sábado, 4 de fevereiro de 2023

Flambarda - A Detetive Elemental #63

- Senhora! Essa bolsa é minha!

Flambarda não tinha razão alguma pra não acreditar na mulher a menos de um objeto dentro da bolsa. Uma bijouteria que concentrava uma energia branca, algumas que fluiam até dela mesma para dentro da bolsa. Ela não sabia exatamente o que fazer então ao invés de entregar na mão da moça, ela preferiu entregar ao agente de segurança que estava se aproximando.

- Aqui. Toma. - Ela quase que arremessou a bolsa no agente
- Ei! Volte aqui! Você agora está envolvida nisso.
- É claro que eu estou envolvida. Eu sempre estou.
- Cê tá passando bem, colega? - O agente perguntou, tentando intimidá-la mas o humor da detetive não estava dos melhores.
- Eu tô! Tô ótima! Essa perseguição então fez a adrenalina ir lá na casa do caralho e eu to lokarassa!

Nesse meio tempo, Jessica, Elimar, e Shou chegavam juntos a cena. Pareciam bastante confiantes de que tudo ia dar certo, apesar das coisas já estarem dando errado, que caminharam em um ritmo normal. A mãe de Flambarda fez o favor de levar o copo do Starbucks de sua filha para que ela pudesse consumir a bebida em seguida, mas o clima era de tensão.

- Fala direito comigo, porra! - O agente bradou
- Porra é o cu da cachorra! - Ela respondeu
- É isso, você vem comigo! - Ele então foi pegá-la pelo braço para conduzí-la mas Elimar interveio.
- Calma, jovem. Você viu o que aconteceu, não viu? - A voz do professor era serena, quase um calmante natural. E ele fez questão de tocá-lo no ombro. - Ela evitou que uma bolsa fosse furtada, mas queria se certificar apenas de que essa ainda era a bolsa certa.

O agente olhou para Elimar, depois pra Flambarda, e depois pra Elimar de novo. Ele parecia um pouco confuso, afinal realmente as pessoas em volta confirmaram conforme o que professor disse. E talvez o melhor a se fazer mesmo seria avaliar a bolsa antes de devolver para a moça que alega ser a dona.

- Tá bom. Me dá essa porra aqui. - Disse o agente apossando-se da bolsa novamente, mas não saiu sem dar um recado. - Tô de olho em vocês.

Ele saiu fazendo sinal para que as pessoas voltassem a circular, enquanto convidava a moça para averiguar se a bolsa era dela mesmo. Enquanto isso, Jéssica entregava o copo de café para sua filha, que bebeu metade num gole só. Pra logo em seguida perguntar...

- Por que o Japa veio?
- E eu não posso vir?
- Você não tem razão nenhuma para vir.
- Mas eu não sou seu stalker?
- Ah! Sei lá! Foda-se se você for também! Graças a você minha raba já deve ser pública na net.
- Quanto exagero...
- Você não tá nem tirando caralho de foto nenhuma! Você tá basicamente aqui de espião!
- E se eu estiver?

"Eu sei que esse puto foi contratado pela Fernanda anteriormente, mas agora não faz mais sentido ela o manter por perto porque é só ela me ligar! Qual é a dele!?"

Flambarda não sabia o que responder, e por isso inchou as bochechas com ar enquanto apertava a mão esquerda. Ela o fez assim porque sabia que se apertasse a destra com muita força, talvez provocasse um efeito com o qual ela não estivesse pronta pra lidar na multidão. Que ainda a observava, ainda meio incrédula com o que aconteceu ali naquele momento.

- Circulando, gente. Acabou o show. A criatura fugiu, mas a bolsa foi recuperada. Viva! - Ela fez um gesto ironico com as duas mãos como se estivesse comemorando. - Agora eu vou ali terminar o meu café. - E ela passou a se dirigir ao primeiro banquinho que encontrasse.
- Eu acho que você fez um excelente trabalho, apesar de não ter investigado nada. - Disse Elimar, que a acompanhou.
- Isso tá apenas começando. Eu preciso parar e focar, mas o mundo não me deixa, porra! - Ela xingou o mundo.
- Já pensou em pedir ajuda. - Disse Shou
- Ajuda? - Flambarda olhou pra ele incrédula. - Você? Cê tá de sacanagem né?
- Cê sabe que eu tiro foto bem.
- Você é um stalker. - "Mas não é por isso mesmo que ele seria bom?"
- Assim... mais ou menos.
- Tá, eu tenho seu telefone.
- Você me liga?
- Ligo.
- Yes! - Ele disse pra si mesmo.
- É cada maluco, viu? - Foi a última frase antes do último gole de café.

