- To indo a padaria, mãe!
- Tá bom, filha!
Ela fechou a porta do seu apartamento. Decidiu pegar as escadas, a idéia de ficar presa num elevador há alguns dias ainda pairava sobre sua mente, apesar de, não ter nenhuma evidência de que aquilo ocorreria de novo, mas os traumas ficam. Tudo parecia relativamente equilibrado. Talvez um pouco mais de verde devido ao iniciar do dia. Ela passou dando um bom dia ao porteiro, foi a padaria, pegou 4 pães e 100 gramas de mortadela, por que não? R$ 3,47. Ok, uma nota de 5 de troco, e ela não ia ficar fazendo questão de 3 centavos a mais. Números bons pra itens que você compra a granel. Tinha mais umas duas pessoas na fila, então ela teve que esperar um pouco, mas o dia a princípio parecia comum, extremamente comum. Ela não pretendia comemorar, sabia como as coisas geralmente eram pra ela. Ela conseguia sentir o calor do pão quentinho conforme carregava a sacola de volta pra casa.
Flambarda deixou o pão sobre a mesa pra fechar o café da manhã e fez o desjejum junto com a sua mãe, que logo em seguida saiu pra trabalhar, e enquanto estava sozinha, pensou em Sofia, e como estava sendo injusta por não ter falado com ela ainda. Resolveu deixar uma mensagem primeiro porque sabia que sua amiga trabalhava bastante, então provavelmente não responderia naquele momento. Decidiu ligar o computador pra tentar ter algum entretenimento antes de tentar engajar de fato em qualquer conversa, e o fato de estar sozinha naturalmente a levava para suas perversões. Ligou o Pornhub porque queria ver um pornô pra aquecer rápido. Assim que ela achou um vídeo que poderia lhe parecer interessante, e começou um pouco a atividade, Sofia responde a mensagem.
S: Oi Flambarda.
"Porra, Sofia? Agora!? E desse jeito?" - Ela pensou consigo mesmo, mas logo em seguida pensou. - "Ah, ela vai esperar um pouquinho." - O problema é que o misto de emoções, mais a falta de atenção, fez com que ela usasse a mão onde fica a luva, que é a sua destra que é a sua mão padrão. No momento de clímax, ela acaba acidentalmente despertando as chamas da luva e como reação imediata, acabou apertando a mão entre as pernas numa tentativa louca de evitar as chamas propagarem, apesar de ter gerado apenas uma chama rápida que certamente não colocaria fogo na casa.
"Foi por pouco! Deixa eu me recompor!" - Ela foi, tomou um banho, porque estava suando um bocado, colocou uma roupa mais confortável porque ainda estava longe da hora de ir pra Faculdade, e respondeu Sofia.
F: Olha, eu sei que você tá brava comigo porque eu fui falar primeiro com a Bibi, tá bom? Pode me julgar, mas acho que eu precisava mais da bronca dela naquela hora.
Enquanto isso, como estava na pegada Kyo Kusanagi, ela abriu o Kawaks pra jogar King of Fighters. Tava relativamente acostumada, mas não era lá muito boa no jogo, mas sabia uma macete aqui e outro acolá. Não demora muito até que ela termine o KoF 98 e o 2002. As coisas pareciam meio vazias. Talvez estivesse sentindo falta da adrenalina. Aquilo realmente fazia ela viver a flor da pele, e o dia de hoje parecia tão rotineiro, talvez exceto pelo fato de precisar pedir desculpas a sua amiga que responde ocasionalmente devido a seu nível de ocupação. Ela parou de jogar um pouco e foi ver o movimento das ruas pela janela. É aquela energia que ela queria sentir. A sensação de estar viva talvez viesse de saber que outres também estavam vives. Até que veio a resposta de Sofia.
S: Eu sei. E eu nem discordo, estou com um pouco de ciúmes, mas vai passar. Eu conheci uma menina bacana esses dias e a gente trocou uma idéia. Uma idéia bem gostosa até... Enfim, é só questão de me dar um tempo. Tá bom. Continuo te amando. Beijo me liga.
"Beijo me liga... Que audácia!" - A detetive preparou a mochila pra ir a academia, mandou uma mensagem pra mãe falando que tava saindo de casa pra ir a academia e que devia ir direto de lá pra faculdade. Ainda estava ponderando o que ia almoçar, mas isso era um problema pra sua eu do futuro quando estivesse sentindo fome. Ela terminou de tirar a mesa antes de sair de fato de casa. Ao chegar na academia, encontrou Paulo no atendimento novamente, mas não queria muito papo com ele porque tinha uma parceira de treino esperando-a do outro lado da catraca. Sandra já estava no meio de seu ciclo de exercícios enquanto a jovem ainda não tinha nem se aquecido direito. Enquanto ela se esticava, conforme sua companheira havia orientado ela a fazer no dia anterior - O Paulo até tentou ensiná-la a se alongar no passado, mas a idéia não tinha colado na mente de Flambarda ainda. - Ela via o noticiário. Jogo do Brasil no dia de Domingo. E foi no momento que ela viu essa propaganda que suas hipóteses loucas começaram a cantar.
"Jogo do Brasil num domingo. A galera vai se reunir pra assistir, ânimos a flor da pele... Por que eu acho que eu devia falar com a Fernanda sobre isso?" - Seus raciocínios porém foram interrompidos por Sandra.
- Oooooooooi!
- Ah! Oi, Sandra! - Disse ela, tentando ficar calma sem parecer assustada, afinal de contas foi surpreendida em um momento de introspecção.
- Vai ver o jogo da seleção?
- Não. Não me interesse nem um pouco por jogador de futebol.
- E qual é o tipo de homem que você gosta
- Dos que fodem bem
- Oooooooopa, quer dizer que você deve ter um problema grande pra escolher.
- Nem me fale, Sandra.
- E depois daqui, vai pra onde?
- Vou pra faculdade, to estudando ainda.
- E faz muito bem. Eu não estudei e olha onde eu estou.
Flambarda parou por um momento, olhou pra cara de Sandra, que ela realmente não sabia como vivia, mas imaginava que se estava fazendo faculdade, o que quer que ela fizesse certamente dava tempo pra ela estar lá para malhar. O que deixou a detetive com alguma pulga atrás da orelha, uma pulga que ela não poderia avalir agora, porque tinha oturas coisas em mente, mas ela fez questão de não responder a colega e ir direto pra esteira.
"Olha onde eu estou... Francamente... Eu não sei o que você esconde, Sandra. Talvez eu queira descobrir, mas no momento eu preciso me focar."
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