Aleatoriedades #5

Já haviam se passado anos desde as lendas de Isabella Werttritz. Mitzneva Cretzell, ainda assim, se empenhava em encontrar evidências do que havia acontecido. Eventos tão grandes e tão bem descritos como nos manuscritos não poderiam ter sido mera coincidência. Curioso era o fato de terem sido manuscritos, e não vários textos escritos nos computadores modernos, apesar dela ter lido todos os textos depois de terem sido digitalizaos, para depois encontrar os manuscritos.

Mitzneva Cretzell acabou por fazer uma faculdade de história mesmo depois de terminar a faculdade de direito. Hoje ela estava em uma expedição pelo Oriente Médio. Apesar do lugar ser um ponto de confiltos, o ambiente parecia extremamente agradável. Parece que o Estado Islâmico tira algumas férias da guerra de vez em quando. Os sinais dos conflitos, por outro lado, marcavam os edifícios, como se os próprios prédios tivessem chorado nos momentos de guerra.

Não havia tiros, não havia bomba, e era segunda-feira. Até parece que a guerra tem dia pra acontecer, mas pelo visto todos detestam a segunda-feira bem como o Garfield. Ela não estava lá para guerrear. Nem poderia fazê-lo porque não tinha nem uma faca de manteiga. A mulher estava lá para alcançar um sítio arqueológico que, por alguma razão desconhecida, foi intocado pelos confrontos.

Haviam muita coisas para serem respondidas, e enquanto ela fazia as perguntas sem nexo na sua cabeça, um dos jovens da expedição começou a falar com ela.

- Mas o que você acha desse prédio aqui, Dra. Cretzell?
- Oi? Como? Falou comigo? - Ela olhou rapidamente para ele. Ele usava um boné onde se lia "Partizan"
- Sim. Ja viu esse prédio aqui?
- Não. Ainda não. Tem alguma coisa aí? - Na camisa do jovem também se lia "Arthur"
- Não sei...

A arqueóloga olhou para o prédio, e não parecia ter nada de mais. Ela preferiu continuar com a expedição em direção ao rio Eufrates. Chegada a noite, ainda havia muito caminho a se percorrer, então armaram as cabanas para descansar. Retiraram os materiais do jipe, prederam as tendas no chão, e armaram o que seria uma fogueira. Cretzell chamou a todos e olhou em volta. O jovem que a havia abordado não estava mais por lá. "Estranho..." - Pensou ela. - "Será que estou realmente ficando maluca?" - E então foram todos dormir.

Ao acordar e sair de sua tenda. começou a desarmar as coisas. Ninguém apareceu. Ela começou a olhar dentro das tendas. Não havia mais ninguém na expedição. Uma sensação de desespero começou a tomar conta dela. O que diabos aconteceu? Onde estavam todos? Estavam longe do rio, longe da civilização. Será que alguém sabia o que estava acontecendo? Se eram terroristas, porque não a levaram junto.

Não havia mais jipe, mas havia curiosamente um camelo com sua sela ja armada. Ela não fazia nem idéia de como subir naquilo, mas de alguma forma ela subiu, e era bem mais alto e bem menos glamouroso do que era exibido nos filmes. Ela mal sabia o que fazer porque o camelo começou a andar sozinho de volta para a aldeia pela qual eles haviam passado, e parou em frente a casa onde ela havia escutado aquelas vozes.

"Tá na chuva é pra se molhar" - Pensou. Abriu a porta normalmente pois não estava trancada. Por dentro haviam muitas estantes com muitos livros. Não haviam paredes a vista. Mitzneva começa a pegar alguns livros e analisá-los, capa a capa. Não havia como ler todos esses livros para descobrir alguma coisa. Ao puxar um dos livros na segunda prateleira da estante ao norte, um portal de pedra se ergueu do chão no centro da sala, na pedra do meio que susteva o arco, era possível ler "M R" em uma letra estilizada. Ela passou por dentro do arco como se fosse examiná-lo. Nada de diferente além daquelas duas letras. Ela abriu a porta para sair daquele lugar e viu uma grande cidade com pessoas curiosas trafegando de um lado para o outro.

Parece que o mundo sobre o qual ela tanto lera era verdade afinal...