Rodando

Roda roda roda.
Roda sem parar.
Vai rodando rodando rodando.
Rodando sobre um grande mar.
 

Assim dizia a antiga estrofe de John Wolf. Nada parecia fazer mais sentido que círculos. Titio Lao-tse ficaria orgulhoso. Especialmente ao presenciar o movimento giratório daquele ventilador do laboratório. Apesar de que, o pensamento de John estava focado em coisas completamemte diferentes.

A lenda diz que ele enlouqueceu, destruiu todo o edificio e lançou os destroços no triangulo das bermudas. Que não reagiu muito bem pois John estava utilizando um kilt xadrez, roupa típica da Escócia, e acabou lançando-o em um redemoinho. Isso sempre acontecia quando ele tentava velejar com a sua jangada pelos sete mares, mas era geralmente porque o Kraken que lá vive adora pregar peças com ele. Grande Kraken, gostava de tomar aquela Skol 2 litrão bem gelada no fim da tarde.
 

Depois de capturar um salmão e fazer um delicioso makimono com o que tinha na sua embarcação, John pegou o leme secundário que ele instalou para que ele pudesse girar o navio em seu próprio eixo e rodou no sentido oposto ao do redemoinho. Isso abriu uma curva no espaço que o levou as portas da biblioteca de Alexandria. Euclides até tentou ser educado dizendo "oi" mas Wolf fez questão de socá-lo bem forte na cara e dizer:
 

- Isso foi pelas minhas notas de matemática!
 

John desmontou sua jangada, guardou em uma caixinha de madeira e entrou pelos fundos. Pegou um livro rosa com borboletinhas prateadas, abriu na página 127, recitou em voz baixa algumas palavras que ali continham e logo estava de volta em casa para fazer aquilo que gostava: admirar os círculos de sua mulher.