terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Reiniciando a Humanidade

Agosto, mês irritante que quase não tem feriado, 2047, dia 2. Nenhum cientista esperava o que estava por vir ontem. A pior da tempestades solares que já aconteceu. Uma chuva de raios ultra-violeta gerou um pulso eletromagnético que destruiu todas os computadores na face da terra. Não havia mais Facebook, não havia mais Twitter, não havia mais Tiktok, não havia mais... DINHEIRO NO BANCO.

A elite nunca se importou de fato com a rede social que está em vigor. Apesar de adorar a presença delas pois, elas impulsionam o capitalismo de plataforma facilitando a exploração dos artistas, eles sempre souberam como explorar as pessoas. O problema é que a consciência social se tornou muito forte em 2021, e se fortaleceu ainda mais durante esse dia de 2022, então quando eles se viram sem dinheiro, também se viram sem opções.

Não havia aviões. Os milionários que tanto se isolavam não tinham mais como se comunicar pois qualquer dispositivo de telecomunicação também não funcionava mais. Da mesma forma, os aviões que tanto confiam em dispositivos eletrônicos também não eram capazes de levantar vôo. Apenas os colecionadores de monomotores foram capazes de sair do chão.

domingo, 26 de dezembro de 2021

Flambarda - A Detetive Elemental #57

- E aí, vai pedir um Uber pra mim? - Flambarda perguntou
- Eu?
- Três socos, querido. A série só conta pra um.
- Mas já tem duas horas.
- Eu tô cobrando pouco pelo soco.
- Cê joga baixo.
- Eu juro que eu tento, nem sempre dá.
- Cê sabe que dá.
- Ê ê. Não vai rolar.
- Droga.

Foi uma tentativa frustrada de flerte. Enquanto Flambarda simplesmente tentava aproveitar o momento o máximo pra se recuperar porque os golpes ainda estão doendo, ainda mais combinados com cólica. Até que ela foi pega de surpresa.

- E se a gente... - Entrenós começou
- A gente o que?
- Trocasse de papel.
- Como assim?
- É, eu tenho uma cinta ali...
- Pera... como?
- É...
- Cê quer que eu... te coma?
- Falando desse jeito parece meio agressivo.
- Não. Não. Não vai rolar. - Ela se levantou. - Olha, isso tá ficando estranho. Eu não to pronta pra isso. - Ela foi se arrumando de volta. - Escuta, eu perdôo os outros dois socos tá? Já tenho seu endereço e eu te juro que quando der eu vou atrás de você.
- Mas...
- Só... me deixa sair, por favor.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Triunfo e Violência (16+)

Eram 23:37. Chovia pesado. Amit reuniu um grupo e eles finalmente iniciaram o seu plano de tomada da casa do governador. Acompahando o noticiário, era possível ver que ele gerava violência para poder vender segurança pública. Algo comum de todos eles. Covardes que se agarram ao poder e depois se utilizam de toda e qualquer tática suja para lá se manter. Não basta apenas fornecer pão e circo a comunidade, mas é preciso também manter o controle. É difícil de dizer qual é a extensão da violência que de fato é praticada por pessoas mal intencionadas e qual é praticada a mando de um poder apenas para exercer controle e opressão, mas é fato, investigado até por Comissões Parlamentares de Inquérito. Acontece que para que qualquer providência seja tomada, ainda depende do ministério público.

Não dá pra esperar a boa vontade dos funcionários em exercer o poder em suas mãos. Já não era a primeira vez que isso acontecia, e certamente não seria a última se nada fosse feito. As camadas mais baixas da sociedade clamam por respostas apenas para serem sufocadas em seguida por policiais e pela mídia que tenta pintar que existe uma realidade perfeita, mesmo quando essa violência toca as pessoas da classe média. Amit estava disposte a ser essa resposta. 20 anos, sofreu bastante por não saber exatamente onde se encaixar em seu papel de gênero, porém certamente em uma medida diferente de sues amigues negres, algumes dos quais nem estão vives para poder contar sua própria história.

O pau de Amit talvez fosse uma expressão de masculinidade que contrastava com a maquiagem bem feita e o cabelo alisado. Roupas discretas, desenhando e tentando vender os desenhos, porque nunca foi incentivade a expressão corporal, mas geralmente vendendo o corpo no final das contas. Talvez a falta de evidência fosse sua maior aliada nisso, porque não era uma figura pública tentando agir contra o poder. Elu e seu grupo de proscrites armades com paus, pedras, canos, e o que mais fosse capaz de se arrumar nos becos e nos guetos, estavam prontes para atacar.

domingo, 21 de novembro de 2021

Polêmica #84 - De Volta a Liberdade de Expressão

De quando em quando o debate sobre a liberdade de expressão se reacende, geralmente porque alguém falou alguma coisa bem loka ou bem extremada, mas é sempre um debate importante, e eu meio que já desenhei porque o debate é importante nesse post, mas de forma resumida, palavras podem influenciar pessoas a fazer coisas que elas não fariam se não fossem inflamadas por determinados discursos.

