- Direta ao ponto. Um pouco ameaçadora, mas disposta a matar no peito qualquer bola que eu mandar. - Disse Flambarda em voz baixa.
- Você sempre usa jargão de esporte?
- Eu acho que você entendeu um pouco errado, mas tudo bem. - A detetive repetiu o gesto de sua companheira olhando no rosto dela. - Bom, eu sei que você tá no meio desse mundo, como a Ana Luiza parece te conhecer, eu suponho que você seja uma druida. Dessa forma, eu imagino que você condicione o seu corpo pra evitar morrer nessa vida maluca que a gente vive. Eu tenho quase certeza que eu já te vi manipular energia antes eu só não sei até onde você consegue sentir as coisas, mas também sei que você sabe alguma coisa sobre essas benditas luvas porque uma vez você meio que me acobertou. Então...
- Nossa... - Sandra deu uma beiçada se mostrando impressionada. - parece que você fez uma pesquisa e tanto.
- Nem tanto. Eu deveria ter fontes melhores, mas eu sou uma merda de detetive que ao invés de ficar pesquisando a vida da pessoa por fora e coletando toda informação pública que você deixou pra trás, eu venho aqui na sua cara te perguntar os caralhos tudo sem qualquer evidência pra contestar qualquer porra. - E então a detetive girou a cabeça e passou a olhar em outra direção.
- É... - A druida arregalou os olhos, concordando com o que a detetive dissera
- Dito tudo isso, por que você me acobertou?
- Ah! Isso? Bom, você tem um luvetal na sua mão mas você não merece ser caçada por aí.
- A maioria das pessoas não liga pra luva, acho que ninguem anda por aí olhando a sua mão pra saber se você tem uma luva legal ou não.
- Não sei você, mas eu olho peito, bunda, pau, cabelo e rosto. No máximo olho pra mão pra saber o que a pessoa ta carregando.
- É mais ou menos o que eu olho também. - Mas nesse momento Flambarda estava notando que as energias que mais corriam por ela agora eram de fogo.
A porta se abriu e Fabiana chegou primeiro, como esperado porque a Sofia tem que vir lá de Botafogo. Ela trajava seu tipo de roupa clássica, shorts bem curtos, camisa cropped, tênis. Ao descer os olhos sobre Sandra ela naturalmente ficou admirada também, mas primeiro acenou para sua amiga, que acenou de volta, e então se sentou de frente pras outras duas colocando a bolsa rosa e espalhafatosa sobre a mesa.
- Ufa. Desculpa a demora. - Disse Fabiana em voz baixa.
- Tá tudo bem, você não era nem forçada a vir. - Flambarda respondeu.
- Essa é a Sandra?
- Isso. Essa gostosa aqui é a Sandra.
- Prazer. - Sandra fez um pequeno aceno com os dedos.
- Prazer. - Bibi respondeu mexendo os dedos respondendo o aceno. - qual é a dela?
- Bom as duas características principais dela são que ela é gostosa e druida. - Disse a detetive.
- Ah... Bom, eu também sou Druida!
- Coitada. - Sandra balançou a cabeça negativamente
- Por que!?
- Eu acho que você sabe porquê.
- Eu meio que sei...
- Que bom. - Sandra olhou para Fabiana com um olhar de alívio.
- Mas eu não lembro de você por aqui pela biblioteca.
- Eu já li tudo o que eu precisava, e descobri que eu precisava ficar forte.
- Você faz alguma arte marcial também?
- Muay Thai. - "Provavelmente naquela academia ali perto da praça" - Eu precisava aprender a bater de volta. Até pensei em Krav Magá só que o Rain falou que é muito útil contra gente, mas não contra coisas e que no final das contas não combinava com o meu elemento. - "Será que o elemento dela é fogo?" - E vocês? Já escolheram como vocês vão bater?
- Tem que escolher?
- É, eu falei com o Rain há um tempo atrás que ia fazer Kung Fu mas ele falou que não combinava comigo. - Flambarda finalmente voltou a conversa.
- E o que ele passou pra você? - Sandra perguntou
- Prefiro não falar.
- Bom, seja o que for é melhor você começar logo.
