E se não eram páreos para ela, não eram páreos para ele também.
Eram óculos bastante úteis na escuridão da noite, pra falar a verdade, mas ele precisava cortar a iluminação do lugar pra realmente obter vantagem. Ele desceu a colina e poderia até pular o muro se quissesse, mas ela sabia que ele ia querer entrar pela porta da frente. Ele veio com uma roupa colant, parecendo um mergulhador. Vai saber a dieta que ele fez pra caber naquilo. Ele vinha com uma bicicleta com um baú em direção ao guarda que prontamente apontou a arma e disse
- Alto! - Ele levantou as mãos, mostrando que nada tinha.
- Oi! - Ele gritou de longe.
- Vaza daqui!
- Mas eu sou do iFood.
- Que iFood o que! Vaza agora!
- Tá bom...
Ele se virou com a bicicleta e apertou um botão, abrindo o baú e fazendo um foguete disparar direamente em direção a mansão de Rethea. O guarda conseguiu ver o míssil e conseguiu desviar, enquanto alertava os outros no local. Ele estava ferido e foi rapidamente capturado pelo homem de bicicleta que o carregou um pouco acima na colina e o amarrou numa árvore.
- Quietinho. - Disse Aether enquanto descia de bicicleta novamente.
Eles se conversavam no rádio. Um deles foi averiguar a porta, e o outro foi lá ver como estava o companheiro. Quando chegou perto, ele foi atropelado por uma bicicleta. Aether desceu mas havia subido de novo e foi carregando o homem atropelado pela bicicleta pelo colarinho conforme se aproximava do portão onde o outro guarda esperava. Isso evitou que ele fosse alvejado por balas e, conforme entrou, jogou um homem contra o outro. Estava dentro da sala, bastante destruída. e tratou rapidamente de atirar nas lampadas para ganhar a vantagem que queria.
Rethea escutava a bagunça mas terminava de se banhar com calma. Aether derrotava os guardas no escuro, um a um. Um braço quebrado aqui, uma perna quebrada acolá, mais uns dois caras inconscientes. A princípio a invasão era um sucesso, mas ele sabia que Rethea poderia aparecer a qualquer momento, então ele precisava ser rápido para obter o que queria na casa. Ele conseguia ver bem com o óculos de visão noturna, e ia atirando em todas as lâmpadas que encontrava, mas isso ainda não facilitaria seu objetivo final.
A jovem pegou uma toalha e ligou a câmera do celular. Agindo furtiva e silenciosamente, ela tentava encontrar seu oponente, que abriu uma brecha. Ele acabou de destruir a lâmpada do quarto dela, e, sabendo disso, ela deu a volta na casa para subir as escadas atras dele de forma silenciosa. Era difícil enxergar na escuridão, mas ela conhecia a casa. Quando estava chegando perto de seu quarto cuja a porta estava aberta, ela colocou o celular na frente e entrou com tudo. Aether foi atordoado com o clarão da lanterna do celular e acabou levando um chute certeiro nos óculos. Para evitar um segundo golpe, pegou um abajur ao lado e girou quase acertando-a, mas ganhando o tempo necessário para pensar em seu próximo movimento.
Ele pegou uma laterna e passou a usar o mesmo movimento para tentar atordoar Rethea também. E nisso se travou uma luta aos clarões. Alguns movimentos muito similares se chocavam em um estroboscópio caótico. Outros golpes conectavam simultâneamente, fazendo com que ambos caíssem, mas ela sabia que isso gerava desvantagem pois ele era mais forte e o impacto machucava mais, então ela fez uma acrobacia, e pegou um revolver do chão mirando diretamente contra a luz mesmo sem olhar para ela diretamente. Ela atira, mas Aether amarrou a lanterna no abajur. Rethea só conseguiu escutar o barulho de vidraça quebrando, conforme ele corria com uma lata de lixo fechada.
Ao examinar a lata de lixo, o jovem encontrou apenas sketches de desenhos que sua algoz tentou fazer. Muitos corpos inacabados, alguns até levemente despudorados com grandes decotes.
A obtenção de informação não foi bem sucedida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário