Ok, se você gosta do Faustão então a piada não tem graça, e você já pode começar a ler a partir daqui. Hoje é terça-feira! É dia de polêmica! É dia de falar bastante besteira e ver se você provoca aquela reação que deixa todo mundo nervoso. Especialmente quando você pega aqueles assuntos que dividem bastante gente, como aqueles casos daquela galera que roubou e foi amarrada no poste.
A primeira pergunta que se faz é: Esse grupo de justiceiros está certo ou está errado?
Se você falar em um aspecto de lei, que pode ser bastante binário, eles estão errados, porque nenhuma autoridade pode aplicar a lei através do uso da força se não for a polícia ou as forças armadas. Acredito que nem as forças armadas poderiam aplicar punições em civis, o que joga todo o trabalho sobre a polícia.
E se você não olhar apenas pela lei? E se a justiça formal não for o suficiente?
A polícia tem que estar lá para fazer o trabalho dela. Imagine que em uma cidade, muitas pessoas estão roubando as outras, e você tem diversos boletins de ocorrência de pessoas que não conseguiram nem observar direito quem foi o infrator que cometeu o delito. Como você vai investigar todos os casos de furtos?
Você não vai investigar todos os casos de furto.
Não é porque o furto é um crime perfeito. É uma questão de logística. Pra você investigar um crime você tem que mandar um policial para identificar as pessoas que estavam presentes no momento da ocorrência, colher os depoimentos, encontrar as consistências e as inconsistências, reduzir o espaço de busca de pessoas que possam ter cometido o delito, pegar essas pessoas uma a uma, e se no final você tiver sorte, conseguir uma acusação correta.
E você não pode colocar toda a força policial nesse tipo de coisa, porque a força policial é limitada. Ela geralmente é menor que toda a população que não é policial, e em uma proporção bastante grande. Isso porque a polícia geralmente é financiada pelo estado, e se você tiver um corpo policial muito grande, o estado não vai conseguir pagar o salário de todas as pessoas.
E se as pessoas pudessem deter os criminosos no momento da ação?
Tipo uma população de Batmans.
Bom, o problema é que um criminoso geralmente precisa de uma vantagem sobre a vítima. Existem duas vantagens possíveis, a numérica, ou a tática. A numérica consiste em você estar em maior número que as suas vítimas, a tática consiste em você possuir alguma coisa que você possa usar caso a vítima reaja, geralmente o nome disso é arma de fogo.
E você não pode assumir que as pessoas vão arriscar as suas vidas para impedir os malfeitores. Ninguém está afim de morrer, mesmo que não seja em vão. A decisão é bastante simples: "Não evitar e ter certeza de continuar vivo, contra evitar e talvez terminar morto". Não é difícil saber o que as pessoas vão escolher.
E se a policia não consegue resolver os casos, vai começar a aparecer movimentos de represália. Pessoas vão querer se armar; Vigilantes vão começar a tentar resolver casos que a polícia não pode, e vão criar uma justiça informal. Ou o tribunal das ruas, que aplica a pena no réu no instante do acontecimento, e é óbvio que quem não se sente protegido pela polícia vai acabar apoiando isso, porque é o minimo de proteção que elas tem.
Ou você acha que nas favelas isso não existe?
Isso acontece nas comunidades também. Existe uma justiça feita pelas pessoas que lideram as atividades, geralmente criminosas, lá de dentro. A polícia não investiga os delitos que acontecem lá dentro, até porque, se existe atividade criminosa, a última coisa que os bandidos querem é que um policial apareça por lá.
E acredito que o surgimento dos vigilantes é melhor do que nada. Por mais que eles não sigam a constituição, pois muitas vezes o controle é obtido através do medo, como acontece nas favelas.
O problema é que: "Só se os dragões realmente sentirem terror é que serão realmente seus servos."
Será que os vigilantes conseguem aterrorizar os dragões?
Imagens:
gshow.globo.com
www.swiftfilm.com
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