- E qual você acha que combina mais comigo, Flam? - Bibi perguntou.
- Você... - Flambarda olhou para sua amiga e passou a analisá-la por um instante, mais especificamente os elementos que por ela rodavam. Ela via os pontos oscilando entre vermelho e branco, mas o que isso significava? Pelo livro, branco era metal e vermelho era fogo. - sei lá, Bibi. Talvez em alguma coisa que tenha um funk pra vc balançar essa sua raba.
- Mas aí eu não preciso de arte marcial pra isso, né, Flambunduda?
- Pois é... Eu acho que eu devia ler mais sobre essas coisas.
- Por isso esse livro aí?
- É! Mas talvez a Sofia já saiba alguma coisa porque Sofia. Falando nisso, cadê aquela piranha?
A reclamação foi na hora perfeita em que Sofia entrava pela porta. Esbajando classe usando um vestido longo com um tênis chique. Um tipo de contraste que ela gostava de fazer, mas que parecia muito legal nela porque ela parecia realmente uma jovem super descolada. Seus cabelos claros balançavam levemente, e a detetive se perguntou por um momento, quando é que Sofia havia se tornado tão deslumbrante, ou talvez ela sempre tenha sido e Sandra foi quem de fato despertou um interesse e tivesse dado uma reviravolta em seus próprios olhos, olhos que também precisavam prestar atenção nos elementos azuis e verdes. - "Água e Madeira. Combina com a calma característica da Sofia."
Ela terminou de cumprimentar Ana Luiza. Um cumprimento que pareceu até um pouco mais longo do que Flambarda esperava, para então parar no meio do caminho com os olhos arregalados, para depois abrir um sorriso que pareceu incrédulo. Se aproximar e sentar graciosamente do lado de Bibi, e foi nesse momento que Sandra abriu o seu próprio rosto de surpresa e avançou na direção dela, que retribuiu, de modo que elas deram um selinho rapidamente, o que deixou a Detetive e sua outra amiga totalmente estupefactas.
- Ah! Então era dessa Sandra que você tava falando! - Disse Sofia.
- É... - Flambarda estava procurando alguma palavra para continuar a conversa.
- Pera, você conhece a Flambarda? - Sandra perguntou a Sofia.
- Querida, a gente estudou e ainda estuda junto. Apesar da Flambarda ficar matando aula. - Sofia respondeu
- Ei! ei! ei! - A detetive se exaltou e depois ficou com vergonha vendo que levantou a voz. - Eu não mato aula porque eu quero! Eu não tenho culpa se as coisas dão errado na minha vez!
- É. Eu acho que é um pouco dificil culpar ela. - Sandra respondeu. - E eu nem fiz faculdade.
- Mas você não precisa né? - Disse Sofia.
- Por que você diz isso?
- Porque você deve ter alguma fonte de renda. Eu nunca vi você trabalhando antes.
- É verdade. - "Puta que pariu, a Sofia deve saber várias da vida dessa mulher! Que cagada da porra!" - Mas eu não gosto de ficar falando como eu ganho dinheiro.
- Relaxa. Eu já estive até em casa de Swing. - Flambarda respondeu. - Se for de um jeito digno eu to pouco me fudendo.
- Não esperava que você fosse tão aberta. - Disse Sandra para a detetive.
- Realmente, bem aberta. - Disse Fabiana olhando pra Sandra e lembrando aproximadamente do que ocorrera naquele dia.
- Olha, vocês vão tomar nos seus respectivos cus, tá. Pelo menos eu toquei uma siririca e gozei! - Flambarda desviou o olhar, mas ela poderia jurar que viu Sandra e Sofia mordendo os lábios.
- Bom, você é uma detetive, né? - Sandra continuou. - Que tal começar a descobrir?
- Eu tenho minhas teses.
- E...?
- Primeiro eu tenho que fazer a minha pesquisa, tá bom? - Flambarda apoiou as mãos na mesa e esticou os braços estendendo o tronco. - E não me basta eu ter que trabalhar tendo que ir em casa de Swing.
- Qual casa? - "Pera? Sandra me perguntando qual casa? O que será que ela sabe?"
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