domingo, 7 de julho de 2019

Flambarda - A Detetive Elemental #45

- E aí, conta pra gente, Flam. Que que tu foi fazer la em Petrópolis. - Perguntou Bibi.

"Uai. A Bibi não sabe? Isso quer dizer que o Rodney provavelmente não contou a história toda. Até onde será que o miserável contou?"

- Cara, o Rain tinha dado a pista de que a Alabarda ia estar no museu imperial e a gente foi.
- Assim. sem plano? - Perguntou Sofia.
- Sim. Eu me aproveitei que o Rain tinha colocado o Rodney a minha disposição e chamei ele, eu até dei a chance de ele recusar.
- Ele falou que tu fez uma pressão miserável. - Retrucou Bibi.
- Claro que fiz! Ele fica me enchendo o saco depois peida na farofa!? Ah! Tomar no cu, viu! Eu fiquei puta com ele!
- Mas e esse bagulho de traíra?
- Ah. Bom, essa e a parte que eu não sabia como eu ia contar pra vocês...

Quando Flambarda falou isso, elas perceberam que o semblante dela mudou. Ela parecia decepcionada mais com ela mesma por ter deixado as amigas na furada que é ser druida, e não ter ficado pra apoiá-las, nem ter comunicado a decisão antes pra que os outras soubessem o que fazer. O nervosismo da detetive se externava conforme ela brincava com as mãos e com os cabelos na tentativa desesperada de manter a calma.

- Calma. - Disse Sofia. - Respira e não pira. Cê quer água?
- Não... Não. Eu tô legal. É que eu fui convencida a entrar pro time dos arcanistas.
- Você diz coagida. - Bibi retrucou novamente.
- Não! Eu entrei por vontade própria mesmo! Quer dizer, ela não foi muito amistosa de início e eu provavelmente não teria a alabarda de volta.
- Sério que você se vendeu pela alabarda que você queria que se fudesse?
- Não, Bibi! Porra! Espera, caralho! - Flambarda inchou os bochechas e encarou Bibi para em seguida retomar. - Ela abriu o jogo comigo, diferente do Rain, aquele velho broxa.
- Pera. O que que você sabe?
- Menina... Senta que la vem textão.

Flambarda passou um bom tempo conversando com as amigas sobre o que aconteceu e tudo o que lhe fora revelado por Brahma. Sofia já estava desconfiada de muito dessas coisas devido a sua quantidade de cultura aleatória, mas Bibi estava viajando. Ela não tinha um pingo de cultura sobre Hinduísmo ou sobre o Wu Xing. O papo foi tão longo que deu tempo delas fazerem um lanche e de Jéssica dar uma saída de casa. Com fome, elas se viraram com o que tinha na cozinha e a detetive até aproveitou pra tirar uma onda com a luva. Até que elas se sentaram no chão da sala onde voltaram a conversar

- E então, que que a gente faz agora? - Perguntou Bibi.
- Escada Shopping? - Sugeriu Sofia.
- Caralho! Vamo lá que eu to muito afim de ir no Bullguer. - Flambarda disse, se levantando num salto.
- Mas a gente tem que tomar banho ainda. - Reclamou Sofia.
- Uai. Toma aqui.
- E eu vou pôr que roupa!?
- Essa que tá no teu corpo.
- Mas eu to toda escrota! - Sofia estava usando um vestido longo colorido e sandália rasteira, isso só pra ir na casa da amiga dela.
- Vai tomar no cu, Sofia! - Flambarda e Fabiana disseram em uníssono, mas Bibi prosseguiu. - Escrota to eu! - Ela usava uma camisa azul amarrada no peito, mas colocou calça jeans porque achou que se fosse de shortinho de funkeira ela ia presa por atentado ao pudor, além do tênis rosa. - E mesmo assim eu vou! Dramática do caralho!
- E só por causa disso vai ser a primeira a tomar banho! Anda! - Disse Flambarda
- Tá! Tá bom! Só me dá uma toalha.
- Vai indo lá e deixa a porta aberta que eu penduro lá. - Ela se levantou e foi pegar a toalha junto com a Bibi. Ao abrir o armário e pegar uma série de toalhas ela perguntou. - E aí, Bibi, tem alguma preferência.
- Acho que eu vou com essa aqui. - Disse Bibi escolhendo uma toalha vermelha.
- Beleza, cê quer alguma roupa?
- Cê tá de sacanagem né? - Disse Bibi olhando pra cima, já que Flambarda era um tanto quanto mais alta que ela.
- Se eu te emprestar um baby doll dá uma ótima camisa em você. Hihihi. - ela riu em resposta.
- Um vestido curto teu é um longão em mim.
- Flam! - Gritou Sofia do banheiro - Me arranja um absorvente aí.
- Tem aí na gaveta do banheiro.
- Cadê!? - Ela procurou um pouco até achar. - Ah! Achei! Ainda bem que você não usa aqueles secos!
- Sabe que aquela parada de sincronizar menstruação nunca aconteceu com a gente? - Comentou Bibi com Flambarda.
- Verdade, mas se o da Sofia tá chegando, logo mais é o meu.
- Quem vai agora? - Disse Sofia chegando seca, porém pelada.
- Eu! Bibi vai por ultimo que Sofia já é tarada, pelada então... - Disse Flambarda.
- Tu que é gostosa demais.
- Sofia, desiste, a Flam gosta de rola. - Comentou Fabiana.
- Opa! Alguém falou em rola!? - A detetive gritou do banheiro.
- Vão vocês duas tomar no cu que quem tá mais precisando de rola sou eu!
- Mas Bibi, se você manda a gente tomar no cu, quem ganha a rola é a gente. - Disse Sofia, conforme se vestia.
- Puta merda! Verdade! Então eu vou mudar pra caralhos que me fodam.
- Agora sim! - Sofia piscou apenas o olho direito em aprovação.
- Cês querem caçar mesmo? - Gritou Flambarda novamente.
- Ah, o Rodney é mó devagar. - Bibi respondeu. - To precisando de uma mesmo.
- Putz... Que merda, hein!? - Eu já sabia, ela pensou.
- Tô quase indo atrás de um puto.
- Ah! então vamo compartilhar esse puto aí.
- Opa, também quero! - Disse Sofia.
- Cara... Né mais fácil a gente ir pra uma casa de Swing?
- E tu conhece alguma? - Perguntou Fabiana.
- Diz uma aí pra gente Sofia. Tu que é a rainha da putaria.
- Eeeeeeeuuuuuu!? Euzinha!? - Disse Sofia levando a mão ao peito visivelmente satirizando surpresa. - Eu até sou boa de putaria, mas honestamente eu nunca fui nessas paradas não.
- Beleza. - Disse Flambarda chegando seca e pelada. - Sua vez, Bibi. - Ela enviou Fabiana para o banheiro e começou a se arrumar.
- Uai, eu não sou a tarada que vai te pegar? - Perguntou Sofia.
- Eu sei que eu gosto de rola, Sofia. Esse negócio de chupar xoxota nunca me atraiu.
- Tu nunca chupou uma.
- Qualquer dia eu te chupo, mas hoje certamente não.
- A Sofia ainda não desistiu!? - Gritou Fabiana.
- Jamais! - A própria Sofia respondeu.

Foi então que o celular de Flambarda tocou. Era um número que ela nunca havia visto na vida, então ela já atendeu na zoeira.

- Terra da putaria ponto com. Como posso ajudar?
- Flambarda ta na putaria agora? - Disse uma voz feminina mas ainda não reconhecida.
- Que porra é essa? Como tu sabe meu nome.
- Porque sou eu, Fernanda, né?
- Fernanda... - Ela lembrava de Brahma não de Fernanda.
- Brahma.
- Ah! Porra! Falasse antes!
- Só falar de cerveja que tu se liga né?
- Mais ou menos, prefiro Petra.
- Se liga, ta de bobeira?
- Mais ou menos.
- Qual é a boa?
- Ah, eu vou sair com as meninas. Aproveitando, cê conhece alguma casa de swing?
- Uai, que que cês vão fazer numa casa de swing.
- Caralho, Brahma, o que se faz numa casa de swing?
- Ah, claro, cês querem rola. Chega aí em Botafogo que eu arranjo rola procês.

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