- É só o destino em ação, Flam. - Rodney falou com serenidade.
- É um bicho do capeta, isso sim. - Ela respondeu se levantando. - E pelo visto você sabe alguma coisa sobre eles.
- São Malamorfos. Geralmente são pessoas consumidas pelo "nada".
- Você já enfrentou um desses antes!?
- Já. Nós precisamos purificá-lo antes que seja tarde demais. - Conforme ele disse isso, a criatura vinha novamente em carga, Flambarda viu mais luzes se concentrarem e se tornarem mais brilhantes no corpo dele.
- E como a gente faz isso?
- Primeiro, a gente precisa deixá-lo inconsciente.
Conforme ele disse isso, a criatura já havia desferido um salto em sua direção na tentativa de subjugá-lo, porém ele já estava pronto para o que viesse e acertou um soco em cheio que fez a criatura parar pendurada em seu punho. E como se não bastasse, desferiu com a esquerda um cruzado e finalzou com uma belo Swing que fez o corpo inconsciente da criatura bater e rachar o chão.
Após isso, Rodney tirou um frasco, de dentro de sua jaqueta marrom, contendo algo que parecia ser água luminosa. Ele fez uma pose que parecia ser de desenho japonês, recitou algumas palavras que ela não conseguiu entender e de repente uma espécie de fogo fátuo saiu da água e invadiu o corpo corpo do malamorfo fazendo com que ele tomasse a forma de um ser humano. Ele parecia ser um daqueles pivetes de favela que foi abandonado pela mãe antes mesmo de nascer e o fato do nada ter tomado o corpo ele parecia ser algo particularmente intuitivo.
O evento deixou Flambarda estupefacta. A quantidade de eventos sobrenaturais apenas aumentava e todas aquelas luzes a deixavam com dor de cabeça. Será que o mundo não podia parar pra explicar alguma coisa pra ela por um minuto que fosse?
- E depois nós purificamos!
- Que prático.
- Pois é! Você estava indo para a biblioteca pública?
- Sim! Eu esperava que alguém lá pudesse me dar alguma resposta!
- Hmmmm. Eu não sei, mas eu estava indo pra lá também! Vamo! - Ela o seguiu já fazendo um monte de perguntas.
- Tá, já que você tá aqui, me explica esse monte de luzes.
- Que luzes?
- Pera, você não vê um monte de luzes?
- Só quando acendo o pisca-pisca da árvore de natal. - Ele levou um pescotapa de Flambarda por essa. - Ei! Isso dói!
- Responde direito!
- Eu vejo algumas luzes de vez em quando. São manifestações elementais ou naturais, mas só consigo vê-las quando a energia é muito intensa.
- Pois é, eu vejo essas luzes cintilantes também.
- Com que frequência?
- O tempo todo. - Ela disse fazendo uma voz de criança assustada.
- Isso quer dizer que provavelmente você tem um espírito muito forte.
- Eu quero é que essas luzes parem de passear! Isso tá me deixando doida!
- Bom eu sinto dizer mas talvez não tenha jeito.
- Então quer dizer que eu vou ter que conviver com isso pelo resto da minha vida!?
- É, parece que sim. - Nesse momento ser atormentada diariamente pelo taradão do 404 parecia uma opção melhor. - Chegamos!
A Bibliotecária já estava do lado de fora pronta para abrir o portão uma vez que era muito cedo, então ela precisava ficar de tocaia. Ela fez todo aquele mesmo procedimento mas dessa vez desceu com eles pelo corredor até chegar no grande salão onde haviam várias pessoas reunidas. O homem do dia anterior parecia se lembrar de Flambarda e também parecia estar contente com a visita dela, indo direto ao seu encontro. Rodney sentou-se em um banquinho mais no fundo enquanto a bibliotecária sentou bem lá na frente.
- Tudo bem, senhorita Flambarda?
