Tártaro acordou no dia seguinte. Tudo parecia normal. O sol estava brilhando ás 8 horas da manhã de um dia ensolarado. A previsão havia anunciado 35 graus Celsius, o que era uma informação inútil para ele, já que ele nunca via a previsão do tempo mesmo. Preferiu levantar-se da cama e retomar a sua busca. Aquele pijama era bastante confortável, mas certamente ele iria mudar de roupa.
Vestiu-se com roupas confortáveis. Não precisava esconder sua identidade mesmo. Camisa de malha, Bermudão, Tênis, e aquele penteado descolado de quem estava na moda de 20 anos atrás. Ele não estava muito preocupado com isso. Ele tinha um trabalho a fazer, e a capivara azul precisava retornar ao seu lar. Ele foi ao zoológico novamente, determinado a descobrir alguma coisa.
Era um dia normal, e algumas pessoas visitavam o zoológico. Não era muita gente, afinal as pessoas tinham que trabalhar, mas havia um grupo de três estudantes extremamente peculiar. Aquelas roupas e aquelas orelhas de animal não enganavam. Elas faziam parte de algum experimento de bioengenharia.
- Olá senhor! - Elas o cumprimentaram em uníssono.
E certamente eram extrovertidas conforme diziam os rumores.
- Olá senhoritas.
- Nossa! Você e muito diferente! - Disse uma que era loira e tinha orelhas de coelho.
- Ah. Obrigado.
- Estranho, ele não tem orelhas. - Disse outra que era morena e tinha orelhas de gato. - Você trabalha por aqui?
- Não. Não. Meninas, eu...
- O que você veio fazer aqui? - A terceira era ruiva e tinha orelhas de cachorro.
- Meninas, eu estou ocupado. Não posso dar atenção a vocês agora.
- Estamos de olho em você! - Disse novamente a morena.
Ele finalmente pode sair, e foi em direção ao ambiente onde ficava a capivara azul. Não parecia haver nada de incomum. Ele olhou ao redor, mas não parecia ter nada do lado de fora, então pediu a administração para que ele pudesse entrar, uma vez que não havia animais. Quando fora questionado quem era, ele mostrou o seu cartão de investigador que mantinha na carteira que continha um carimbo da polícia local bem como a assinatura do delegado. E pode continuar sua busca sem problemas.
Dentro do ambiente onde a capivara ficava era possível notar não seria complicado para que ela saísse dali desde que a cerca estivesse aberta. Uma inspeção rápida e ele rapidamente pode concluir que nada fora arrombado. O ambiente era mais baixo do que o nível onde as pessoas ficavam para que o muro pudesse ser alto. A escada certamente não permitiria que ela pulasse. Tudo aconteceu a noite, pois poucas pessoas viram. Já era o segundo dia. O que poderia ter acontecido?
Para certificar-se, Tártaro jogou pó de alumínio sobre o mecanismo de trava do portão. Não havia impressões digitais, mas haviam algumas impressões pelo menos curiosas.
- Quem cuidava da Capivara Azul? - Tártaro perguntou, abaixado, enquanto olhava para a marca, para o monitor atrás dele.
- Era a senhorita Mary. Mary Keon.
- Precisamos falar com ela.
As estudantes observavam do lado de fora. Cochichavam entre si e faziam alguns movimentos curiosos como encostar no nariz com o dedo anelar. Havia algo de errado, e Tártaro sabia disso. Esse nome não era estranho, mas por que Mary Keon iria soltar uma capivara azul?
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