Fato, tem gente que recebe pra isso, mas será que elas não poderiam estar fazendo outra coisa? Será que essas pessoas não são gênios de física disfarçados de zeladores, e poderiam estar produzindo coisas muito mais interessantes do que varrer um esfregão pelo chão?
Estamos aqui mais uma vez pra polemizar aquilo que você pensa!
E lá vamos nós aqui dando um giro pela economia e pela tecnologia. Aliás a economia é sempre profundamente afetada pela tecnologia. Graças a era dos computadores as pessoas podem fazer negócios com derivativos e transformar contratos em dinheiro. Em outras palavras, as pessoas vendem coisas que não existem. E alguém paga o preço por isso.
Mas não é esse o meu escopo.
Algumas vezes quando você catou aquele lixo do chão, ou tirou a sua bandeja da mesa, deve ter pensado "Mas eu to tirando o emprego de alguém?" Até porque tem pessoas que são pagas para fazerem isso. Imagina se todas as pessoas resolvessem devolver as suas bandejas após terminar as suas refeições nos estabelecimentos destinados a isso? Você vai tirar o emprego de todas as pessoas que trabalham por ali! Que cruel!
Tirar o emprego, sim. Tirar a vida? Não. Se você observar países desenvolvidos tendem a ter pessoas que são educadas o suficiente para limparem a bagunça que fazem em determinados lugares. Vide o japão onde os alunos são ensinados desde pequenos a limparem as salas de aula em que estudam. Só não faço a mínima idéia de como é a situação de uma pessoa pobre por lá.
Na verdade eu fiz uma busca rápida no Google e você pode ver fotos de um bairro conhecido como Kamagasaki. Vale a conferida.
Enfim, mesmo se você faz as pessoas cuidarem do patrimônio alheio, você não necessariamente está cortando todas as oportunidades que existem por aí. Afinal, trabalho tem em todo lugar. Todo lugar tem alguém precisando de outra pessoa pra fazer alguma coisa. O problema é a qualidade técnica necessária para fazer essas coisas que poucas vezes é concedida, ou é redundantemente fechada. É o típico caso dos patrões que querem contratar um profissional com experiência mas não querem investir em um profissional novo que adquira essa experiência. Então da onde vai surgir um cara com a dada experiência que eles querem?
Provavelmente, se existisse uma oferta menor por empregos de pequeno porte, provavelmente teríamos uma oferta maior para empregos de portes maiores. Isso provavelmente não excluiria vendedores e outros, mas definitivamente excluiria todos os faxineiros, e provavelmente acabaria com as tias do café também.
A pergunta que fica é: "Se começarmos a fazer esse tipo de coisa, as pessoas poderiam ainda assim trabalhar?". Responder isso depende muito da sua crença. Se você acredita que as pessoas tem aptidões e habilidades diferentes, então algumas podem não se encaixar em empregos futuros, mas se você acredita que tudo é potencial latente e qualquer pessoa pode trabalhar e se desenvolver, então provavelmente haverá bastante trabalho para as pessoas, bastará o esforço delas.
Eu acredito que vale a pena você fazer a sua parte para manter o patrimônio. Mesmo que alguém perca o emprego por causa disso, pode ser que você abra as portas da felicidade para aquela pessoa ao fazê-lo.
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