- Não. Não tá nada bem, meu senhor! - Ela disse levantando o indicador e fazendo um floreio longo com a mão. - Eu vim aqui com o Rodney ontem achando que ia melhorar e só piorei!
- Como piorou!? Alguma coisa ruim aconteceu?
- Sim! Eu to vendo um monte de luzes! Em tudo e em todos! Faz isso parar!
- Ah! Parece que eu consegui acordar a sua sensibilidade espiritual enfim.
- Como assim?
- O seu espírito parecia atormentado desde que chegou aqui.
- Então você também tem sensibilidade espiritual!? Você consegue ver luzes em todo o lugar!?
- Sim.
- E como desliga!?
- Não desliga.
- Não desliga!?
- É.
- Então eu vou ter que viver a vida toda vendo isso!?
- É o preço que se paga por ter uma sensibilidade espiritual exacerbada. Você vai se acostumar em algum momento.
Flambarda nesse momento teve vontade de chorar. As coisas pareciam ir de mal a pior. Ela foi se sentar do lado de Rodney procurando algum conforto de alguém que já passou por situações complicadas com ela. Ela olhava para baixo visivelmente triste e desnorteada e não sabia se seria invasiva demais caso estendesse a mão para ele, mas o fez mesmo assim na esperança de consegur um lampejo de esperança que foi apagado pois aquele homem começou a falar novamente fazendo com que todos prestassem atenção.
- Atenção! Hoje temos conosco nossa hóspede especial! Gostaria que vocês se apresentassem para que ela tenha alguma noção do que é a SDRJ!
- Flávio Luiz de Castro Jesus! - Disse o primeiro se levantando e prestando continência. - Chefe do estado maior do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e Combatente primário da SDRJ
- Olá! - Disse outro homem já num tom muito menos militar e bem mais confortante. - Eu sou Elimar Caetano. Engenheiro da Petrobrás e Investigador Natural da SDRJ! Seja bem vinda!
- Eu sou Ana Luiza, a Bibliotecária, mas também sou auxiliar do Doutor Elísio.
- Eu sou a Dra. Olivia Lopes. Sou a médica da SDRJ.
- E eu... - Disse finalmente o homem malvado misterioso. - ...Sou Rain Exodus, diretor da SDRJ. Você não precisa se apresentar, Rodney. Acho que vocês já se conhecem.
Flambarda só conseguia pensar - "Cara que nome escroto. Isso não tem como ser o nome dele." - e ele voltou a falar mais um monte de coisa.
- Bom agora que estamos aqui, a dra Olivia Lopes recebeu um relato de muitos pacientes chegando em hospitais publicos com diversas concussões sérias. E ela parece ter tido a oportunidade de examinar uma dessas pessoas e foi capaz de constatar danos em suas elementalidades. - Ficou um silêncio por um tempo. - E, Flambarda, seu trabalho será investigar porque essas pessoas estão ficando dessa forma.
- Pera. Eu!?
- É, você.
- Você me coloca nessa sociedade sem nem eu pedir e já quer colocar minha vida em risco pra eu parar no hospital toda destrambelhada!?
- E quem falou que você vai sair destrambelhada?
- Você acabou de falar que as pessoas entram cheias de concussões!
- Ah, sim. Mas isso não será problema para alguém que tem um Luvetal.
Ele estava se referindo a luva que estava na mão de Flambarda. Ela olhou novamente para a luva, enigmada, pensando o que será que aquela luva era capaz de fazer, e já que estava ali mesmo, por que não perguntar?
- E o que este caralho desta luva faz além de pegar fogo!?
- Honestamente não sabemos tudo o que a luva pode fazer. - Ele viu Flambarda ficar decepcionada. - MAAAS... - E viu a esperança se acender novamente. - Sabemos que todo luvetal possui um elemento e uma arma.
- Peraí. Você está dizendo que existe mais luvas dessa!?
- Sim. Existem!
- Puta que pariu... - Flambarda apenas pensava no que diabos a fez pegar aquela luva naquele dia...
