(Silêncio)
Voltando, apesar do nome do artigo, a grande verdade é que Turing queria usá-lo para introduzir a idéia do computador reprogramável, algo que não existia naquela época. E graças a ele nós temos essa maravilha pela qual eu estou escrevendo esses textos, o computador.
Mas o ponto central de hoje não é esse porque é terça e hoje é dia de polêmica!
- E qual é a polêmica de hoje!? O que Alan Turing tem a ver com isso? Você está ficando louco!? Você foi bombardeado por raios gamma subliminares estroboscópicos!?
- Não! Cacete! A pergunta é: Poderiam as máquinas pensar?
- Aaaaah...
- E o artigo de Alan Turing é o embasamento perfeito e se você quiser lê-lo basta clicar no link ali atrás.
Mas como o artigo não está em português, eu vou dar uma colher de chá e vou dar uma enxugada nos argumentos em português, vamos lá.
Bom pra responder a pergunta que ele mesmo fez, Turing propôs um jogo que ele chama de Jogo da Imitação, daí o nome do artigo, mas ele nota que há uma falta de formalidade sobre a definição de máquina(Que ainda não era tão precisa na época), e de "pensar". Então ele propõe uma versão mais humana do jogo. Os participantes são um homem, uma mulher, e um interrogador. O último faz perguntas aos dois primeiros sem poder vê-los, e no jogo os chamaremos de A e B, o objetivo do interrogador é descobrir quem é o homem e quem é a mulher. O dos outros dois é tentar fazê-lo errar.
Então vem a genialidade de Turing: E se você trocar um deles por uma máquina? Será que você ainda seria capaz de notar a diferença?
Se você ler o resto do artigo você vai entender que tudo o que ele queria era criar uma máquina reprogramável, mas a pergunta ainda fica no ar, e muitas pessoas tem medo que as máquinas comecem a pensar e resolvam tomar o mundo, tipo a Skynet, a Shodan, a GladOS, HAL 9001, e mais uma série de personagens da ficção.
E existe muito material a respeito disso. O livro de Isaac Asimov ainda está rolando por aí e até gerou o filme "Eu Robô". Apesar da robótica ainda não ter evoluído o suficiente. Acredito que as leis descritas por ele já estejam balizando o desenvolvimento das máquinas mais avançadas por aí. Ninguém quer máquinas destruindo o mundo, não é?
Bom, a polêmica na verdade é instaurada pela simples pergunta feita por Turing. Supostamente, as máquinas não são capazes de simular uma série de propriedades que os humanos possuem, porém Turing rebate essa idéia pois isso é simplesmente uma questão de falta de memória. As máquinas ainda não tem tanta memória quanto um ser humano e por isso não tem todas as emoções corretamente programadas.
Mas será que é possível programar emoções? Será que é possível fazer com que uma máquina comece a fazer perguntas aleatórias sobre o universo ao seu redor? Turing até dá um exemplo de uma máquina aleátoria cujas instruções são tiradas no dado(O que eu achei particularmente genial). Será que isso não seria capaz de gerar uma máquina com vontade própria? É possivel programar vontade em uma máquina? Dá pra construir o Bender!?
E eu? Sou um homem ou sou uma máquina?
Por fim, deixo aqui uma imagem satirizando possíveis participantes do jogo da imitação! Bom dia!
Eu ainda quero ler o "The Emperor's New Mind", do Penrose, porque ele diz que prova que seria impossível para máquinas se tornarem conscientes. Mas enfim...
ResponderExcluirEu até posso dizer que acredito que o ser humano é composto por algo além de carne e osso. Mas até onde nossa ciência consegue provar, o cérebro humano é uma coisa bem real e física. E suas interações são baseadas em fatores também reais e físicos.
Então, se reproduzirmos uma máquina com capacidades de memorização e interpretação equivalentes a um cérebro humano. E isso é possível visto que o cérebro humano existe como uma coisa física e real, baseado em interações físicas e reais.
Mas aí temos uma outra pergunta legal:
Se algum dia criarmos, ou já tivermos criado, uma máquina inteligente o suficiente para pensar, será que ela não seria também inteligente o suficiente para fingir que não pensa?
Se nós virmos do ponto de vista meramente físico. O corpo humano é um punhado de água ambulante com circuitos elétricos enviando mensagens entre seus componentes. Se formos por aí, de fato construíremos o robô perfeito que tem emoções, consciência e tudo mais. Nós podemos até gerar a questão da vontade própria usando aquela brincadeira de gerar um número aleatório pra instrução da máquina!
ExcluirSó que para isso, nós precisariamos de uma coisa que os computadores atuais não são capazes de nos fornecer. A quantidade de estados de um computador é limitada. A não ser que a quantidade de estados mentais do cérebro seja também limitada, os computadores não seriam capazes de emular os infinitos estados. Outro problema também é que ainda não se criaram máquinas de Turing não-determinísticas, que permitiriam que a máquina estivesse em dois estados ao mesmo tempo, isso implicaria também em mostrar que o cérebro pode estar em dois estados ao mesmo tempo.
Por fim. Turing já tinha colocado que é possível criar uma máquina inteligente o suficiente para fingir que não pensa. Basta programá-la para tal. Se você quer brincar com isso, sugiro que você visite o cleverbot, que é justamente a tentativa de criar uma máquina que se passe por gente.
Máquina. u.u
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