Ela se arrumou do estilo Flambarda encapuçada: camisa vermelha, calça jeans, aquele mizunão, prendeu o rabo de cavalo, vestiu a capa de chuva, pegou um bloquinho de papel e uma caneta, tacou na mochila e foi sair. Avisou a mãe que ia resolver uns negócios lá fora mas que já voltava.
- Você vai sair com essa capa de chuva, filha?
- Vou sim mamãe!
- Filha tá um calor miserável lá fora!
- Sim, eu sei!
- Cê tá passando bem!?
- To sim mãe! - Ela disse enquanto fechava a porta.
Nenhuma atividade das malditas luzes no quarto do taradão do 404, ele provavelmente estava fazendo alguma outra taradice em algum outro lugar. Ela pegou o elevador e desceu normalmente. As coisas estavam tão normais que Gauss ficaria feliz com a forma que os eventos se distribuíam por esse dia, porém Flambarda estava na rua, ela mesmo sabia que isso era um presságio para que alguma coisa estranha acontecesse. Ela removou a capa de chuva antes de sair do prédio porque ela mesma achou que estava estranha demais.
Pra chegar até a delegacia ela precisava pegar o metrô, e até agora ela está preferindo evitar fazê-lo devido a última experiência, fora a possibilidade de encontrar o Rodney. Ela preferiu seguir a pé até a estação. Já fazia um tempo que ela não ia a academia, então essa caminhada devia pagar os próximos hamburgueres que ela já estava planejando comer.
Ao chegar lá, ela ficou realmente confusa. Não sabia muito bem como proceder, afinal ninguém ensina esse tipo de coisa no colégio. Parecia até com a secretaria da faculdade porque tinha um balcão onde ela seria atendida e um conjunto de pessoas trabalhando lá atrás. Um deles se levantou e foi até ela que estava encostada no balcão.
- Olá. Posso ajudá-la? - O rapaz era um moreno alto bonito e sensual, mas ela não podia flertar.
- Eh... Assim... Acho que pode...
- Diga lá! - Ele parecia bastante descontraído. Flambarda chegou até a achar estranho.
- Meu nome é Flambarda e.... Bom... - Ela estava reticente de vergonha
- Flambarda, parece nome de personagem de filme.
- Ah! É! Infelizmente eu não tenho filme...
- Uma delegacia é um bom início para um filme.
- Ah. Se você diz...
- Então, quem roubou seu celular?
- Não! Ninguém! Eu quero outra coisa.
- Aqui a gente no máximo vai conseguir abrir um B.O. pra você.
- Eu queria é fazer uma consulta de informação.... - Ela tirou o bloco e a caneta da mochila. - Pode ser?
- Ora. Isso é inesperado. O que você quer saber.
- Eu estou procurando saber sobre casos de agressão masculina.
- Ah geralmente quem reporta são os homossexuais por preconceito.
- Mas aí não se enquadra em outro crime?
- Com a lei atual, sim.
- Mas e as agressões normais?
- Ah, são muito raras, mas eu vou te falar que parece que apareceu um rapaz aí de madrugada. - Se Flambarda fosse uma raposa, suas orelhas provavelmente balançariam.
- Ele tinha alguma característica em especial?
- Eu não sei. Pera. - Ele se virou e gritou - JOÃO!
- JOÃO! - O próprio João respondeu com o próprio nome. Ele era alto também de cabelo raspado mas era caucasiano.
- VOCÊ TA FALANDO NO MUDO JOÃO!?
- QUEM ENTROU NA REUNIÃO!? - Eles pareciam rir de alguma piada interna.
- Meu camarada, essa menina aqui tá querendo saber sobre o cara que veio aqui falando que apanhou no outro dia.
- Ah. Mó nó cego o cara. O cara não tinha nem um osso quebrado. Diga, lá o que tem ele? É seu irmão?
- Não. - Ela respondeu.
- Primo?
- Não.
- Ex?
- Não.
- Então o que você quer saber dele?
- Eu quero saber o quão ruim ele estava.
- Como eu falei, não tinha nenhum osso quebrado.