- É um bicho do capeta, isso sim. - Ela respondeu se levantando. - E pelo visto você sabe alguma coisa sobre eles.
- São Malamorfos. Geralmente são pessoas consumidas pelo "nada".
- Você já enfrentou um desses antes!?
- Já. Nós precisamos purificá-lo antes que seja tarde demais. - Conforme ele disse isso, a criatura vinha novamente em carga, Flambarda viu mais luzes se concentrarem e se tornarem mais brilhantes no corpo dele.
- E como a gente faz isso?
- Primeiro, a gente precisa deixá-lo inconsciente.
Conforme ele disse isso, a criatura já havia desferido um salto em sua direção na tentativa de subjugá-lo, porém ele já estava pronto para o que viesse e acertou um soco em cheio que fez a criatura parar pendurada em seu punho. E como se não bastasse, desferiu com a esquerda um cruzado e finalzou com uma belo Swing que fez o corpo inconsciente da criatura bater e rachar o chão.
Após isso, Rodney tirou um frasco, de dentro de sua jaqueta marrom, contendo algo que parecia ser água luminosa. Ele fez uma pose que parecia ser de desenho japonês, recitou algumas palavras que ela não conseguiu entender e de repente uma espécie de fogo fátuo saiu da água e invadiu o corpo corpo do malamorfo fazendo com que ele tomasse a forma de um ser humano. Ele parecia ser um daqueles pivetes de favela que foi abandonado pela mãe antes mesmo de nascer e o fato do nada ter tomado o corpo ele parecia ser algo particularmente intuitivo.
O evento deixou Flambarda estupefacta. A quantidade de eventos sobrenaturais apenas aumentava e todas aquelas luzes a deixavam com dor de cabeça. Será que o mundo não podia parar pra explicar alguma coisa pra ela por um minuto que fosse?
- E depois nós purificamos!
- Que prático.
- Pois é! Você estava indo para a biblioteca pública?
- Sim! Eu esperava que alguém lá pudesse me dar alguma resposta!
- Hmmmm. Eu não sei, mas eu estava indo pra lá também! Vamo! - Ela o seguiu já fazendo um monte de perguntas.
- Tá, já que você tá aqui, me explica esse monte de luzes.
- Que luzes?
- Pera, você não vê um monte de luzes?
- Só quando acendo o pisca-pisca da árvore de natal. - Ele levou um pescotapa de Flambarda por essa. - Ei! Isso dói!
- Responde direito!
- Eu vejo algumas luzes de vez em quando. São manifestações elementais ou naturais, mas só consigo vê-las quando a energia é muito intensa.
- Pois é, eu vejo essas luzes cintilantes também.
- Com que frequência?
- O tempo todo. - Ela disse fazendo uma voz de criança assustada.
- Isso quer dizer que provavelmente você tem um espírito muito forte.
- Eu quero é que essas luzes parem de passear! Isso tá me deixando doida!
- Bom eu sinto dizer mas talvez não tenha jeito.
- Então quer dizer que eu vou ter que conviver com isso pelo resto da minha vida!?
- É, parece que sim. - Nesse momento ser atormentada diariamente pelo taradão do 404 parecia uma opção melhor. - Chegamos!
A Bibliotecária já estava do lado de fora pronta para abrir o portão uma vez que era muito cedo, então ela precisava ficar de tocaia. Ela fez todo aquele mesmo procedimento mas dessa vez desceu com eles pelo corredor até chegar no grande salão onde haviam várias pessoas reunidas. O homem do dia anterior parecia se lembrar de Flambarda e também parecia estar contente com a visita dela, indo direto ao seu encontro. Rodney sentou-se em um banquinho mais no fundo enquanto a bibliotecária sentou bem lá na frente.
- Tudo bem, senhorita Flambarda?