Mas da mesma forma, eu sou mais inclinado a uma liberdade de expressão quase irrestrita. Eu traço a minha linha ao redor de argumentos negacionistas, que negam o estabelecimento da ciência atual. Terra plana, Anti-vacina, esse tipo de coisa. Acho que as pessoas tem o direito sim de questionar a ciência atual, mas pelo menos com base em algum argumento que faça algum sentido, até porque se tem uma coisa que o cientista faz muitas vezes é questionar a própria ciência atual. Afinal de contas, pra avançar a ciência, só questionando-a.

Então, eu vou supor que já entendemos que censurar dizeres públicos é varrer o problema para debaixo do tapete, nada deve ser censurado. A fala racista não deve ser censurada, a fala homofóbica não deve ser censurada. Creio que a palavra chave aqui é a responsabilização das pessoas que proferem esse tipo de coisa.

domingo, 31 de outubro de 2021

Diários são Necessários

Sabe, se tem uma coisa que eu culpo o machismo por eu não ter adquirido o hábito, é de ter um diário. Talvez eu nunca tivesse tido o hábito de escrever em um diário, até porque escrever todo o dia é muito mais difícil do que parece, mas eu não tive a chance de tentar esse hábito na minha infância -. "Um menino com um diário? Diário é coisa de menina!" - mas a verdade é que ninguém me disse isso. Os exemplos que eram impostos pela sociedade era de que apenas as meninas deveriam tê-lo para colocar seus segredos nele.

Somente quando cresci que vi o quão ridículo é esse raciocínio. Um diário é uma ferramenta de grande auxílio a qualquer ser humano. Não vou dizer necessária porque, realmente, você não precisa disso pra sobreviver, mas que as pessoas talvez fossem melhores se tivessem a oportunidades de ler seus próprios passados e revisitá-los para rever seus erros e manter seus acertos. Talvez o mundo fosse melhor se as pessoas fizessem esse processo de revisar o dia e pensar em todas as cagadas que fizeram e que possam melhorar no dia seguinte.

Porque é muito difícil de melhorar aquilo que você não mensura, e mensurar algo é basicamente registrar uma medida tomada em um determinado momento. Tudo bem que você talvez não vai ter dados quantitativos sobre todos os aspectos de um dia, mas um dado qualitativo ainda é melhor do que nenhum dado. Além do mais, dados quantitativos geralmente foram qualitativos em algum momento, ou você acha que a galera já sabia medir a tempratura em graus celsius lá atrás?

Eu vou fazer o meu diário. Não vou dar mole de não fazer. Não sei exatamente quando, mas eu vou fazer.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Comunicação - É Realmente Complicado

Comunicação é uma coisa muito complicada, mas de uma forma que eu mesmo não conseguiria descrever. Na verdade comunicação é uma coisa tão complicada que existe ciências e estudos por trás só focados em comunicação. Talvez nós devessemos estudar e raciocinar mais sobre comunicação antes mesmo de nos comunicarmos porque não se trata apenas de lançar a mensagem, mas também de como e outre entende.

É tão importante que tem até modelo gráfico, ó:


Vai achando que é fácil...

domingo, 15 de agosto de 2021

Economia, Tecnologia e Arte

Antes de começar, esse texto é leigo e anedótico. Discussões são bem vindas, mas não me ache ume portadore da verdade.

Economia não tem a ver com dinheiro, tem a ver com recursos. Essa é a parte que provavelmente muitos de vocês já sabem. Tecnologia apesar de ter o termo logia no nome, não significa o estudo propriamente dito de técnicas. Que é uma palavra que tem um radical bastante complicado que é tékhne, do grego. A menos da etimologia, hoje usamos tecnologia para falar de avanços nos meios de produção, seja de trabalho ou de arte, e melhorar o meio de produção é, teoricamente, bom pra economia, e bom pra arte também, por que não?

Realmente o mundo de hoje é melhor do que o de outrora, mas a pergunta é porque a gente não alcança uns patamares melhores um pouco mais rápido? Seria falta de tecnologia? A gente já mandou gente pra lua. Tem satélite geoestacionário, tem jato supersônico... Eu particularmente não aceito que o tecnologia seja um impecilho para a resolução de problemas que já deveriam ter sido sanados como fome e analfabetismo.

