Economia não tem a ver com dinheiro, tem a ver com recursos. Essa é a parte que provavelmente muitos de vocês já sabem. Tecnologia apesar de ter o termo logia no nome, não significa o estudo propriamente dito de técnicas. Que é uma palavra que tem um radical bastante complicado que é tékhne, do grego. A menos da etimologia, hoje usamos tecnologia para falar de avanços nos meios de produção, seja de trabalho ou de arte, e melhorar o meio de produção é, teoricamente, bom pra economia, e bom pra arte também, por que não?
Realmente o mundo de hoje é melhor do que o de outrora, mas a pergunta é porque a gente não alcança uns patamares melhores um pouco mais rápido? Seria falta de tecnologia? A gente já mandou gente pra lua. Tem satélite geoestacionário, tem jato supersônico... Eu particularmente não aceito que o tecnologia seja um impecilho para a resolução de problemas que já deveriam ter sido sanados como fome e analfabetismo.
As vezes eu brinco de que eu gostaria de ter uma conta bancária gorda, mas o fato é que o meu princípio hoje em dia é tão voltado para a sustentabilidade que eu me sentiria mal de receber as coisas sem dar nada em troca. Pelos raios do Jamiroquai, eu sempre fui assim, nunca gostei de receber sem achar que eu merecia ou que eu poderia dar alguma coisa em troca, e acredito que a maioria das pessoas também tem isso em seus corações. Eu posso estar errado, mas é pura especulação mesmo.
Eu gostaria de viver de arte. Na verdade, com o avanço da tecnologia, não haverá muitas outras formas de se ganhar dinheiro que não seja arte. Se os meios de produção forem todos automatizados, e as máquinas forem capazes de nos auxiliar a extrair o nosso sustento nos dando mais tempo livre, teremos menos pessoas trabalhando para fazer isso, e, consequentemente, mais gente desempregada simplesmente porque não haverá espaço pra elas porque as máquinas já estão fazendo todo o trabalho. Então só vão sobrar três tipos de pessoas que pra mim são dois, mas eu vou colocar como três: teremos aquelus que cuidam das máquinas; teremos aquelus que operam as máquinas para realizar tarefas como erguer um prédio; e teremos es artistas.
Na minha concepção quem opera a máquina também é ume artista. Elu só tem uma ferramenta diferente.
Subseguindo, no conceito capitalista todo mundo tem que trabalhar pra conseguir o sustento, e seria um bocado justo, mas ele passa a não fazer sentido quando a tecnologia caminha para facilitar a produção das coisas justamente para que mais pessoas possam conseguir seu sustento com menos trabalho, até chegarmos no ponto onde as coisas seriam de graça! Se o objetivo é a humanidade avançar a esse ponto, porque diabos a gente ainda tá preocupado com a questão das pessoas terem que trabalhar pra conseguir se sustentar?
Só que eu entendo o drama da pessoa de classe média ou classe baixa que não divide seus recursos. Se os recursos mal dão pra pagar a conta do mês, como é que compartilha? Como é que a gente vai compartilhar o nosso tempo fazendo trabalho voluntário, quando nosses filhes mal conseguem uma hora da nossa atenção porque a gente tem que se matar de trabalhar pra ganhar a mixaria que não paga as contas? E é por isso que a gente não gosta de tie da lancha. A pessoa tem uma lancha, e chora pra pagar salário de funcionárie. É um problema que todo mundo percebe chamado concentração de renda, que na verdade pode ser chamado também de monopólio de recurso.
Mas até onde a tecnologia pode reduzir o custo da produção de recursos para as pessoas? E o mais importante: como a tecnologia pode ajudar a reduzir o desperdício de recursos, que auxiliria também a reduzir o custo dos itens também, até porque as pessoas pagam não só pelo produto, mas também pelo desperdício dele! Se o custo de sobrevivência se torna 0 há duas questões.
- Se as pessoas não precisam pagar para sobreviver, elas viveriam encostadas?
- Se o custo para sobreviver é de fato próximo de 0, qual é o problema de viver encostado?
O grande lance é que tem cada vez menos emprego mas o preço não abaixa, então o que sobra para as pessoas fazerem é arte. É colocar um preço numa coisa que muitos diriam que não tem preço. Arte em muitos sentidos, desde a arte de pintar até a arte de educar, mas isso é complicado porque se o preço das coisas já é relativamente subjetivo, porque depende do que elus gostam, imagina então da arte onde até o que a pessoa está fazendo é subjetivo? Ninguém é forçade a gostar da arte de uma outra pessoa, mas as pessoas cada vez mais precisam que suas artes sejam financiadas para que elas possam sobreviver. Em outras palavras, vai morrer gente.
A tecnologia tem facilitado a se criar novos tipos de arte e até a apoiar es artistas de diversos meios, o que facilita para elus sejam financiades, ao passo que gera novos problemas. Músicistas tem de enfrentar cada vez mais problemas com o Spotify, mas atrizus parecem ter tido mais oportunidades e espaços com a chegada da Netflix e da Amazon prime, bem como es animadores digitais. As plataformas de streaming tem permitido a criação de conteúdo e a possibildiade de se ver mais arte naquilo que parecia ser entretenimento, ou seja, é uma arte feita em cima de uma outra arte.
O problema é que isso gera uma economia dentro das artes. Pessoas que vendem seus desenhos e precisam ajustar seus preços de acordo com outres desenhistas; mais atrizus entrando no mercado aceitando salários mais baixos. o que vai forçar Hollywood a baixar o salário de outres, algo que talvez não seja tão ruim; e es músicistas brigando para que o spotify lhus pague um valor mais justo enquanto tem se virado fazendo conteúdo para o youtube para complementar.
Mas o que vai acontecer com essas plataformas quando es artistas não dependerem mais delas para sobreviver se esse custo se aproximar de 0? Isso provavelmente vai fazer com que elus possam valorizar mais a sua arte para consumir outras, porque no final não vai ter muito mais a ser consumido que não seja arte, enquanto outras pessoas ficarão a cargo da ciência e dos avanços tecnológicos.
Isso é pura especulação. Não se sabe se a tecnologia vai evoluir a ponto do custo de vida chegar a 0. O que se sabe é que ela evolui, mas quem as usa massivamente ainda não resolveu dar retorno para o povo, e talvez nunca venha a dar. É sabido que a ciência hoje é uma coisa elitizada, e provavelmente vai continuar sendo porque o tempo e dedicação necessários para adentrar minimamente uma área da ciência é enorme, posto que você não seja um ponto fora da curva. E no futuro, quando ela se tornar ainda mais complexa? Será que metade de uma vida será suficiente?
Só nos resta esperar para que um dos três nos salvem, mas como estão conectados, provavelmente ou a solução virá em conjunto, ou não vira.
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