofocariam entre si, mas longe do ambiente atual ou talvez em vozes bem mais quietas, porém Flambarda queria fazer com que Sandra falasse o máximo possível, mesmo que pra isso ela precisasse falar também, então elas conversavam enquanto faziam xixi.

- E de onde você conhece o Rodney? - começou a detetive.
- Uma vez eu encontrei ele na biblioteca. - conforme ela falava, seus olhos buscavam respostas nas paredes, como se estivesse tentando se localizar. - eu tava indo procurar um livro de... - ela estalou os dedos duas vezes tentando se lembrar do que era, e Flambarda completou.
- Feng Shui?
- Isso, Feng Shui. Pode não parecer mas eu curto bastante essas coisas!
- Realmente, não parece muito. - "Cê quer enrolar a quem?" - chegou a fazer alguma coisa com ele? - Disse Flambarda terminando o xixi.
- Não. Ele é meio devagar, sabe? - Agora Sandra terminava seu xixi.
- Eu sei, mas o papo dele foi te levar pra conhecer  uma sociedade secreta?
- Que sociedade secreta?
- Qual é, Sandra, você mesmo falou que sabe manipular energias... - Por alguma razão nenhuma das duas queria sair do vestiário mesmo sem qualquer intenção de trocar de roupa.
- É verdade... - Ela fez uma cara meio que decepcionada consigo mesma, mas resolveu prosseguir. - Mas o papo dele realmente não foi esse. Ele parece um imã de problema, sabe? Sempre dá ruim quando ele tá por perto!
- Jura!? Achei que era só comigo!
- E então um belo dia eu fui salva por ele.
- Salva? Pelo Rodney?
- É! Era já de noite quando eu tava voltando pra casa. Não tinha quase ninguém na rua. Eu tava bem triste, tinha acabado de terminar um namoro, e por telefone!
- Putz. - A detetive fez uma cara como alguém que sentiu a dor das palavras da mulher. - Complicado...
- E antes de entrar em casa tava passando alguém, que parece que não tinha nada a ver com a história, não consigo me lembrar muito bem de como ele era, mas eu lembro de querer descontar a raiva nele. - Sandra olhou pra parede pensativa por alguns instantes. - Eu não lembro do que aconteceu depois, mas lembro de acordar perto do Rodney me abraçando agradecendo que eu tava viva.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Precisamos Falar Sobre Sexo (16+)

Sexo, o tabu mais comentado em todos os lugares. Talvez seja verdade que ninguém deva ficar falando sobre quais são as lascivias que ocorrem entre quatro paredes (considerando um recinto quadrado, a quantidade de lados não precisa ser 4), mas é fato que a forma com a qual isso me parece ser colocado na sociedade hoje é um problema.

Como isso aqui é muita opinião tirada do cu, não há dados, não há pesquisa. Há experiência pessoal e há muito "Eu acho", e, naturalmente, se isso significa que se dados e pesquisas, que joguem minha opinião no ralo, aparecerem, de preferência na sessão de comentários. Aquilo é a realidade média e aquela é a situação principal a ser tratada. A minha experiência seria apenas um dos casos excepcionais, e mesmo enquanto não for, ainda não é regra. É apenas a minha experiência.

Sim, eu acho que precisamos falar sobre sexo. Eu acho que precisamos falar mais sobre sexo. Não falamos o suficiente. Não compartilhamos experiências o suficiente. Não educamos as nossas crianças o suficiente sobre sexo e consentimento. E o que, pra mim é a pior parte, a sociedade fala de sexo majoritariamente sob uma perspecitva de poder, e quando eu penso nisso eu posso apenas agradecer a existência de Laura Muller, Jairo Bouer, Penélope Nova, e a MTV porque acho que foram os poucos veículos de comunicação que eu me lembro que apresenta o sexo sob outra perspectiva.

- Pera? Cê tá querendo dizer que o problema é falar de sexo sob essa perspecitva?
- Sim.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #64

Sandra é alta, forte, usa roupa de academia preta, mas certamente não era nada que fosse comprado em C&A ou Riachuelo. Parecia que ela tinha dinheiro pra arrumar aquelas roupas boas de loja de esportes, além de ostentar um belo corpasso de atleta e era relativamente mais proporcional, diferente da Gracyanne, que tem lá seus méritos, mas não fazia Flambarda questionar a própria sexualidade como essa mulher estava fazendo sem nem mesmo tentar. Por onde ela passava, arrancava suspiros e há quem argumentasse que o trânsito da tijuca ficava mais lento no horário em que ela passava pra ir a academia que era a noite.

