quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Polêmica #52 - O Funk

O Funk Carioca é uma coisa polêmica por si só.


Afinal isso é mesmo uma manifestação cultural?

Se você parou para observar. Eu não coloquei exatamente um funk. Eu coloquei a galera do monobloco cantando o rap da felicidade. O que você talvez não saiba, é que o rap, na verdade, é um funk. Feito na favela Carioca, e provavelmente conhecido por todos os Cariocas.

E aonde é que isso tudo se perdeu? Ou será que se achou? A música que chega na favela é música do povo. O cara que mora na favela não tinha dinheiro pra comprar computador pra baixar música, ou um rádio pra poder escutar música. Imagine então ter dinheiro pra poder ir em um show, onde o preço apenas sobe astronômicamente. Eu penso em todos os shows que eu gostaria de ter visto, mas que não tinha dinheiro pra ir.

O que sobrou de programação cultural para essas pessoas fazerem? Baile Funk. O Baile Funk surgiu desde os bailes de Charme de Madureira. Tanto é que o Funk chegou em São Paulo bem depois. Agora que a Mayara em Curitiba, e a Tati Zaqui de São Paulo, estão dando uma abrangência mais nacional pra coisa. Juntamente com a Anitta que misturou o Funk com música Pop e vai fazendo seus shows por aí.

Só que as pessoas cantam música sobre o que elas sabem, sentem, e convivem. Você nunca vai escutar um compositor falando sobre vacas alienígenas de Urano atirando bombas de estilhaços envenenados com mini-jacarés que realizam ciclos de krebs em estruturas biológicas similares a mitocôndrias endoplasmáticas.

O que se criou na favela? Tráfico, putaria, machismo, guerra, medo. E pequenos lampejos de felicidade. Retratados pelo rap, digo, funk, acima.

O que você vê hoje de expressão do funk é justamente o que vende no baile funk. Mulher balançando a bunda. Isso é o que faz as pessoas irem lá pro baile e é assim que os funkeiros ganham dinheiro e podem se bancar pra fazer mais funk pra botar mais mulheres balançando a bunda.

Pra quem não tem nada. Qualquer coisa pode significar status. Aparelho de dente colorido era moda e representava status. As pessoas notaram que funk da dinheiro e observou-se o êxodo de cabeças com mais poder aquisitivo para esse meio. Aos poucos foi surgindo o funk ostentação, que transforma as pessoas em meros consumidores.

Eu realmente não gosto de funk. Acho que todo o movimento se perdeu e virou uma coisa extremamente comercial, como tudo no mundo, mas todos nós sabemos que a música boa, para nós, não é aquela que mais vende e sim a que mais agrada nossos ouvidos.

Quem é você pra criticar as letras do funk?

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