- Mas ele parecia doente?
- Ih, rapaz... Aí você vai ter que ver com os caras do IML porque eles quem examinaram.
- Mas você não lembra de nada?
- Ele parecia realmente doente, sei lá. Como se fosse vomitar mas sem conseguir fazê-lo. Mas pra que diabos você quer saber isso?
- É porque tem um maníaco batendo em mendigos por aí. Acho que é um vigilante com poderes mágicos! - Ela saiu falando qualquer coisa, não queria que acreditassem nela nesse final mesmo.
- Sim! E depois eles deram oi pros hobbits e foram queimar o anel na montanha da perdição!
- Odiei esses filmes.
- Leia os livros.
- E tem livro disso?
- Tem, mas cuidado que se bater na cabeça, mata.
- Nossa, é grande assim?
- Pra cacete.
- Então tá, vou tentar lê-lo. Obrigada por tudo!
Flambarda saiu da delegacia pensando - "Mas o que caralhos aconteceu aqui?" - Bom, agora ela sabia que alguem que apanhou foi parar no IML, o que é alguma coisa. Se ao menos ela conseguisse achar essa pessoa pra poder ver o estado elemental dela, tudo seria mais fácil, mas ela está começando a ver que essa vida de detetive realmente é bastante complicado e que por isso que contratar detetive particular é caro.
Mas ela precisaria chegar primeiro no IML só que já eram 18:30. E ela realmente não queria gastar mais do dia, já que provavelmente ia gastar mais uma hora voltando a pé pra casa. Realmente não seria nem um pouco prudente ir até o IML a noite, ainda mais com os malamorfos espreitando as ruas quando os seres humanos não estão vendo. Foi nesse momento que ela percebeu:
Pera. Até agora NENHUM ataque de malamorfo a ninguém, nem documentado nos jornais. O que me leva a crer em duas hipóteses, ou o malamorfo realmente é uma criatura que só aparece a noite e não pode aparecer perto de outros homens ou realmente tem alguém mal intencionado por trás disso tudo
Quando Flambarda chegou em casa, ela notou o quão cansada ela estava de ficar enumerando possibilidaes na sua cabeça e como iria testar uma a uma. Ela pensou no que tinha aprendido na faculdade, mas até agora nenhuma das matérias ensinou a gerenciar qualquer coisa, Assim que chegou, ela foi se livrando do peso e foi ajudar a mãe na janta. Até aí tudo estava bem até o momento que elas foram comer.
- Filha. Tira essa luva.
- Ah, não precisa mãe.
- Filha, é feio comer de luva.
- Mas é que a luva não sai, mãe.
- Como assim não sai.
- Não sai. Olha. - Flambarda mostrou a luva perfeitamente ajustada a mão.
- Que porra é essa?
- É uma luva.
- Como essa luva foi parar aí!?
- Olha, mãe. eu lembro que tinha um velcro quando eu coloquei ela da primeira vez.
- E cadê a porra do velcro?
- Eu também gostaria de saber, mãe.
- Anda, filha! Tira logo essa porra!
- Não sai, mãe!
- Quer ver que sai?
A mãe dela levantou da cadeira, e foi lá tentar tirar a luva de Flambarda, porém sem sucesso. Ela conseguia, com muito esforço, pinçar a luva, mas não conseguia nem esticar muito nem tirá-la da mão da filha, realmente parecia um adorno que esteve sempre lá.
- Mas que porra é essa?
- Eu falei que não sai.
- Ah mas vai sair sim, quer ver? - A mãe foi lá no faqueiro e voltou com uma faca.
- MÃE!? TU FUMOU!? LARGA ESSA FACA!
- Pera que eu vou arrancar essa luva da tua mão! Menina!
- CÊ TÁ MALUCA!? TU QUER ARRANCAR MINHA MÃO FORA!?
- QUEM FOI QUE TE PARIU!?
- VOCÊ!
- ENTAO QUEM É QUE VAI TIRAR ESSE NEGÓCIO?
- NINGUÉM! - Ela disse levando o prato de comida pro quarto.