- É sempre nessa hora que você costuma vir pra academia? - A detetive perguntou.
- É sim. É a hora que dá, né?
- Eu super entendo.
- Já você pelo visto não tem rotina, né?
- É...
- Deu pra notar.
- Mas você já esteve na academia em outros horários também.
- Uma coincidência oportuna, talvez?
- É, você tem que me explicar melhor esse lance aí.

Elas chegaram juntas na academia, o instrutor Paulo já tinha saído, e isso parecia ser um alívio. Olhando ao redor a maioria das pessoas não parecia sequer conhecê-la, e por mais que ela usasse uma luva espalhafatosa, não parecia nem chamar atenção. Ela pretendia se manter assim, mas para isso precisaria dosar os exercícios severamente para evitar forçar o corpo demais e ativar as chamas, mas como fazer isso com Sandra do lado? Será que ela estava realmente pensando em fazer alguma coisa em dupla?

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Polêmica #85 - Inteligência Artificial #1

 Eu sei que eu to chegando meio atrasado pra esse debate, afinal as pessoas já discutiram inteligência artificial e já estão usando ela massivamente.

"Como dizem que 2 + 2 = 5, então deve ser isso"

Mentira. As pessoas ainda discutem inteligência artificial, mas por outras razões, apesar delas ainda estarem por aí e resta a dúvida se ela é mais problema do que solução. Eu tenho a presunção de responder essa dúvida? Claro que não! Eu nem sei se eu vou chegar em alguma conclusão aqui nessa livre associação de idéias, mas eu espero pelo menos conseguir desenvolver o tema minimamente.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Pensando Sobre Matemática #79 - Fibonacci #3

Porra, mas de novo esse cara!?


O que diabos esse cara tem de tão especial!? Eu não sei, mas a sequencia de Fibonacci tem um ziriguidum. Um ziriguidum que eu vou falar agora. Você não precisa ver os outros dois episódios pra entender esse, mas saiba que a gente já falou dele Aqui e Aqui. E o que acontece é que o homi deu sorte de tirar bilhete premiado entre os estudiosos de matemática pq ele pegou pra estudar uma relação de recorrência muito da safadinha. A saber:
F(n+2) = F(n+1) + F(n)

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Hardcore Devel #75 - Sistemas Sustentáveis #5 - Inicialização

 Vamos começar a voltar com algum estilo, vamos voltar a falar sobre sistemas, e como sempre com foco na sustentabilidade deles.


E depois de tanto tempo, vamos tentar manter a proposta, apesar de que agora os tempos são outros. Algumas coisas se mantém. Aquilo que eu falei no passado ainda está vivo. O Windows ainda permite você gerenciar memória virtual, apesar dos HDs hoje em dia serem uma coisa diferente. Quando eu falei no passado, o SSD já estava em ascenção, e hoje em dia quase tudo que você encontra já é um SSD. Sistemas com SSD tem muitas particularidades e uma vida útil menor do que HDs padrão, a questão é que, por conta do obsolescência programada, a gente dificilmente vai notar isso. Talvez se você acompanhar essa série aqui...

domingo, 20 de agosto de 2023

Doce Veneno

Dói, mas não é no corpo. É lá dentro, na cabeça, na alma, naquilo que faz a gente se preocupar. Naquilo que também está tentando se despreocupar. Essa contradição na minha cabeça é complicada de se lidar. Se por um lado eu penso em tomar apenas mais uma dose pra aguentar o estado atual, eu sei que isso está me destruindo e vai cobrar de mim no futuro. Parece que não tem escolha. Parece que eu só tô retardando um fim trágico.

É isso mesmo? Apenas uma tragédia anunciada? Depois de gastar tempo e esforço em um monte de coisa, eu simplesmente quero tomar mais uma dose do veneno. Em algumas perspectivas isso é apenas o esperado, só que não pára por aí. Depois de me drogar, minha própria cabeça vem e me diz que eu to errade. Pra que!? Qual é o seu ganho nessa jogada!? Não faz sentido você me culpar por tentar escapar das situações que são complicadas de se lidar pra depois vir e dizer que eu estava errade! Porque, no final das contas, eu não to bebendo um elixir mágico restaurador de vitalidade! Eu to bebendo o doce veneno!

