Gyff & Tsumomo #49

Tudo o que Gyff via confirmava aquilo que ele já esperava. Os guardas élficos eram impostores. Tudo bem que era uma intuição extremamente preconceituosa, mas apesar da grande metrópole ter todo o tipo de criatura como cidadão, a verdade é que a família real possui linhagem puramente humana, e procura sempre manter os guardas assim, apesar das politicas de inclusão.

Além do mais, drow tem fama de duas coisas. Buscadores de arte oculta e mercenários. Aquele drow realmente não desceu bem. Na verdade, nada desceu bem até agora, exceto aquele Whisky Cowboy. Aquele sim desceu bem.

A manifestação de magia por parte dos guardas já estava acontecendo. Gyff apenas retardou achando que conseguiria tempo o suficiente para chegar até a porta. Ele até conseguiu porém, sentiu seu corpo pesado e sua movimentação estava dificultada. Eles estavam segurando o ladino com magia, que estava revidando tentando energizar seu corpo de volta com pouco sucesso.

Ele viu tudo o que pode no curto espaço de tempo que conseguiu ver o quarto bagunçado. Havia sinais de luta, móveis desarrumados, e uma parede rachada. E antes que os guardas pudessem capturá-lo, ele, apesar da dificuldade, se lançou do ponto mais alto da rampa de acesso a sala do trono porém errou os cálculos, ele procurou no bolso da jaqueta mais uma jóia, mas teria gasto as últimas duas alguns momentos atrás. Ele apenas teve tempo para aumentar a tenacidade do corpo antes da queda inevitável.


- Eu acho que eu vou acabar contratando uma gueixa como informante. - Disse Cowboy, em tom de brincadeira.
- Ah! Seria ótimo! Eu posso até me candidatar! - Respondeu Tsumomo.
- Olha, eu to ficando cansada. - Disse Higuma.
- Você vai ficar bastante cansada. Eles não virão te buscar. - O jovem respondeu, e todos fizeram um momento de silêncio.
- Como você sabe? - A artista indagou.
- Porque eu já vi um Wasp se sacrificar após 1 ano de vigilância.
- Higuma, você não... - Tsumomo ia terminar a frase se apoiando sobre a mesa e olhando para a ilusionista, mas ela a interrompeu.
- Me sacrificar? - Perguntou Higuma. - Já estou fazendo isso. - E ela mesma respondeu.
- Não! Não vai ser necessário! Você vai largar as wasps! Você vai voltar para nós, não vai? - a gueixa falou, batendo na mesa no início da última frase.
- Acho que ela... - Quando Cowboy ia falar, ele foi interrompido.
- Vou sim! Vamos... - Só que ele detesta ser interrompido e interrompeu a interrupção de Higuma.
- Acho que ela vai sair sim. - Disse ele, balançando a cabeça negativamente e olhando para ela em seguida. - Só por uma questão de ironia do destino.
- Então, yay! - Disse a Tsumomo levantando-se.

E logo que ela levantou, Konvaa abriu a porta, já que esta fora arrombada por Gyff. O detetive pode ver a gueixa rebolando e dançando pra lá e pra cá em comemoração.

- Eu vou pagar o conserto dessa porta. - Disse Konvaa, rispidamente.
- Quanto exagero. - Ela respondeu, parando de dançar.
- O departamento já possui pessoas estratégicamente localizadas próximas a sua casa. Quando eu voltar da academia trarei uma porta nova. - Ele olhou em volta. - Onde está Gyff?
- Ele foi ao banheiro. - Respondeu o jovem.
- Eu sei que ele saiu daqui, Cowboy. Só quero saber pra onde.
- Ele não nos disse.
- Cowboy! - Disse Konvaa pegando ele pela gola, uma vez que era muito maior. - Você está maluco!?
- Opa. - Cowboy puxou alguns frascos de dentro de sua jaqueta. - Vamos nos acalmando, senão isso aqui não vai terminar bem.
- Gyff é um suspeito!
- Se somos todos suspeitos, deveríamos estar todos no departamento. - E nesse momento o detetive soltou o homem.
- Você está certo. Cowboy, você está liberado. - virou-se para Tsumomo e Higuma. - Você duas venham comigo. - Konvaa fez um gesto para que ambas se levantassem e o seguisse.

A gueixa se levantou primeiro, sua hóspede demorou um pouco mais mas eventualmente se levantou. Apesar dele ter dispensado Cowboy, ele foi também. Afinal, ele queria ser pelo menos o segundo a saber sobre qualquer coisa que aquela wasp fosse falar.