As vezes eu brinco de que eu gostaria de ter uma conta bancária gorda, mas o fato é que o meu princípio hoje em dia é tão voltado para a sustentabilidade que eu me sentiria mal de receber as coisas sem dar nada em troca. Pelos raios do Jamiroquai, eu sempre fui assim, nunca gostei de receber sem achar que eu merecia ou que eu poderia dar alguma coisa em troca, e acredito que a maioria das pessoas também tem isso em seus corações. Eu posso estar errado, mas é pura especulação mesmo.

sábado, 31 de julho de 2021

Sobre Gênero e Conceitos (16+)

 "Não se nasce mulher. Torna-se mulher"

- Não sei quem

Eu já escutei essa citação mas fiquei com preguiça de ir atrás pq, devido a internet, eu posso achar que quem falou essa frase foi Cecilia Meirelles, então eu não vou me preocupar com a fonte da citação que talvez nem seja uma.

Mas eu to fazendo uma coisa difícil, eu to tentando raciocinar em cima das questões de gênero e desconstrução que são coisas, mais do que importantes, interessantes. Sobre o que eu entendo como mulher e como homem. E quando a gente escuta diferentes pessoas de diferentes histórias falando sobre esse mesmo assunto, fica meio difícil de não pensar sobre isso e não pensar sobre o que nós mesmos pensamos sobre gênero.

Eu acho isso importante, porque a gente fala bastante sobre a identidade de gênero, mas ninguém nunca falou o que define um gênero, apesar disso ser uma idéia bastante binária há algum tempo atrás, conforme a sociedade se transforma esse conceito se transforma também, então o que eu vou falar é unicamente a partir da minha experiência.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Eu não sei ler

Calma, é um pouco mais profundo. Entender isso de forma literal, implicaria em dizer que eu não faço a mínima idéia do que eu estou escrevendo, e se você conseguiu ler esse texto até aqui, quer dizer que tanto eu, quanto você sabemos ler alguma coisa.

Alguma coisa.

Eu digo isso porque, linguagem se tornou algo fascinante pra mim. Não só pelos vídeos da Jana Viscardi, mas também pela questão da paternidade. Oras, as crianças não nascem sabendo qualquer linguagem que você fale. Elas lentamente vão aprendendo conforme convivem, e, dessa forma, naturalmente, atribuem significados diferentes as coisas, por mais semelhantes que esses significados sejam. Um nome não é nada mais que um mero encadeamento de fonemas, ou de letras, dependendo da forma como vocë o expressa, que a gente usa pra tentar encapsular um determinado conceito. Não é de se admirar que muitas palavras são criadas por justaposição, prefixagem ou sufixagem. A gente, ou pelo menos eu, entendo o miojo como um macarrão instantâneo, que demora 3 minutos pra ficar pronto, mas eu não crio uma palavra diferente para o braço da cadeira, mantendo dessa forma a clássica catacrese.

Note como prefixagem e sufixagem denotam idéias parecidas e tem um ponto de diferenciação da primeira sílaba, onde o pre traz uma idéia de algo anterior, e o su traz uma idéia de algo posterior, apesar de, pra mim, su não ter nada de posterior. Na verdade, su, pra mim é pra trocar de usuário nos sistemas Unix.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Polêmica #83 - Karol Conka - Preconceito, Redenção e Sociedade

 Faz muito tempo que eu não escrevo nada sobre polêmica. Provavelmente porque pra escrever sobre as coisas, se você quiser escrever bem, você precisa ler pelo menos 2x mais sobre o assunto. A não ser é claro, que você esteja escrevendo um monte de aleatoriedades, que é mais ou menos o que eu faço.

Mas eu hoje eu vou tentar ser um pouco melhor e vou falar sobre fatos um pouco mais recentes, uma pessoa que movimentou, e ainda vai movimentar o mundo devido ao impacto que gera na imprensa e nas redes sociais. Sim, como já diz no título, eu vou falar sobre Karol Conka


Um pouco atrasado, talvez, mas achei que está no momento apropriado.

Antes de você continuar a ler o texto, eu gostaria de colocar observações bastante pertinentes sobre ele:

  • Eu nunca sofri racismo, então minhas percepções podem estar equivocadas
  • Eu não conheço a Karol Conka com tanta profundidade, então é possível que eu esteja sendo impreciso com detalhes relativos a sua trajetória
  • Leia o texto e não se prenda ao título

domingo, 25 de abril de 2021

Aether e Rethea #10

Uma visão um tanto quanto verde. Aether realmente não gostava muito disso, mas vai entender porque diabos Rethea estava se banhando na piscina aberta as 23:00. - "Ela poderia até se banhar pelada se quisesse porque naquela casa isolada, e a essa hora, dificilmente alguém iria vê-la, mas lá estava ela com seu maiô super decontado. Por que ela não usa logo um biquini? Que decote desnecessário" - Ele pensou enquanto observava seus movimentos do alto da montanha. Ele ainda estava contando, um, dois, três, quatro guardas, mas sabia que nenhum deles era páreo para ela, nem mesmo se todos se juntassem.