Elus se levantaram. Flambarda foi até a lixeira jogar seu copo no lixo. Shou saiu antes, pouco depois de oferecer os seus serviços. O Professor Elimar as levou até a estação de metrô antes de ir até a garagem buscar seu carro. A detetive e sua mãe, pegaram o metrô de volta para casa. O dia parecia mais calmo e por mais que a jovem quisesse que tudo continuasse assim, geralmente essa prece não era atendida. Uma mulher alta e forte se senta ao lado dela mais ou menos ali na estação do Maracanã.

- E aí? - Ela pergunta.
- Erm... Oi? - Flambarda responde ainda intrgiada.
- Já me esqueceu?
- Olha, eu vejo muita gente na minha vida. por favor me fala seu nome.
- Você nem sabe meu nome.
- Assim, eu to tentando descobrir, mas você não tá ajudando.
- Que importa o nome, o que importa é o que eu fiz por você na academia.
"Uai? Academia? Faz tempo que eu não vou lá. O que será que aconteceu comigo? Pelo visto ela sabe." - Flambarda pensou. - Foi um dia que eu quebrei o saco de areia?
- Não. - A mulher riu. - Foi o dia que você desmaiou de nervoso.
- Que!? - Flambarda ficou vermelha. - Eu desmaiei?
- Relaxa. Você devia estar sob forte pressão. Afinal, nem todo mundo tem uma luva dessas.

Flambarda revelou a luva ironicamente, quase como se mostrasse alguma incredulidade, e baixou de novo enquanto pensava: "Ok, ela me viu desmaiar e sabe que essa luva tem mutreta. Explica logo porquê!" Ficaram todas em silêncio por algum tempo, até a moça, que estava vestindo roupas de academia pretas, resolvesse quebrar o silêncio.

- Você ainda vai na academia?
- Quando dá. - "Mas que porra de pergunta é essa?"
-
Olha, eu to todo o dia por lá de manhã malhando.
- Bacana.
- Acho que você tá precisando de uma amiga.
- Assim, sem ofensa, mas eu mal te conheço.
- Prazer, Sandra.
- Erm, Flambarda.
- Agora nos conhecemos.
- É...

Elas seguiram a viagem em um silêncio meio desconfortável até a Tijuca. Era particularmente estranho pra detetive porque, Sandra estava no metrô de Del Castilho indo pra também. A coincidência era muito grande, mas havia grandes chances também de ter caroço nesse angu. Ela estava tentando montar as peças de algum quebra-cabeça na sua mente. - "Cara, o Shou tava lá no shopping. E agora essa mulher, que tem alguma noção de quem sou eu, aparece aqui, nesse momento bastante específico." - Então ela passou a espiar de rabo de olho pra ver se conseguia olhar o celular da moça. Ela não parecia muito cuidadosa, e dava pra ver que ela tava no Instagram até que...

"Que caralhos? Aquele filho da puta tem um Insta? Peraí, ela segue o Rain!? Eta, porra, provvelmente é Druida."

Ela se perdeu um pouco nos próprios pensamentos, ao mesmo tempo que pensava que precisava de um celular novo depois do dela ter quebrado e ela estar usando esse aparelhinho antigo que mal manda whatsapp. A noite demoraria a cair, mas ela agora estava disposta a conversar com essa mulher pra saber no que vai dar. E enquanto isso ela já trocava umas mensagens no grupo pra explicar a situação pra Bibi e Sofia.

- Cê vai na academia, filha? - Perguntou Jéssica.
- Oi!? Vou, eu vou! - Flambarda respondeu.
- Maravilha, eu vou fazer o  meu treino porque não consegui fazer de tarde e a gente pode malhar junto - Disse Sandra.
- É. considerando que só uma pessoa pode usar um aparelho por vez...
- Que nada! Treinando com 2 dá pra fazer coisas mais legais. - "Óh, Céus...!"
- É. vamos ver o que a gente vai inventar.
- Então pensa logo logo porque já estamos chegando.

Elas então seguiram andando para a academia enquanto Jéssica voltou para casa, mas não sem antes de passar no Supermercado pra comprar umas coisas pra janta, mas Flambarda estava disposta a saber quem é essa moça de preto além do nome dela.

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