- Não. Não tá nada bem, meu senhor! - Ela disse levantando o indicador e fazendo um floreio longo com a mão. - Eu vim aqui com o Rodney ontem achando que ia melhorar e só piorei!
- Como piorou!? Alguma coisa ruim aconteceu?
- Sim! Eu to vendo um monte de luzes! Em tudo e em todos! Faz isso parar!
- Ah! Parece que eu consegui acordar a sua sensibilidade espiritual enfim.
- Como assim?
- O seu espírito parecia atormentado desde que chegou aqui.
- Então você também tem sensibilidade espiritual!? Você consegue ver luzes em todo o lugar!?
- Sim.
- E como desliga!?
- Não desliga.
- Não desliga!?
- É.
- Então eu vou ter que viver a vida toda vendo isso!?
- É o preço que se paga por ter uma sensibilidade espiritual exacerbada. Você vai se acostumar em algum momento.
Flambarda nesse momento teve vontade de chorar. As coisas pareciam ir de mal a pior. Ela foi se sentar do lado de Rodney procurando algum conforto de alguém que já passou por situações complicadas com ela. Ela olhava para baixo visivelmente triste e desnorteada e não sabia se seria invasiva demais caso estendesse a mão para ele, mas o fez mesmo assim na esperança de consegur um lampejo de esperança que foi apagado pois aquele homem começou a falar novamente fazendo com que todos prestassem atenção.
- Atenção! Hoje temos conosco nossa hóspede especial! Gostaria que vocês se apresentassem para que ela tenha alguma noção do que é a SDRJ!
- Flávio Luiz de Castro Jesus! - Disse o primeiro se levantando e prestando continência. - Chefe do estado maior do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e Combatente primário da SDRJ
- Olá! - Disse outro homem já num tom muito menos militar e bem mais confortante. - Eu sou Elimar Caetano. Engenheiro da Petrobrás e Investigador Natural da SDRJ! Seja bem vinda!
- Eu sou Ana Luiza, a Bibliotecária, mas também sou auxiliar do Doutor Elísio.
- Eu sou a Dra. Olivia Lopes. Sou a médica da SDRJ.
- E eu... - Disse finalmente o homem malvado misterioso. - ...Sou Rain Exodus, diretor da SDRJ. Você não precisa se apresentar, Rodney. Acho que vocês já se conhecem.
Flambarda só conseguia pensar - "Cara que nome escroto. Isso não tem como ser o nome dele." - e ele voltou a falar mais um monte de coisa.
- Bom agora que estamos aqui, a dra Olivia Lopes recebeu um relato de muitos pacientes chegando em hospitais publicos com diversas concussões sérias. E ela parece ter tido a oportunidade de examinar uma dessas pessoas e foi capaz de constatar danos em suas elementalidades. - Ficou um silêncio por um tempo. - E, Flambarda, seu trabalho será investigar porque essas pessoas estão ficando dessa forma.
- Pera. Eu!?
- É, você.
- Você me coloca nessa sociedade sem nem eu pedir e já quer colocar minha vida em risco pra eu parar no hospital toda destrambelhada!?
- E quem falou que você vai sair destrambelhada?
- Você acabou de falar que as pessoas entram cheias de concussões!
- Ah, sim. Mas isso não será problema para alguém que tem um Luvetal.
Ele estava se referindo a luva que estava na mão de Flambarda. Ela olhou novamente para a luva, enigmada, pensando o que será que aquela luva era capaz de fazer, e já que estava ali mesmo, por que não perguntar?
- E o que este caralho desta luva faz além de pegar fogo!?
- Honestamente não sabemos tudo o que a luva pode fazer. - Ele viu Flambarda ficar decepcionada. - MAAAS... - E viu a esperança se acender novamente. - Sabemos que todo luvetal possui um elemento e uma arma.
- Peraí. Você está dizendo que existe mais luvas dessa!?
- Sim. Existem!
- Puta que pariu... - Flambarda apenas pensava no que diabos a fez pegar aquela luva naquele dia...
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