E se não eram páreos para ela, não eram páreos para ele também.

Eram óculos bastante úteis na escuridão da noite, pra falar a verdade, mas ele precisava cortar a iluminação do lugar pra realmente obter vantagem. Ele desceu a colina e poderia até pular o muro se quissesse, mas ela sabia que ele ia querer entrar pela porta da frente. Ele veio com uma roupa colant, parecendo um mergulhador. Vai saber a dieta que ele fez pra caber naquilo. Ele vinha com uma bicicleta com um baú em direção ao guarda que prontamente apontou a arma e disse

- Alto! - Ele levantou as mãos, mostrando que nada tinha.
- Oi! - Ele gritou de longe.
- Vaza daqui!
- Mas eu sou do iFood.
- Que iFood o que! Vaza agora!
- Tá bom...

sábado, 23 de janeiro de 2021

Tirando a Poeira

 Já faz um tempo que eu não escrevo aqui, mas eu não sei porque eu ainda insisto. Isso não é minha profissão, não paga conta nenhuma, e não me torna mais culto, a grande pergunta é: Se de nada serve, então por que insistir?

Não é como se alguém fosse aleatóriamente ler o blog e gostar de alguma coisa. Dizer que isso é impossível é uma falácia, mas posso dizer que beira a impossibilidade. Qualquer escritore hoje em dia está prese aos algoritmos que sugerem conteúdo, por mais que sejam capazes de divulgá-lo em milhares de plataformas. Ainda mais os escritories que, certamente não morrerão, mas tem o seu espaço reduzido mais e mais conforme a mídia evolui. A mídia, por mais audiovisual que seja, ainda precisa da escrita, aquilo que se vê, muito geralmente é um texto reproduzido em formato de vídeo, e portanto leitories e escritories sempre estarão por aí.

O mundo corporativo também precisa de escritories, pessoas que escrevam documentos cada vez melhor elaborados, pessoas que não só escrevam mas que também leiam o material que outras pessoas escreveram para embasar os seus textos, textos completamente diferentes deste, que é feito sem embasamento, sobre pura experiência anedótica. A ciência cresce se apoiando em si mesma, subindo sobre si como um carpinteiro fazendo uma escada conforme a sobe. Mesmo as descobertas que quebram os conceitos atuais, como a relatividade causou uma reviravolta na física newtoniana, ainda são degraus acima que se apoiam sobre o que já existia anteriormente, mesmo que de forma interrogativa. Este, não é um texto científico, ou pelo menos não tem este objetivo.

Mas e isto? Este texto não passa de um mero desabafo, mais um de muitos. Não é de hoje que os seres humanos colocam suas idéias frustrantes no papel. De alguma forma, parece que escrever sobre elas os ajudam a lidar com elas. Como muitas outras pessoas, eu também tenho muitas idéias frustrantes, que talvez não sejam tão frustrantes para alguns, pois seres humanos diferentes possuem experiências diferentes, e portanto sabedorias diferentes para resolver as situações da vida. Isso não impede, e na verdade mostra o quanto é necessário que as pessoas troquem as experiências entre si. Colocar as coisas no papel marca um registro que pode ser lido diversas vezes por quantas pessoas cruzarem com ele, e assim propagar "o mesmo conhecimento" muitas vezes.

Porém é impossível que um mesmo texto propague o mesmo conhecimento porque es leitories são diferentes, e nós não só lemos palavras, como também as interpretamos, e interpretação é feita não só com as palavras que estão no texto mas também com todo o conhecimento que e leitore adquiriu até aquele ponto de sua vida. Isso também mostra que a releitura de uma obra pode ser tão importante quanto a primeira leitura, porque ela provavelmente nos trará uma visão diferente da obra desde que a nossa visão do mundo tenha mudado entre as duas leituras.

E a pergunta ecoa: "Se de nada serve, então por que insistir em escrever?"

Porque é uma forma de me libertar, é uma forma de treinar, é uma forma de fazer um pouco aquilo que nos torna um pouco mais humanos. Especialmente nesses tempos de pandemia onde o contato social é ainda menor. Escrever é uma atividade gratuita, pelo menos pra quem já sabe, então demanda um recurso que nós já temos em abundância, que é criatividade e raciocínio.

Talvez eu não seja muito assíduo. Provavelmente porque a escrita não é a minha atividade de escape principal, mas ela ainda está aqui, e quando tudo mais falhar, provavelmente é a ela que eu vou recorrer.