sábado, 7 de fevereiro de 2015

Gyff & Tsumomo #4

Tsumomo notou a inquietude da jovem e parou de tocar o instrumento. Aproximou-se lentamente dela, abaixou delicadamente, olhou para todo o corpo da jovem em um instante. Ela usava um vestido rosa, enfeitado com linhas verdes, que desenhavam vinhas graciosas através da extensão do tecido. Ela também utilizava um cachecol verde, e tinha pele morena, além de longos cabelos negros que com mechas que caiam por cima do vestido. A gueixa fitou-a nos olhos e disse suavemente:

- Bu.

Instaurou-se um momento de silêncio seguido de risadas das duas moças.

- Hahahahaha! Você é incrível mesmo, Tsumomo.
- Eu? Oras, não seja boba, Shia. Apenas faço meus deveres de casa.
- Estou tão acostumada a ver aquelas auras de Kappe fluindo pela sala, enquanto você faz isso de forma tão graciosa.
- Ora, Shia... - Tsumomo corou levemente, e começou a servir bebida para sua cliente. - ... Quão lisonjeiras suas palavras. Existe alguém lhe devolvendo palavras tão doces quanto essas? - Ao terminar de serví-la, Tsumomo se levantou e pôs-se a servir bebida para os outros dois cavalheiros no recinto.

Nada de suspeito ali naquela sala, mas a gueixa estava interessada na dona da casa, e não nos clientes. Quando ela se voltou para conversar com a jovem de rosa, ela acidentalmente deixou cair um pouco de bebida sobre o Anão, que logo se mostrou o punho para o gnomo. Anões realmente nunca tiveram as caras mais amistosas, e esse estava vestido com trajes de minerador que continha uma camisa bem solta que mostrava seus músculos do braço.

- Está brincando comigo, Gnomo!?

O gnomo não se intimidou, apesar de seu porte ser muito menor do que o do anão. Ele usava roupas prateadas com fios dourados, e sua barba negra mostrava que ainda era jovem. Era definitivamente uma barba muito menor do que a do outro rapaz.

- Eu!? Foi um acidente, cara! Você deve ter assustado a dama com seu jeito truculento!

Shia riu do outro lado do recinto, Tsumomo cobriu seu rosto com a manga do Kimono como se estivesse com vergonha. A morena sabia o que estava acontecendo.


Enquanto isso, em uma caravana que rumava para a cidade de Amaquabá, um elfo ameaçava um humano com uma faca. A mesma que estava sendo usada para cortar a galinha que estavam comendo.

- Opa. Opa. Someisa é poderosa, mas é apenas uma, meu chapa. - Disse o humano, levantando-se e dando um passo atrás.
- É, Arthur! Vai querer arrumar briga agora! Você está bêbado, cara! - Disse o rapaz com brincos.
- Oras! Ele é um ladrão! Vocês vão mesmo ficar do lado dele!? - O portador da faca não estava pra brincadeira
- Sério mesmo cara!? - Disse o mais alto dos elfos. - Você vai acreditar no que esse cara aí está dizendo?
- Mas é verdade! - Falou Gyff. - É que eu não trouxe uma página do grimório! - Disse ele sorrindo.

Eles riram e começaram a se assentar novamente, mas Arthur antes de se sentar, lançou a faca na direção de Gyff, que fez um gesto com a mão e furou a capa da carruagem ao lançar a faca com tamanha velocidade para o alto.

- Você tem que relaxar, rapaz. - E então viram a expressão séria de Gyff pela primeira vez.

A situação ficou tensa, mas a caravana não parou. Os elfos foram dormir, e ele estava quase abrindo aquela garrafa pra saber o que tinha dentro. Tinha bebido apenas um copo de cerveja, pois bebia devagar mesmo. Lembrava do seu roubo, de seu passado, e tentava pensar como ele entraria em Amaquabá, já que era procurado no continente inteiro por Someisa.

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