I’ve missed more than 9000 shots in my career. I’ve lost almost 300 games. 26 times, I’ve been trusted to take the game winning shot and missed. I’ve failed over and over and over again in my life. And that is why I succeed.”
Numa tradução livre aqui: "Eu errei mais de 9000 arremessos na minha carreira. Perdi quase 300 jogos. 26 vezes me confiaram o arremesso da vitória e eu errei. Eu falhei de novo, de novo, e de novo na minha vida. E é por isso que eu venci."
Beleza, vamos começar dizendo que eu não faço idéia se o Michael Jordan tinha uma Síndrome do Impostor ou não. Isso pode até ter sido relevante pra ele, até mesmo se ele encontrou uma forma de lidar com ela, isso se ele a tiver. Eu quero falar sobre o que acontece atrás das cortinas do espetáculo.
A parte mais direta dessa fala do Jordan é a afirmação de que ele não é perfeito. Isso não quer dizer que ele não foi um jogador da porra, só quer dizer que de vez em quando ele perde. Só é complicado porque o cara venceu mais de 700 jogos. No basquete ele era foda. Mas isso aqui não é pra exaltar o quão bom ele era porque a gente já sabe disso. Novamente, eu to aqui pra falar sobre Síndrome do Impostor. Como a gente pode se sentir tão inútil mesmo sendo tão incrível, e nos colocarmos impotentes por medo das pessoas descobrirem nossas falhas expondo o que nós "realmente" somos.
Voltando ao Jordan, uma coisa que suas palavras não deixam claro é o quanto disso foi feito no treinamento, mas eu tenho quase certeza que esses números não consideram essa parte, onde ele certamente errou muito mais arremessos, onde o seu trabalhar com jogador de basquete realmente acontecia. Nós sabemos muito pouco sobre o jogador, mas sabemos muito mais da grande estrela, aquela que aparece na quadra para cativar a audiência com seus feitos. Jordan na verdade tinha 2 trabalhos que se complementam: jogar basquete e aparecer em eventos.
Se virmos do ponto de vista de ume jogadore de basquete fenomenal, o medo de errar é compreensível porque o sucesso é necessário para receber um pagamento. Elu não é pague para ser ume jogadore e sim para acertar a cesta na quadra. (Eu não sei como é o caso do Jordan.)
Olhando de volta para nós, a maior parte dos artistas tem 2 trabalhos: Arte e Marketing. A parte artesanal, na maior parte dos casos, não paga as contas, exceto se você tiver um mecenas. A maior parte de grandes artistas conhecides teve ou tem alguma forma de mecenato, até mesmo es mais modernes que não tem apenas um, mas tem vários apoiadores. O que acontece é que ume artista é muitas vezes um cientista de seu próprio ofício, então o que elu mais faz é baseado em tentativa e erro. Como ume compositore, a maior parte do que é faço é tentar e tentar e tentar até achar alguma coisa que me agrade, só que as pessoas só vêem a obra pronta. Essencialmente, a Síndrome do Impostor faz sentido porque, como o Jordan fala, nós somos falhas. Se as pessoas soubessem o quanto falhamos, nunca nos rotulariam como a estrela que nós "supostamente" somos.
Agora vamos mudar a perspectiva
Somos seres humanos, aprendemos com nossos erros. Ok, nem sempre, mas se tem alguma coisa pra qual os erros são úteis é pra nos ensinar o que não fazer. Ume pintore pode ter talento, mas isso não importa se elu não estiver pintando alguma coisa de fato. Nós não ficamos mais fortes vendo es outres malharem, nem tocamos guitarra melhor assistindo o Joe Satriani ou qualquer outre guitarrista de sua preferência. Se quisermos ser bom em algo, a gente tem que fazê-lo, ou como o Jake diz: "Ser ruim em alguma coisa é o primeiro passo para se tornar bom em alguma coisa"
O estrelato de Michael Jordan não seria possível se ele não tivesse tentado todos os arremessos que ele errou. Se o Toquinho é um puta violonista, é porque ele faz os exercícios de guitarra todo o dia. Quantas habilidades o Faker errou e quantos jogos ele nao teve que perder antes de se tornar o maior jogadr de League of Legends como ele é hoje? Quantas vezes eu mesme não fiquei pute porque eu não conseguia fazer um Slap no baixo soar legal? Não tem arte foda se es artistas não erram!
Então, ao mesmo tempo que a síndrome faz sentido porque as pessoas não vêem quantos tropeços a gente dá no caminho, não faz sentido porque a excelência vem do trabalho, não do talento. A mesma síndrome que nos amarra e nos impede de seguir em frente tem suas raízes em todas as falhas que geram as obras primas que fazemos! É fácil evitar a síndrome: apenas deixe de fazer as coisas. Mas se quisermos fazer coisas, e nós geralmente precisamos fazê-las, a síndrome é inevitável. Nós precisamos aprender a lidar com ela.
Eu tenho um lema: "Uma vida de ensaios para uma única performance"
Mas isso é um problema?
Resumindo: Não
Ter a Síndrome do Impostor não é um problema. Significa que você se importa com aquilo que você está exibindo e quer mostrar a melhor versão possível. Tá tudo bem. O problema começa quando você já não tem mais críticas a seu próprio trabalho mas ainda evita a publicação porque ainda tem espaço pra melhorar. E realmente deve ter espaço pra melhorar, mas a pergunta é: "Melhor pra quem?" Seria uma melhora para e artista ou para e espectadore? Se você não consegue ver onde pode melhorar, então talvez seja hora de deixar outra pessoa te mostrar. Deve ser a hora de publicar e deixar as pessoas dizer o que elas acham.
Nesse momento um pouco de Estoicismo pode ser muito útil, porque quando uma arte é exposta, sempre vai ter um filho da puta pra jogar um tomate. É difícil porque a maioria das pessoas tem pouca ou nenhuma idéia do trabalho que é feito antes de decidir exibir qualquer coisa, e isso torna as críticas as mais rasas o possível.
Nós devemos exaltar a superação da síndrome porque mesmo as mentes mais brilhantes a tinham. Darwin tava com medo de publicar os resultados do trabalho dele! Eu não vou te julgar se você a tiver, mas eu quero que você saiba que você não está sozinhe, tá tudo bem ter a síndrome, mas se a gente quer dar o próximo passo, não tem pra onde correr. Eu não posso evitar que te jogem tomates mas eu acho que dá pra fazer uma saladinha bacana com eles, hein?
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