sábado, 5 de maio de 2018

Flambarda - A Detetive Elemental #6

Flambarda estava no banheiro usando apenas lingerie e aquela maldita luva. Ela ficava pensando em como iria tirá-la sem arrancar a mão fora. Se pelo menos ela conseguisse contactar aquela criatura nos sonhos dela novamente, talvez ela tivesse uma chance de descobrir o que fazer. Até porque, quando a criatura estava no sonho ela ela não estava com a luva.

A porta estava fechada, e tudo no banheiro parecia na mais perfeita ordem, execto pelo seu próprio corpo que ela examinava cabisbaixa. - Tô gorda... - Até que subitamente a luz branca que iluminava tudo deu lugar a uma luz vermelha, similar aquelas de laboratório de fotografia, isso começou a gerar um certo pânico e desespero fazendo a luva incendiar instantâneamente com uma chama brilhantes que parecia não conseguir iluminar o recinto. A sua imagem no espelho se metamorfoseava numa cara horripilante sem os olhos, careca, sem o nariz e com um monte de dentões grandes pontudos e horripilantes. A criatura ria com uma risada macabra como se pudesse vê-la e ver o quão patética ela era.

O pânico chegou em seu pico. Ela tentou abrir a porta sem sucesso, e quanto mais ela se desesperava, mais a criatura ria, e ia escurecendo o local. Sem conseguir abrir a porta e imaginando que não teria outro jeito de escapar, ela concentrou toda a energia gerada em um único soco bem no meio daquela fuça. O soco quebrou o espelho em milhões de fragmentos e parecia ter quebrado também a parede, e ela no meio do sonho se viu começando uma queda em câmera lenta em direção a rua.

Quando ela ia dar de cara no chão, acordou arfando erguendo o tronco e sentando na cama. Pegou o celular e viu que eram duas horas da manhã; a luva ainda estava lá; ela não havia nem trocado a roupa que ela usou em sua ida frustrada a faculdade; e os pontos de luz passeavam para lá e para cá. Tudo não passou de um horrendo pesadelo que ela realmente não queria se lembrar. Ela tirou a roupa ficou de lingerie e foi ao banheiro mas deixou a porta aberta. A mesma cena do sonho se repetiu, mas felizmente não houve nenhuma luz ficando vermelha. Ela simplesmente escovou os dentes, "passou um fax" e se vestiu com roupas de frio para sair novamente. A única coisa que se passava pela cabeça é que a SDRJ ia ter que dar uma explicação dessa coisa toda nem que fosse as 2h da manhã.

Ela saiu de casa no mesmo instante que o taradão do 404 entrava em seu apartamento. - "Pelo menos ele não vai dar um tapa na minha bunda hoje." - Ela pensou. Mas uma curiosidade lhe despertou a atenção pois os pontos de luz que passeavam pelo corpo do taradão eram brilhantes e rápidos, bem mais do que o da maioria das pessoas. Ela tomou nota mental disso mas não parou para analisar porque ela sequer sabe o que essas luzes significam.

No Lobby o porteiro do turno estava dormindo. - Nada que não fosse previsível. - E era possível ver a rua deserta pronta para engolir a primeira alma que ousasse pisar nela. Ela seguiu pela rua Dr. Renato Rocco e virou na rua Carlos Vasconcelos, andou alguns metros e viu uma criatura estranha, como se estivesse se metamorfoseando em um lobisomem mas não era exatamente um lobisomem e que, ao vê-la ficou agressiva e começou a correr atrás dela. A velocidade da criatura era muito superior a de Flambarda, que, desesperada, ativou sem querer a luva novamente, mas continuou correndo pra tentar chegar em casa antes que aquele bicho a pegasse, mesmo imaginando que seria fútil. Quando ela virou novamente na Renato Rocco ela viu um homem de cabelo espetado e jaqueta marrom vindo na direção oposta, e quando ela chegou mais ou menos na metade da rua, ele pareceu surpreso e saiu correndo em direção a ela que pecebeu luzes verdes ocupando o tronco dele.

Foi parecido com uma cena de cinema. Quando a criatura estava quase pegando Flambarda, o homem cruzou o caminho dela e desferiu uma senhora ombrada na criatura enquanto bradava "REPELIR O MACACO!" O golpe lançou a criatura quase na metade da rua Moura Brito que ficava do outro lado do cruzamento com a Carlos Vasconcelos. O impacto também fez um som estrondoso parecendo um fogo de artifício. Gerando uma pequena onda de choque que a derrubou, fazendo-a olhar imediatamente para o que havia acontecido.

A silhueta daquele homem não lhe era estranha. Ele fez uma postura de arte marcial, e perguntou - "Você está bem?" - E o timbre de voz rapidamente a fez lembrar. Rodney Simões, o condutor do metrô acabara de lançar uma criatura estranha quase 300 metros pra longe usando uma frase besta e algum golpe que ela não teve a oportunidade de ver.

- Mas que caralhos está acontecendo aqui!? - Ela perguntou.

Um comentário:

  1. O que me deixa mais embasbacado é a naturalidade como tu amarra as coisas. Rodney Simões kkkkkkk.

    Eu nunca imaginei um companheiro de aventura com esse nome.

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