terça-feira, 2 de abril de 2024

Uma Homenagem aos Hiatos

As vezes a gente fica muito tempo sem fazer alguma coisa e acaba abandonando. Tudo bem, podia ser uma coisa que realmente não valesse a pena ser feita, mas as vezes a gente volta àquilo porque pra gente é importante, e talvez a gente não consiga manter a frequência que a gente gostaria de manter naquela atividade só que a gente não deve deixar de fazê-la por causa disso. Que se dane a frequência. Se você precisava de um tempo pra construir uma ponte pra que você pudesse continuar, tá tudo bem.

 


Essa imagem eu fiz no paint 5 minutos antes de continuar o texto, então pode fazer o que quiser com ela.

Em palavras mais curtas: "Não sinta vergonha dos seus hiatos." E na sequência eu vou explicar porquê.

Ok, isso significa que você veio aqui interessado no porquê e você fez aquilo que é importante pra existência do hiato. A continuação da atividade após uma pausa por qualquer razão. No final das contas você vai poder desconsiderar tudo isso porque eu sou só ume doide da internet querendo escrever um monte de opinião aleatória e tentando adequar a linguagem pra que ela não fique extremamente agressiva, quando na verdade eu queria mesmo é xingar muito, mas a importância do xingamento vai ficar pra outro texto. Aqui estamos celebrando hiatos. Esse papo de xingamento foi um hiato na nossa celebração? Talvez. Hiatos são constantes pra mim, e talvez sejam uma constante no mundo porque nosso cérebro é cada vez mais treinado pra pensar em uma porção de coisa ao mesmo tempo e aí as associações são cada vez mais rápidas e a gente tem que lutar um pouquinho pra ter o foco necessário.

Isso faz também com que os parágrafos as vezes não tenham as idéias mais concisas como um texto mais acadêmico deveria ter, mas a realidade é que isso é um texto de internet e não tem obrigação nenhuma de ser acadêmico. Se eu quisesse colocar a palavra cavalo repetida trinta vezes na sequência, eu poderia, mas quando eu to escrevendo eu tenho um propósito de me comunicar. E esse propósito aí é outro texto que eu também vou escrever mais pra frente e eu não quero gastar a minha munição toda agora, mas naturalmente quero deixar alguns ganchos aqui pra você voltar algum dia. E aqui estou eu colocando mais um hiato no nosso papo.

Tá, vamo lá. Hiatos acontecem, e o que eu quero dizer é que a maioria das vezes eles não acontecem por culpa nossa. Quando a gente tá fazendo uma atividade que faz sentido pra gente - mesmo que eu use a palavra gente três vezes em um curto espaço de tempo, ou (por que não?) de palavras  - a tendência é continuarmos com ela a não ser que algum outro fator externo venha e tome a prioridade disso. Geralmente esse fator externo está relacionado a nossa sobrevivência individual ou em algum determinado meio social, mas o cerne aqui é que a razão do hiato é sempre externa e que, portanto, você não precisa sentir vergonha dele. Não é você que de repente abre uma fissura na terra pra dificultar seu caminho. O caminho está bloqueado por alguma dificuldade que não era esperada e que as vezes você vê de longe, as vezes não. A sua capacidade de prever essa dificuldade não faz diferença nenhuma porque o hiato não é culpa sua.

E eu também entro em hiato. Muito mais vezes do que eu gostaria. Esse blog entrou em hiato muitas e muitas vezes e provavelmente vai continuar entrando, mas o fato é que eu gosto de escrever, e que em algum momento eu espero que eu vou receber recíprocas como eu já recebi no passado porque eu quero que as pessoas leiam, e a melhor evidência que eu posso ter de que alguém leu, é uma resposta a aquilo que eu já li. Só que pra que as pessoas leiam, pasmem, eu preciso escrever, então o hiato é prejudicial a essa atividade na qual eu vejo algum sentido, mas investigando mais profundamente, eu descobri que eu não preciso ter vergonha dele, e olhando pras pessoas a minha volta que já entraram em hiato em algum projeto, elas também não precisam sentir vergonha desses hiatos! No final das contas a gente nem sabe aquilo pelo qual as pessoas estão passando, mas eu sei que, quando eu tive meus hiatos, eu não estive parade. Eu estava fazendo coisas, eu estava fazendo análises, e eu espero que isso tudo faça de mim ume melhore escritore. Aquilo que nós fizemos esse tempo todo, vai nos edificar, mesmo que indiretamente, para que possamos voltar as nossas atividades de forma melhor porque, apesar de ficarmos bons nas coisas conforme as fazemos, não podemos desconsiderar as habilidades adjacentes que podem se somar.

Então fica aqui a minha homenagem a todos os hiatos de todos os projetos de todes que eu conheço. Continuem porque se você um dia voltou com a atividade, quer dizer que ela é importante pra você, e que um dia isso vai dar certo.


P.S.: É claro que naturalmente quando eu falo a respeito de qualquer atividade aqui, são atividades que naturalmente não machucam outras pessoas. Acho importante voltar as primeiras frases onde eu falo "podia ser uma coisa que realmente não valesse a pena ser feita." tem coisas que realmente não valem a pena ser feitas, pra essas, o hiato não cabe. É necessário um encerramento definitivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário