- Gyff Mjord, um dos melhores executores de tarefas existentes. O seu nome era esperado, mas o seu envolvimento até esse ponto certamente não era. Na verdade não se esperava que você entrasse uma segunda vez na academia, e como se não bastasse entrou uma terceira vez. Você certamente foi e aproximando mais e mais do que está acontecendo. - Someisa executava um longo discurso. - E você ainda vem me perguntar o que você está fazendo no meio disso tudo?
O ladino ficou perplexo, enquanto Someisa prosseguiu com suas palavras.
- Eu encomendei o roubo do meu próprio feitiço. Na verdade você não roubou nada de interessante, mas as notícias se espalharam rapidamente como eu esperava, e a partir daí eu e a srta. Tsagura iniciamos o esquema para uma roubo falso na academia.
- Então...
- Então você apareceu, as coisas começaram a ter imprevistos demais, a srta. Tsagura saiu ferida, e tudo saiu do controle. - Ela fez um gesto aleatório com as mãos.
Houve um momento de silêncio.
- Você é um sobrevivente, Gyff. - Ela continuou. - Você não estaria na academia por algum acaso aleatório do destino. E no momento você pode ser uma peça chave para...
- Mas como você sabe o meu nome?
- Isso não vem ao caso. Você...
- Claro que vem! Poucas pessoas sabem o meu nome de verdade.
- Exceto o bar do Cowboy, correto?
- Bom, a maioria das pessoas lá tende a esquecer o meu nome dez segundos depois.
- Eu sei quem você é porque eu também frequento o local, Gyff. Além do mais eu tenho uma boa rede de informações.
- Então por que eu estou aqui?
- Imaginei que você gostaria de fazer parte dela, uma vez que está envolvido nesses problemas até o pescoço. Além do mais, você poderia me responder muitas coisas.
- Não tenho interesse em responder perguntas, Someisa.
- Mas deveria. Comunicação é importante. Você não deveria fazer tudo sozinho.
- Não é o que a minha experiência me diz.
- Então o que você vai fazer depois de ter assassinado uma mulher?
- Como você...
- Gyff, o incidente na estrada não foi muito longe da cidade e os boatos já se espalharam. Uma mulher morta com um ferimento de adaga, cheia de marcas mágicas, e você não está preso.
- E deveria?
- Bom, você assassinou uma mulher, e ainda sim, ninguém está atrás de você. Deveria se questionar mais sobre a sua situação.
Enquanto Someisa e Gyff conversavam outra pessoa estava na enfermaria se recuperando da mesma situação, ou sendo teimosa o suficiente para negar que precisava de repouso.
Tsumomo levantou-se e tentou descer da cama da enfermaria, porém ainda estava machucada e não conseguia se apoiar corretamente ainda. Ela sofreu impactos muito violentos no ocorrido e seu corpo, por mais que tivesse repousado por um tempo, ainda sentia fortes dores. O seu equilíbrio gracioso estava danificado por uma perna que vacilava a cada passo, e ela se apoiava sobre a cama para evitar uma queda iminente. Shia viu a gueixa debruçada e correu para auxiliá-la.
- Tsumomo! - Ela utilizou as mãos para fornecer apoio a gueixa.
- Ah! Shia. Tudo bem, eu acho que eu já posso voltar para casa. - Disse ela mesmo sem ter certeza disso.
- Você não tem condições.
- Mas, a Nana-tan...
- Lina está bastante nervosa com você, e com razão, certamente.
- Eu preciso falar com ela.
- Você precisa deitar-se.
- Não! - Disse Tsumomo afastando Shia com o braço, e tentando se deslocar. - Eu preciso... Ai! - A dor em suas pernas foi tamanha que ela desabou.
- Sua teimosa! - A enfermeira a levantou, e usando magia a levitou e a colocou novamente no leito.
- Você não vai sair daí. Não hoje.
- Claro que vou.
Tsumomo dobrou o abdôme e antes que pudesse concluir o movimento para levantar, Shia a empurrou para baixo. A artista tentou fortalecer o corpo com magia, porém a enfermeira respondeu fazendo o mesmo para mantê-la sobre o leito. Essa proporção de energia se manteu até que a gueixa começou a sentir uma dor forte no ombro, ela persistiu por um instante mas desistiu logo em seguida, demonstrando-se muito mais cansada do que ela outrora estaria caso tivese feito o mesmo esforço em outra situação.
Shia, então retirou suas mãos da gueixa que imediatamente levou o braço direito até o ombro esquerdo. A enfermeira reparou no movimento e removeu a mão da paciente para ver um selo mágico que parecia ativado. Ela então colocou a dançarima para dormir utilizando magia.
- Nana-tan! Eu te amo! - Disse Tsumomo conforme adormecia.
- Nós sabemos, Tsumomo... - Respondeu, Shia.
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