- FLAMBARDA! VOLTE JÁ AQUI! - mas ela ignorou sumariamente.
Caralho, até a minha mãe endoideceu! To fudida!
- Você vai sair com essa capa de chuva, filha?
- Vou sim mamãe!
- Filha tá um calor miserável lá fora!
- Sim, eu sei!
- Cê tá passando bem!?
- To sim mãe! - Ela disse enquanto fechava a porta.
Nenhuma atividade das malditas luzes no quarto do taradão do 404, ele provavelmente estava fazendo alguma outra taradice em algum outro lugar. Ela pegou o elevador e desceu normalmente. As coisas estavam tão normais que Gauss ficaria feliz com a forma que os eventos se distribuíam por esse dia, porém Flambarda estava na rua, ela mesmo sabia que isso era um presságio para que alguma coisa estranha acontecesse. Ela removou a capa de chuva antes de sair do prédio porque ela mesma achou que estava estranha demais.
Pra chegar até a delegacia ela precisava pegar o metrô, e até agora ela está preferindo evitar fazê-lo devido a última experiência, fora a possibilidade de encontrar o Rodney. Ela preferiu seguir a pé até a estação. Já fazia um tempo que ela não ia a academia, então essa caminhada devia pagar os próximos hamburgueres que ela já estava planejando comer.
Ao chegar lá, ela ficou realmente confusa. Não sabia muito bem como proceder, afinal ninguém ensina esse tipo de coisa no colégio. Parecia até com a secretaria da faculdade porque tinha um balcão onde ela seria atendida e um conjunto de pessoas trabalhando lá atrás. Um deles se levantou e foi até ela que estava encostada no balcão.
- Olá. Posso ajudá-la? - O rapaz era um moreno alto bonito e sensual, mas ela não podia flertar.
- Eh... Assim... Acho que pode...
- Diga lá! - Ele parecia bastante descontraído. Flambarda chegou até a achar estranho.
- Meu nome é Flambarda e.... Bom... - Ela estava reticente de vergonha
- Flambarda, parece nome de personagem de filme.
- Ah! É! Infelizmente eu não tenho filme...
- Uma delegacia é um bom início para um filme.
- Ah. Se você diz...
- Então, quem roubou seu celular?
- Não! Ninguém! Eu quero outra coisa.
- Aqui a gente no máximo vai conseguir abrir um B.O. pra você.
- Eu queria é fazer uma consulta de informação.... - Ela tirou o bloco e a caneta da mochila. - Pode ser?
- Ora. Isso é inesperado. O que você quer saber.
- Eu estou procurando saber sobre casos de agressão masculina.
- Ah geralmente quem reporta são os homossexuais por preconceito.
- Mas aí não se enquadra em outro crime?
- Com a lei atual, sim.
- Mas e as agressões normais?
- Ah, são muito raras, mas eu vou te falar que parece que apareceu um rapaz aí de madrugada. - Se Flambarda fosse uma raposa, suas orelhas provavelmente balançariam.
- Ele tinha alguma característica em especial?
- Eu não sei. Pera. - Ele se virou e gritou - JOÃO!
- JOÃO! - O próprio João respondeu com o próprio nome. Ele era alto também de cabelo raspado mas era caucasiano.
- VOCÊ TA FALANDO NO MUDO JOÃO!?
- QUEM ENTROU NA REUNIÃO!? - Eles pareciam rir de alguma piada interna.
- Meu camarada, essa menina aqui tá querendo saber sobre o cara que veio aqui falando que apanhou no outro dia.
- Ah. Mó nó cego o cara. O cara não tinha nem um osso quebrado. Diga, lá o que tem ele? É seu irmão?
- Não. - Ela respondeu.
- Primo?
- Não.
- Ex?
- Não.
- Então o que você quer saber dele?
- Eu quero saber o quão ruim ele estava.
- Como eu falei, não tinha nenhum osso quebrado.
- Mas ele parecia doente?
- Ih, rapaz... Aí você vai ter que ver com os caras do IML porque eles quem examinaram.
- Mas você não lembra de nada?