E, na moral, eu to cansado de beber veneno. To cansado de ficar me envenenando pra você depois vir aqui dizer que eu to fazendo a coisa errada. Me diz qual é a coisa certa então! Diz aí pra onde eu tenho que ir, ou o que eu tenho que fazer! É muito fácil dizer que eu tenho que descobrir sozinho depois de me tirar o chão. Depois de me fazer ficar acordado até sabe-se lá que horas matutando como é que eu vou me purificar desse veneno bebendo um gole de cada vez dele. Porque se eu não me drogo, você reclama, se eu o faço você reclama também. Eu to cansado. Você é minha mente, minha alma. Não pode me deixar assim na mão.

Responde, sua inútil! Responde! O nosso tempo tá acabando, e tá ficando mais curto a cada dose. A gente não pode continuar encurtando a nossa vida sob o pretexto de evitar um encurtamento prematuro definitivo porque, novamente, isso é só uma postergação do invevitável, ou pelo menos, se eu realmente estiver sendo salvo a cada dose de veneno, pelo menos não aja contra mim. Não precisa me ajudar a me levantar pro dia de amanhã. Só de não dizer que eu to cometendo um erro, eu já fico feliz.

domingo, 28 de maio de 2023

Recomeçar do Zero

Eu te amo.

Mas dizer isso não basta. As palavras são levadas pelo vento. A escrita em algum momento se apaga. E eu só queria não ter errado tantas vezes.

Mas isso era possível? Será que um dia eu vou parar de errar? As evidências mostram que não. Conviver é errar. Quem convive, transita entre a linha cinzenta daquilo que é bom para si e para e outre. Pendendo, ora para um lado, ora para outro. E de fato, a gente sempre quer pesar para o nosso lado a gente quer o nosso melhor.

E se entre nós dois não tivesse essa linha. A gente apaga ela pra que não tenha mais o meu lado e o seu. Chega dessa forma individualizante de pensar. Eu não quero mais isso. Eu já quis, achei que as coisas seriam separadas porém convergentes. Só que tá impraticável. Isso não tá dando certo. Esse tipo de discurso vai fazer as coisas ruírem como já quase ruíram no passado.

Chega. Não tem mais divisão. A gente precisa mudar. Talvez você já tenha mudado e eu não tenha percebido, todavia, eu vou recomeçar do 0, e esse 0 é o ponto de partida onde o nosso amor já está estabelecido. A partir daqui eu preciso derivar para algo melhor. Dizem que é bandeira vermelha quando alguém diz que tá tentando melhorar pra você, mas isso é o pouco que eu posso oferecer.

Eu vou recomeçar quantas vezes forem necessárias. Pelo noso amor, sempre valerá a pena.

sábado, 4 de fevereiro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #63

- Senhora! Essa bolsa é minha!

Flambarda não tinha razão alguma pra não acreditar na mulher a menos de um objeto dentro da bolsa. Uma bijouteria que concentrava uma energia branca, algumas que fluiam até dela mesma para dentro da bolsa. Ela não sabia exatamente o que fazer então ao invés de entregar na mão da moça, ela preferiu entregar ao agente de segurança que estava se aproximando.

- Aqui. Toma. - Ela quase que arremessou a bolsa no agente
- Ei! Volte aqui! Você agora está envolvida nisso.
- É claro que eu estou envolvida. Eu sempre estou.
- Cê tá passando bem, colega? - O agente perguntou, tentando intimidá-la mas o humor da detetive não estava dos melhores.
- Eu tô! Tô ótima! Essa perseguição então fez a adrenalina ir lá na casa do caralho e eu to lokarassa!

Nesse meio tempo, Jessica, Elimar, e Shou chegavam juntos a cena. Pareciam bastante confiantes de que tudo ia dar certo, apesar das coisas já estarem dando errado, que caminharam em um ritmo normal. A mãe de Flambarda fez o favor de levar o copo do Starbucks de sua filha para que ela pudesse consumir a bebida em seguida, mas o clima era de tensão.

- Fala direito comigo, porra! - O agente bradou
- Porra é o cu da cachorra! - Ela respondeu
- É isso, você vem comigo! - Ele então foi pegá-la pelo braço para conduzí-la mas Elimar interveio.
- Calma, jovem. Você viu o que aconteceu, não viu? - A voz do professor era serena, quase um calmante natural. E ele fez questão de tocá-lo no ombro. - Ela evitou que uma bolsa fosse furtada, mas queria se certificar apenas de que essa ainda era a bolsa certa.

O agente olhou para Elimar, depois pra Flambarda, e depois pra Elimar de novo. Ele parecia um pouco confuso, afinal realmente as pessoas em volta confirmaram conforme o que professor disse. E talvez o melhor a se fazer mesmo seria avaliar a bolsa antes de devolver para a moça que alega ser a dona.