As meninas se serviram direto da cozinha conforme quiseram. Flambarda e Fabiana fizeram questão da linguiça, enquanto Sofia seguia com sua mentalidade vegana com sua salada e molho chiques. Apesar de ter uma mesinha na cozinha, as três se sentaram juntas no chão da sala com as costas apoiadas em alguma coisa. A anfitirã se apoiava na parede mais próxima da cozinha enquanto as outras duas se apoiavam no sofá, mas a detetive estava certamente mais ao centro. Os anos de cozinha vegana provavelmente trouxeram alguma experiência e a comida tinha um sabor interessante. Até que a campainha tocou.
A jovem empresária foi até a porta, e a abriu sem observar quem era. Um homem pequeno de cabelo e barba volumosos, empurrou Sofia pra dentro para evitar que ela tivesse chance de bater a porta, e ela até tentou, mas ele era bem mais forte que ela e não teve dificuldades para derrubá-la no chão, bater a porta de volta, olhar para Flambarda apontar o dedo e dizer: "Você!" Porém logo em seguida ficou reticente e a detetive olhando para aquela cara fazia um esforço para se lembrar enquanto ele mesmo procurava palavras pra continuar algum discurso que foi interrompido sabe-se lá pelo quê.
- Você! ...Vista uma roupa! Agora!
- Que!? - Flambarda levantou com os braços para o alto, imaginando um assalto, mas visivelmente confusa.
- É! Roupas! Aqui! - Ele foi até as calças mais próximas e jogou pra ela
- Caralho! Que merda que tá acontecendo aqui!? - Ela repetiu, e começou a analisar a roupa. - Pera. Essa aqui é sua Bibi. - E jogou as calças para trás.
- Então cadê a porra da sua calça!? - Ele vociferava. Até que foi interrompido.
- Valdir! - E então ela entrou em uma espécie de postura de luta. - O que caralhos você tá fazendo aqui!?
- Eu vi que aquele otário do Rodney tava vindo pra cá. Enfiei a porrada nele pra tirar aquele merda do caminho e agora é só eu e você!
- Pera! Você bateu no Rodney? - Bibi perguntou por trás de Flambarda.
- Meti a porrada. Vieram atrás de mim, mas eu sou muito mais rápido. Aí na fuga, passando pela rua eu finalmente senti aquela energia de novo... - Ele disse, reticente, olhando para a luva. Que chamou a atenção das outras duas meninas também.
- Você quer a luva? - Flambarda provocou. - Então vem pegar.