- Ele parecia realmente doente, sei lá. Como se fosse vomitar mas sem conseguir fazê-lo. Mas pra que diabos você quer saber isso?
- É porque tem um maníaco batendo em mendigos por aí. Acho que é um vigilante com poderes mágicos! - Ela saiu falando qualquer coisa, não queria que acreditassem nela nesse final mesmo.
- Sim! E depois eles deram oi pros hobbits e foram queimar o anel na montanha da perdição!
- Odiei esses filmes.
- Leia os livros.
- E tem livro disso?
- Tem, mas cuidado que se bater na cabeça, mata.
- Nossa, é grande assim?
- Pra cacete.
- Então tá, vou tentar lê-lo. Obrigada por tudo!
Flambarda saiu da delegacia pensando - "Mas o que caralhos aconteceu aqui?" - Bom, agora ela sabia que alguem que apanhou foi parar no IML, o que é alguma coisa. Se ao menos ela conseguisse achar essa pessoa pra poder ver o estado elemental dela, tudo seria mais fácil, mas ela está começando a ver que essa vida de detetive realmente é bastante complicado e que por isso que contratar detetive particular é caro.
Mas ela precisaria chegar primeiro no IML só que já eram 18:30. E ela realmente não queria gastar mais do dia, já que provavelmente ia gastar mais uma hora voltando a pé pra casa. Realmente não seria nem um pouco prudente ir até o IML a noite, ainda mais com os malamorfos espreitando as ruas quando os seres humanos não estão vendo. Foi nesse momento que ela percebeu:
Pera. Até agora NENHUM ataque de malamorfo a ninguém, nem documentado nos jornais. O que me leva a crer em duas hipóteses, ou o malamorfo realmente é uma criatura que só aparece a noite e não pode aparecer perto de outros homens ou realmente tem alguém mal intencionado por trás disso tudo
Quando Flambarda chegou em casa, ela notou o quão cansada ela estava de ficar enumerando possibilidaes na sua cabeça e como iria testar uma a uma. Ela pensou no que tinha aprendido na faculdade, mas até agora nenhuma das matérias ensinou a gerenciar qualquer coisa, Assim que chegou, ela foi se livrando do peso e foi ajudar a mãe na janta. Até aí tudo estava bem até o momento que elas foram comer.
- Filha. Tira essa luva.
- Ah, não precisa mãe.
- Filha, é feio comer de luva.
- Mas é que a luva não sai, mãe.
- Como assim não sai.
- Não sai. Olha. - Flambarda mostrou a luva perfeitamente ajustada a mão.
- Que porra é essa?
- É uma luva.
- Como essa luva foi parar aí!?
- Olha, mãe. eu lembro que tinha um velcro quando eu coloquei ela da primeira vez.
- E cadê a porra do velcro?
- Eu também gostaria de saber, mãe.
- Anda, filha! Tira logo essa porra!
- Não sai, mãe!
- Quer ver que sai?
A mãe dela levantou da cadeira, e foi lá tentar tirar a luva de Flambarda, porém sem sucesso. Ela conseguia, com muito esforço, pinçar a luva, mas não conseguia nem esticar muito nem tirá-la da mão da filha, realmente parecia um adorno que esteve sempre lá.
- Mas que porra é essa?
- Eu falei que não sai.
- Ah mas vai sair sim, quer ver? - A mãe foi lá no faqueiro e voltou com uma faca.
- MÃE!? TU FUMOU!? LARGA ESSA FACA!
- Pera que eu vou arrancar essa luva da tua mão! Menina!
- CÊ TÁ MALUCA!? TU QUER ARRANCAR MINHA MÃO FORA!?
- QUEM FOI QUE TE PARIU!?
- VOCÊ!
- ENTAO QUEM É QUE VAI TIRAR ESSE NEGÓCIO?
- NINGUÉM! - Ela disse levando o prato de comida pro quarto.
- FLAMBARDA! VOLTE JÁ AQUI! - mas ela ignorou sumariamente.
Caralho, até a minha mãe endoideceu! To fudida!
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